Synology DiskStation 411J

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Synology DiskStation 411J

A Synology DS 411J é uma NAS, Network Attached Storage, com uma enorme riqueza de funcionalidades num tamanho compacto. Decidi montar uma NAS já há vários meses para centralizar uma montanha de coisas, desde vídeos a fotos, ‘bibliotecas’ de iTunes, backups, enfim, uma batelada de coisas.

Depois de várias semanas para trás e para a frente, escolhi este modelo da Synology por ter todas as funcionalidades que eu queria e mais algumas extra e incluí-a no meu esquema de rede para a casa nova, cujas obras estavam a começar. Entretanto foi preciso esperar pelo FMI para ter um bocadinho de bailout money e poder comprar o bicho.

A DS em si é uma caixinha compacta, com um aspecto bastante razoável que leva quatro discos. A montagem dos discos é feita com recurso a 4 baías extraíveis e não há cá cabos SATA nem de corrente: basta colocar o disco na baía com 4 parafusos e depois empurrar a baía para dentro encaixar nas tomadas no fundo da caixa.

Nada mais simples.

Depois de montada, fisicamente, é altura de instalar o software. O CD fornece versões do instalador para Mac, Windows e Linux. Eu usei Mac e correu tudo bem e rapidamente.

Depois do software instalado, passamos para o browser. Acede-se à DS usando o ip que esta tiver recebido de o que quer que seja na nossa rede que esteja a fazer DHCP e faz-se login com a conta de administração que é criada no processo de instalação do software.

Altura de criar os volumes. As hipóteses são inúmeras, desde um RAID híbrido específico da Synology, passando por JBOD, RAIDs diversos e até mesmo volumes independentes, sem RAID. Ao seleccionarmos o que queremos, é-nos sugerido que seja feita uma verificação aprofundada dos discos, para identificar eventuais maus sectores e marcá-los imediatamente, para que não afectem, de futuro, a performance do sistema.

No meu caso, com 4 discos de 1.5 TB, o processo de verificação levou cerca de 10 horas.

Poucos minutos depois disso, o file system ficou instalado e pouco depois, o volume foi criado. Optei pelo Synology Hybrid RAID que tem tolerância de falha de um disco e usa ext4 como file system; instalei 4 Seagate Barracuda 7200.11 (com o novo firmware), de 1.5 TB e tenho 4 TB usáveis.

O software é simples e muito fácil de usar e mantém-se actualizado com frequência (estou neste preciso momento a fazer o quarto update do DiskStation Manager desde que instalei a NAS pela primeira vez). As funcionalidades são imensas e como tenho tido tempo limitado e já não tenho 20 anos (altura em que ligava tudo para ver o que acontecia), ainda não explorei metade, mas as que experimentei funcionaram bem e à primeira, sem confusões, nem configurações complexas e muitas delas, sem sequer interromperem o stream de vídeo que estava a correr na altura.

Tudo é gerido com Webman, usando qualquer browser para aceder por http (configurado por default), ou https (configurável com facilidade).

A primeira coisa que fiz foi criar uma directoria partilhada. Imediatamente, tive acesso à mesma no meu Mac e na Windows box que tenho no sótão, através do Finder e Windows Explorer, respectivamente, mas também é possível aceder por um interface web (além do webman, claro).

Essa primeira directoria serviu para receber ficheiros de vídeo para ver pela rede e foi tão fácil como montar a drive de rede no Windows e arrastar ficheiros no Explorer. Com a Synology na mesma rede de tudo o resto cá em casa, de qualquer lado posso aceder e ver os vídeos puramente por filesystem. No entanto, existe uma opção de media server que funciona com DLNA, pelo que também consigo ver os vídeos na minha PS3.

Não existe, no entanto, transcoder na Synology, pelo que para usar DLNA, convém ter ficheiros em formatos compatíveis com o media renderer que se pretenda usar.

Esta NAS também serve fotos. Serve música de duas maneiras: com um player de áudio interno, acessível de qualquer lado com um web browser (sim, isto significa que podemos estar no emprego a ouvir a nossa colecção de música de casa – até mais: com a app Audio Station para iPhone podemos mesmo ouvir a nossa música de qualquer lado, desde que haja rede) e com o protocolo do iTunes, o que significa que a Synology aparece na secção ‘shared’ de qualquer iTunes que esteja na mesma rede, permitindo ter toda a música na NAS, audível de qualquer device na rede que tenha iTunes.

Também tem um servidor web e MySQL, portanto, permite correr websites de lá com um nível de complexidade já razoável. Não sei muito bem se é possível usufruir de PHP, Perl, etc, ainda não investiguei, mas havendo MySQL, deduzo que há algum tipo de interpretador de qualquer dessas coisas – de toda a forma, não pretendo, para já, ter sites a correr cá de casa, até porque estou a usar outra feature da DS para poupar energia: configurei-a para que se desligue às 2 da manhã e se ligue às 9, diariamente.

Ainda não é tudo. Existe um cliente de BitTorrent e eMule, que executa pesquisas ou aceita URLs e faz downloads, claro. Esta aplicação é full-featured e completamente configurável em termos de ports usados, limites de banda, seeding, scheduling, etc, etc.

Sem me alongar muito mais, até porque tenho muitas funcionalidades por explorar, como já disse, existe um servidor de e-mail, um software para gerir câmaras de vigilância (ip cams), uma firewall, acesso por Telnet/SSH, uma aplicação para fazer backup desta Synology para outro lado (nomeadamente, para outra Synology), opções de routing que ainda não sei o que fazem, configuração de Dynamic DNS, FTP, SNMP, WINS, user accounts, Time Machine, Apple Talk e NFS. E provavelmente, tira imperiais.

Estou muito satisfeito, apesar de estar a usar uma fracção da potencialidade do bicho e acredito que ao longo do tempo, à medida que vá necessitando, descobrindo e configurando features, vá apenas ficando cada vez mais contente com esta compra.

Em suma: Tamanho compacto, aspecto e construção sólidos, com um look simples (frente branca com painel preto, led de power azul, leds de actividade verdes, caixa em metal escovado), instalação de hardware muito simples e rápida, bootstrapping com inúmeras opções, mas em última análise simples, embora demorado (mas é natural, com o disk checking, que aconselho que se faça), software de operação estupendo, muito claro e fácil de usar, com help integrado e aquilo a que tecnicamente se chama uma catramolhada de funcionalidades para satisfazer praticamente qualquer exigência que se possa ter de uma máquina destas, em casa.

Custou pouco mais de 300 euros, sem discos, evidentemente e fica aqui, fortemente recomendada.

 

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25 comentários a “Synology DiskStation 411J”

  1. asturmas says:

    Review bastante interessante mas quanto ao alojamento php e mysql esquece… pior que alojar sites em casa é dificil :lol:

  2. muito interessante! parece-me superior ao Drobo em tudo. só falta mesmo saber como se vai comportar no dia em que um disco falhar, espero que à altura. :)

    • asturmas says:

      Eu com aqueles senhores discos tinha metido RAID10 sem pensar duas vezes mas esperemos que os discos dele se aguentem bem :)

      • Bom, novamente, fartei-me de ler sobre estes discos. Pelo que percebi, havia um bug de firmware nesta geração, que foi corrigido.

        Claro que nada impede que um belo dia me falhem dois discos e esteja quilhado, mas tenho olhado para o status dos discos todos os dias. Além disso, a Synology manda-me mail se um disco falhar, portanto posso mandá-la abaixo rapidamente, comprar outro disco e substituir.

        Há alguma margem de manobra para evitar o desastre, mas pronto, nada impede que haja uma catástrofe, mas isso pode acontecer com qualquer disco.

        Vou ver se, daqui a uns tempos, substituo um dos discos por um WD e passado mais algum tempo, substituo outro por outra coisa qualquer, um Samsung ou assim, para ficar com o máximo de variedade de discos possível.

  3. Esta era uma review que já aguardava há algum tempo.

    Já há 2 anos ando a namorar uma e acho que vainser esta review que me vai fazer vir uma…

    Um abraço.

  4. Vitor says:

    Que excelete análise! Já faz tempo que ando de olho num destes aparelhómetros NAS, e este parece a ser deveras interessante!

    (só acho que por 300 euros fico é a pensar sériamente se não compensará antes procurar preços para MB + RAM + CPU + ATX…)

    E depois, quanto a software, por exemplo:
    http://hubpages.com/hub/Top-5-NAS-Software

    Mas confesso que uma solução “out-of-the-box” como esta dá sempre grande confiança no que respeita à fiabilidade do equipamento, ao suporte, “fé” no futuro dos discos, etc…

  5. VDIAS says:

    Com 300€ consegues montar uma nas caseira sem problemas… Tens é que abdicar do tamanho reduzido do bicho… Software alternativo não falta…

    Eu optei por uma nas muito inferior(inicialmente) que agora mesmo me oferece tudo o que oferece esta e muito mais…

    Netgear Stora (40€) + debian squeeze + pyload + minidlna + webmin + … … … …

    • Estou ciente dessas opções, mas são opções que não me interessam, porque não tenho tempo, nem paciência para andar a fazer download de pacotes, instalações, configurações, etc.

      Tirei o bicho da caixa, montei-lhe os discos e deixei um processo de instalação a correr sem vigilância; agora, de vez em quando, sai um update, aceito-o e não me preocupo mais.

      É tudo uma questão de opção e quem tiver paciência para isso, tem, sem dúvida, opções mais baratas e igualmente flexíveis.

      • VDIAS says:

        O tua opção é a melhor… só optei por esta mais económica porque o uso que vou dar ao brinquedo é quase a 100% descargas… e sinceramente 300€ para uma maquina de descargas resultava-me demasiado caro…

        Basicamente o uso que lhe dou é:

        Router -> stora (pyload) -> stora (minidlna) -> ps3

        • O truque é mesmo usar o ideal para aquilo que se precisa versus o tempo e orçamento que se tem. Como vendi a casa, tive liquidez para investir numa coisa destas e quero dar-lhe o máximo de uso possível, caso contrário, era bem capaz de optar por uma solução custom built, mais barata mas que só estaria funcional lá para o fim do ano :-)

          • VDIAS says:

            Que exagero… numa tarde tens tudo a funcionar… Aquilo ainda é mais simples que instalar um windows… ;)

              • Miguel says:

                Pedro uma questão, falas de servir fotos e videos como um media player, tem ligaçao HDMI directa para uma LCD ou Plasma? ou obriga a teres um media player?

                • A Synology é, essencialmente um servidor. Ou or Samba, ou por DLNA, podes aceder aos ficheiros com um media player. Dito isto, existe a PhotoStation e a AudioStation, ambas aplicações web que correm na NAS e permitem ver fotos e ouvir música usando um browser.

                  Existem ainda aplicações idênticas para iOS, o que te permite ver as tuas fotos ou ouvir música onde quer que estejas, desde que a Synology esteja aberta para a web e, claro, tenhas rede no teu device iOS.

                  Em termos de vídeo, só com um decoder apropriado, tanto quanto sei.

  6. HCarvalho says:

    Não precisas de fazer transcode para ver alguns ficheiros de video na PS3, instala o programa Showtime que permite a leitura directa de MKV HD na Ps3 http://www.multiupload.com/JRB78IQ4HW

    Precisas que a tua PS3 tenha o firmware 3.55 ou anterior

    • Já não uso a PS3 para ver vídeo.

    • VDIAS says:

      Hcravalho, segundo li o multiman também tem suporte showtime… sabes se é possível ler mkv via dlna directamente no multiman?

      • HCarvalho says:

        Não faço ideia, penso que andavam a tentar por o Showtime a dar com o Multiman. Mas tal como o Pedro eu não uso a PS3 para ver vídeos, para isso uso um Egreat.
        PS3 é só para o Mass Effect 2, é um jogaço, um grande épico de sci-fi que recomendo a todos os proprietários de uma PS3. Foi uma sorte este jogo deixar de ser exclusivo da XBox, agora só falta o Gears of War e o Halo na PS3.

  7. Ninguém lembrou da publicidade da GM e as tais cores indisponíveis?

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