Mau dia para andar de transportes

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Quando as coisas correm bem, o meu percurso matinal é muito suportável. Digo muito suportável porque uma deslocação que leva 45 a 60 minutos é sempre uma perda de tempo irritante.

Mas hoje as coisas correram mal e quando as coisas correm mal, um gajo percebe que de facto os transportes públicos são uma trampa e que nada bate o conforto e privacidade do nosso carrinho onde podemos apanhar trânsito, mas em última análise dependemos muito mais de nós mesmos.

Hoje saí de casa às 9 da manhã, o que é óptimo porque significa que apanho a frequência de transportes necessária para fazer um percurso de 45 minutos e chegar ao trabalho antes das 10 que é o cut-off time de entrada para mim (não se preocupem que não saio às 17).

O painel do MTS dizia que o próximo comboio era para a Universidade e quando ele chegou, eu entrei. Erro meu, devia ter lido o destino no próprio comboio e não apenas no painel, porque o comboio era, de facto, para Corroios.

Mas não há azar, basta sair no Centro Sul (estação a que, estranhamente chamaram “Cova da Piedade”, mas não faz mal, há uma mais à frente chamada “Parque da Paz” e a partir da qual só com um helicóptero é que se acede ao dito Parque), e apanhar um comboio para o Pragal, vindo de Corroios.

Passou um: ia para Cacilhas. Depois outro e mais outro – todos para Cacilhas. O painel dizia que às 9:23 havia um para o Pragal. Chegadas as 9:23 o painel mudou para as 9:54 e continuaram alegremente a passar comboios para Cacilhas.

Meti-me num, voltei uma estação para trás, para antes da linha bifurcar e saí. O plano era então esperar por um, vindo de Cacilhas, tal como o que devia ter originalmente apanhado. Passaram vários: uns para Corroios, outros “reservados”. Para o Pragal, nada.

Finalmente o painel lá mudou para dizer que às 9:56 passaria um para a Universidade (que para no Pragal). Por esta altura já passava largamente das 9:30 e a estação cheia de gente a olhar à volta, sem saber bem o que fazer.

A linha onde correm os comboios é a mesma e ninguém percebia muito bem porque passavam comboios para todo lado, menos para onde queríamos ir. Às tantas decidi andar até à Ramalha… já tinha perdido demasiado tempo com tudo isto sobretudo por não perceber bem o que se passava e por ter estado à espera de comboios que eram anunciados no painel, mas depois não passavam.

Se eu soubesse – sei lá, por uma informação da MTS passada nos paineis – que havia uma interrupção de serviço, tinha voltado para Cacilhas e apanhado um barco. Assim, tinha passado quase uma hora, quando finalmente, na estação da Ramalha, passou um comboio para o Pragal.

Este chegou lá acima (era só mais uma estação para a qual eu já me preparava para ir a pé), saí, corri e dei com o nariz na porta acabada de fechar do comboio da Fertagus das 9:59.

O seguinte, chegou 20 minutos depois. Entrei e sentei-me em frente a uma idiota gorda, esparramada na cadeira e que se recusou a endireitar-se. Tive que ir com os joelhos encolhidinhos, porque a besta decidiu que havia de ir praticamente deitada no assento o caminho todo.

Cheguei ao trabalho às 10:50, praticamente duas horas depois de ter saído de casa e com uma vontade enorme de repetir tudo no dia seguinte… mas de lança-chamas em punho.

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11 comentários a “Mau dia para andar de transportes”

  1. Isa says:

    essa de entrar no metro de corroios por engano aconteceu-nos há dias, e a culpa foi precisamente do painel..grande fail!
    também fomos a pé pra ramalha, e o plano era continuar até ao pragal, mas tava demasiado calor e ficamos ali quietos à espera do metro..

    a frequência do metro pra universidade não anda nada famosa, já chegamos a esperar 20mn, perdemos o das 9.29 e só apareceu outro às 9.49, já para não falar da triste coincidência de horários entre o metro e o comboio, principalmente à tarde.. tá o comboio que vem de lx a chegar e o metro que vai para cacilhas a chegar, é impossível apanhar, depois toma lá 10mn de seca..

    mas pronto, continuo a preferir este percurso..

  2. eu empresto-te o meu lança chamas..

    so para meter nojo.. eu saiu de casa, ando 10 minutos a pé e chegou ao trabalho.. :)

    ha ha ha ha ha

    P.S: Viste viste?? A OBRA DE ARTE do FALCÃO?? :D

  3. Tiago Santos says:

    Ando diariamente de Fertagus + Metro para a faculdade e não tenho muitas queixas.

    Neste dia quando cheguei ao Pragal estava uma ambulância parada na linha do metro e estavam 3 metros parados. Não percebi o que se passou porque quando cheguei a ambulância já estava de saída. Provavelmente um acidente ou alguém se sinto mal como acontece diariamente no trânsito mas aí com muita mais frequência.

    Concordo que se os clientes fossem informados que percebiam e aceitavam melhor. Em parte é culpa da falta de comunicação das empresas de transportes mas também da sociedade que permite que se dê tempo de antena nos noticiários das TVs e rádios para informar sobre o trânsito e nunca há uma informação sobre os transportes públicos. Excepto quando há greve e que vão mostrar o caos nos transportes.

    Cumprimentos e melhores viagens. :)

    • Olha, pois, isso explica o que se passou. Mas de facto teria sido simpático passar alguma informação nos painéis.

      Eu gosto bastante do MTS e Fertagus, este dia foi de facto um azar, mas que mostra bem que quando algo falha nos transportes públicos o caos instala-se.

  4. Bintxa says:

    Eu já me tramei VÁRIAS VEZES COM O METRO! Já fui para estação apanhar o metro 20 minutos antes de entrar (sim eu tenho essa vantagem), nunca passava metro. Até que aprendi a descer, mas levar a chave do carro. Quando ele não vem, vou de carro. Das outras vezes tive que ir a casa buscar a chave. O problema é aquele tempo que perdemos a pensar: vale a pena ir buscar as chaves do carro? e se entretanto o gajo vem? e se eu estou a entrar no prédio e ele passa? E com isto tudo já passaram os 20 minutos e os 30 e os 40 e vou de carro à mesma e gramo o trânsito da Piedade que é para não ser parva!

  5. Nelito Carrapito says:

    yep. foi alguem que se sentiu mal num comboio. eu fui a pé da ramalha até ao pragal

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