Agora que deixámos bem claro que somos bons, vamos avançar para um novo volume desta obra de valor incalculável: o dicionário de cromos de centro comercial.
Os tempos actuais são extraordinariamente propÃcios ao aparecimento de putos betos. Nunca houve tamanha abundância de parafernália beta para fornecer esta categoria e nunca os putos tiveram tanto poder de compra. Um qualquer passeio por uma qualquer centro comercial ajudará a constatar isso mesmo.
Os Putos Betos são fáceis de detectar: Pullover Tommy Hilfiger, Chinos caqui e, claro, camisa Sacoor.
Os Betos sempre foram Betos, os dreads já foram outras coisas: Hippies, por exemplo. Embora esta associação deva provavelmente irritar os Dreads… e os Hippies. Mas no bom estilo desta publicação… quero que se lixem.
Assim, de fatinho de domingo, que antigamente servia para ir à igreja ou ao futebol, os Domingueiros fazem a sua peregrinação ao centro comercial mais próximo. Mas o que vão eles comprar?
Mas… nada! Comprar?
Os Domingueiros vão para o centro comercial passear! Porque aquilo sim, são ares! E que vista!
Estamos no final push para a nossa mudança que, esperamos, estará concluída na próxima sexta-feira.
Que grande confusão que é mudar de casa!
A nossa sala amarela, que tem oito metros quadrados, está cheia até acima de caixotes. E digo até acima quase literalmente, porque os caixotes só por pouco não tocam no candeeiro.
Já desmontámos as duas estantes da sala, quatro móveis já foram para a Marta e a Bela já veio recuperar o seu louceiro, ou pelo menos metade e a outra metade já foi fora (entretanto um funcionário da CMA veio-o buscar com o seu carrinho de mão, para uma renovada existência, quem sabe). O Cunhado ficou com uma estante que lhe deu jeito e o meu sogro veio hoje buscar o nosso roupeiro (a casa nova vem com dois roupeiros incluídos).
O mais cansativo é a sensação de que arrumamos, arrumamos, encaixotando pilha de coisas atrás de pilha de coisas e nunca conseguimos acabar.
Hoje devo ter enchido cinco ou seis caixas com livros, CDs e bugigangas diversas do escritório e no entanto, aqui sentado agora sou capaz de jurar que não tirei de cá nada! Começo a sentir um leve pânico ao imaginar que não vai, pura e simplesmente, ser possível ter tudo encaixotado.
Mas claro que vai. Espero eu…
Nos intervalos, sentamo-nos na sala a mastigar qualquer coisa e a ver mais uns episódios da Buffy, the Vampire Slayer, season 2.
Eu estou cheio de dores de costas, desde o treino de terça-feira (200 flexões de seguida…) e carregar com coisas não tem ajudado. Agora acho que vou desmontar mais uma estante, sempre contribui para a sensação de que mudar de casa é possível… claro que não ajuda as dores de costas, mas não se pode ter tudo na vida.
Estou a escrever qualquer coisa só para brincar um bocadinho com o Firebird, o ex-Phoenix. Ou seja, um browser. É um spawn do Mozilla, supostamente simplificado, mais leve e mais rápido.
Bom, no entanto, o Firebird faz uma coisa que me apaixonou imediatamente!
Duas das minhas coisas preferidas do Moz são o tabbed browsing (mas claro) e a personal toolbar, onde posso ter os meus bookmarks organizadinhos por menuzinhos temáticos.
O Firebird pega nestas duas ideias e faz o seguinte: imaginemos que eu faço um menuzinho para todos os sites de cartoons que gosto de visitar diariamente; faço o menu, encho com links e o Firebird disponibiliza-me logo um link nesse menu chamado “open in tabs”. É brilhante! Simples e brilhante: clicando em “open in tabs”, o Firebird abre todos os sites do meu menu de cartoons, um em cada tab.
Vou comprar casa dentro de duas semanas, aproximadamente. Fiquei agradavelmente surpreendido com o anúncio, por parte do Governo, do fim da Sisa, esse magnífico imposto que nos é cobrado quando adquirimos uma casa (uma casa, sabem, esse bem de segunda necessidade).
Qual não foi o meu espanto quando, logo na semana a seguir, um coro de protestos veementes, por parte dos autarcas do nosso país, se levantou contra o fim deste imposto.
As autarquias estão preocupadas com a redução dos seus orçamentos, por deixarem de receber a Sisa. O que é de uma hipocrisia fenomenal, porque, como toda a gente sabe:
1 – As autarquias guardam os seus orçamentos durante três anos e meio, para poderem ter dinheiro nos seis últimos meses de vigência dos seus mandatos, para que possam fazer obras magníficas, como rotundas, bancos de jardim e semáforos, para ganharem votos nas eleições que se aproximam.
2 – Toda a gente sabe que ninguém paga o Sisa verdadeiro pelas casas, porque toda a gente aldraba nas escrituras, para descer o preço dos imóveis e fugir ao Sisa
3 – Sem o Sisa, ou com um imposto subsituto de valor inferior, o mercado imobiliário, que neste momento se encontra reservado aos ricos que têm dinheiro para comprar casas de 50 mil contos como investimento especulativo, poderia receber um bem-vindo impulso e crescimento
4 – Com menos impostos, as pessoas que querem comprar casas para HABITAR (e não para alugar ou vender mais tarde fazendo LUCRO), terão mais hipóteses de o fazer, pois as desepesas acessórias descem e o processo fica facilitado.
Os Municipios dizem que querem o Sisa para poderem melhorar a qualidade de vida das suas populações, mas não parecem preocupar-se com o facto de as suas populações não conseguirem comprar casas, ou verem as suas dificuldades em fazê-lo aumentadas por uma série inacreditável de despesas acessórias, que podem fazer uma casa custar mais mil, dois ou três mil contos do que o preço de venda.
Para um Municipio mil contos não são nada. Claro. Para as pessoas que eles dizem querer proteger, são. Bastante.
Claro que o Estado no meio disto tudo também não deixa de ser o proverbial “porco”. Porque quer acabar com o Sisa, no meio de não se sabe bem o quê nem com que intenções. Ao mesmo tempo, quando queremos comprar um carro em Portugal, ficamos face a face com os preços mais altos da Europa, graças à aplicação de dois impostos, o Imposto Automóvel e o IVA… ainda por cima um sobre o outro.
E também vivemos num país em que o Estado usa o dinheiro dos impostos para gastar em estádios de futebol (são 10, para o Euro 2004), onde só os acessos rodoviários vão custar 80 milhões de euros. São 80 milhões de euros, para construir estradas para as pessoas poderem chegar ao estádio e ir à bola.
Afinal, o Futebol continua a justificar um investimento significativo por parte dos nossos governos. Talvez acabando com a Sisa, pudessem passar o orçamento dos estádios e respectivos acessos rodoviários às Câmaras Municipais e assim ficava toda a gente feliz.
Pergunto-me, se com todo este investimento no Futebol, o Governo terá alguns planos especiais para promover o Fado e a Família.
Estamos no final push para a nossa mudança que, esperamos, estará concluída na próxima sexta-feira. Que grande confusão que é mudar de casa! A nossa sala amarela, que tem oito metros quadrados, está cheia até acima de caixotes. E digo até acima quase literalmente, porque os caixotes só por pouco não tocam no candeeiro. Já […]
Vou comprar casa dentro de duas semanas, aproximadamente. Fiquei agradavelmente surpreendido com o anúncio, por parte do Governo, do fim da Sisa, esse magnífico imposto que nos é cobrado quando adquirimos uma casa (uma casa, sabem, esse bem de segunda necessidade). Qual não foi o meu espanto quando, logo na semana a seguir, um coro […]