Star Wars Episode VII – The Force Awakens


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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Nasci em 1973. Alguns anos depois estive numa sala de cinema a ver um filme chamado Star Wars. Na altura não lhe chamávamos Episode IV, nem A New Hope, nem percebí­amos muito bem porque raio uma série de filmes começava no quarto episódio.

Tenho memórias muito vagas da altura, como é natural, não teria cinco anos acabados de fazer, se tanto. O meu pai sugere que talvez tenha sido no Condes, nos Restauradores, onde agora é o Hard Rock Café. Eu tenho ideia que sim, terá sido na Avenida da Liberdade – apostaria no Tivoli, mas sem certeza. Mas o que não me sai da cabeça é a enorme e obscura figura do Darth Vader e a sua mecânica respiração.

Desde aí­ e todo o resto da minha vida, Star Wars foi uma paixão. Vi os três filmes incontáveis vezes. Fiquei desiludido com os três que o Lucas mais tarde vomitou, nunca entendi a necessidade das edições especiais (para além, claro, de vender mais DVDs) e afianço com certeza absoluta que o Han disparou primeiro.

Citações, cenas, personagens, locais, naves, acontecimentos, folclore e grafismo do Star Wars fazem parte das décadas da minha vida e quando soube que ia ser feito um novo episódio fiquei entusiasmado, embora apreensivo. Depois, soube que o George Lucas não teria nada a ver com ele e a apreensão diminuiu. Quando soube que JJ Abrams seria o realizador do episódio VII, o entusiasmo voltou a ser dominante.

À medida que saí­am trailers e imagens, o dito aumentava na proporção directa da expectativa. Seguiram-se meses de espera, com pouca informação e, confesso, sem desejar muita mais, porque a expectativa ditava que visse o filme virgem de spoilers ou preconceitos sobre o que seria esta nova aventura na tal galáxia muito distante, onde tudo já se passou há muito, muito tempo.

Assim, na quarta feira, dia 16, ausentei-me desta grande casa que é a Internet. Desinstalei o Facebook do meu telefone, não acedi pelo browser, não fui ao Twitter, não abri sequer o Instagram. Mantive-me o mais distante que conseguia de sites e e-mail e até instalei uma extensão no Chrome que me bloqueava sites que pudessem conter spoilers. No sábado, 19 de Dezembro, sentei-me no cinema para finalmente ver o filme. Éramos três gerações: os meus pais, eu e a Dee e os nossos filhos. Três gerações unidas por uma aventura espacial.

E que aventura…

Spoilers

Notarão que fiz uma introdução razoavelmente longa. Não foi por acaso, foi para que houvesse alguma separação entre o tí­tulo deste post e a secção que se segue que conterá spoilers. Têm aqui um aviso de que os spoilers poderão abundar e portanto não se queixem se lerem aqui um spoiler. A sério. Se não viram o filme, voltem para trás e vão ver, voltem depois para ler isto.

Star Wars Episode VII – The Force Awakens

Vou dizer já, porque há coisas que não vale a pena adiar: quem não gosta ou não tem interesse no Star Wars está í  vontade. Cada um sabe do que gosta e já não tenho paciência para discutir gostos a esse ní­vel. Mas – e isto é um mas significativo – quem gosta de Star Wars e não gosta do Episode VII é parvo.

Sim, tu aí­: foste ver este magní­fico filme e não gostaste? És parvo. És do sexo feminino? Parva.

Não estou a falar dos anormais a quem os jornais pagam para escrever vómitos sob a forma de letras e frases que se assemelham a crí­ticas de cinema e que só podem gostar de dramas francófonos, como tal, classificando o The Force Awakens com uma estrela. Essas pessoas nem o meu desdém merecem, porque já são tristes por natureza e não é a mim que me apoquentarão (nem tão pouco eu a eles). Mas, jovem, se és um fã do Star Wars e não gostas deste mais recente episódio, a sério… algo se passa no teu cerebelo, ou coisa que o valha. Vai lavar os olhos com lixí­via e regressa ao cinema.

O sétimo episódio da saga Star Wars é muito difí­cil de classificar em relação aos três originais. Sim, claro que é vastamente melhor do que os episódos um a três, mas isso não seria difí­cil. Também me parece bastante claro que é melhor que o Jedi (Return of the), mas e em relação aos episódios IV e V? Difí­cil!

O primeiro filme é o primeiro. É o filme que conta toda uma história, com princí­pio meio e fim, porque o Lucas não sabia se alguma vez seria pago para fazer mais filmes. O filme vale por si só, apresenta os personagens principais, as naves icónicas, as batalhas espaciais, a Força, os sabres de luz, o Império e a Rebelião e faz tudo isso competente e satisfatoriamente. Mas o Empire Strikes Back traz o drama. As revelações inesperadas, a perda, a humanidade dos personagens, a dúvida e, claro, entranhas de Tauntaun.

Eu colocaria o Episódio VII a par quer do IV, quer do V. A verdade é que o episódio VII é um dos melhores filmes de Star Wars jamais feitos. E ao fim de seis filmes, isso é dizer muito, sobretudo se tivermos em conta que arruma a um canto as últimas três tentativas produzidas pelo criador da série.

O que é bom neste filme?

Tudo. Mas vou tentar ser mais especí­fico:

O iní­cio. O filme começa com uma invasão de uma força militar, de stormtroopers, a uma aldeia de um planeta qualquer. Nesta cena há sangue. Sangue num Star Wars. Depois, há uma execução em massa da população inteira de uma aldeia.

À saí­da do filme, ouvi um energúmeno comentar com um amigo: “epá, não é mau, mas pronto, é Disney”. Se por “Disney” queremos dizer que é fofinho e amoroso (esquecendo que a Disney, através da Miramax, financiou o Pulp Fiction), então eu relembraria: mass execution of innocent villagers by fucking stormtroopers.

O personagem Finn.

Finn recusa-se a disparar sobre a multidão e está completamente perdido no meio da batalha, com o capacete manchado de sangue de um dos seus camaradas. Torna-se então um desertor da Primeira Ordem, em fuga para o mais longe possí­vel, mas que não resiste a juntar-se í  luta comum do bem contra o mal.

The Force Awakens - Finn

A luta comum do bem contra o mal. O tema do Star Wars. O lado luminoso e o lado obscuro. Porra, é para isto que vemos Star Wars. Os bons e os maus. Os sabres de luz azuis ou verdes, contra os vermelhos. Os X-Wing, com ar de velho avião, contra os TIE Fighters, que parecem naves futuristas. Os pilotos de fato-macaco laranja, contra os pilotos em complicadas armaduras de voo. E eu podia continuar por aí­ fora. Isto é o Star Wars e isto é, essencialmente, o The Force Awakens.

O Poe Dameron, o melhor piloto da galáxia, porque… o que é o Star Wars sem grandes pilotos e naves rápidas? I can fly anything! E assim é. Vemos pouco dele, mas o que vemos é o que gostamos de ver: dogfighting with spaceships, motherfucker!

The Force Awakens - Poe Dameron

Continuo? Bah, isto já vai longo, mas o blog é meu e eu estou a ficar sem cuecas lavadas de tanto fantasiar com o novo Star Wars.

Rey! Holy shit, Rey. A Daisy Ridley é fofinha! Apetece apertar-lhe as bochechinhas e partilhar cupcakes coloridos com ela e parece que nasceu a fazer uma personagem do Star Wars. A Rey é a heroí­na do filme. Ela é o centro da atenção, como o Luke Skywalker o era no Episode IV. Ela anseia por sair do seu planeta arenoso, é uma excelente piloto e – para os mais distraí­dos – é ela que tem um… despertar da Força. (É o tí­tulo do filme, seus burros que comentam que não se percebe como é que ela de repente tem poderes).

The Force Awakens - Rey and BB-8

Han Solo e Chewbacca. Estes dois personagens regressam ao filme como se de lá nunca tivessem saí­do. O Harrison Ford faz de Han Solo, não finge fazer de Han Solo, não está contrariado a representar o papel, nem tão pouco parecem brilhar-lhe os olhos por ter encaixado mais não sei quantos milhões de dólares por esta participação. Nada disso… neste filme, entra o Han Solo. O Han Solo abate stormtroopers sem sequer fazer pontaria, diz “I have a bad feeling about this”, reencontra-se com a Leia, num momento que só não é absolutamente perfeito porque a Carrie Fisher está destruí­da por dentro e por fora e, claro, morre, numa das melhores cenas do filme.

The Force Awakens - Han Solo and Chewbacca

A morte do Han Solo é tão bem encaixada na história do filme e até dos filmes seguintes, que quase não choca. Nós já sabemos que ele vai morrer. Nós sabemos, por causa de mais um personagem espectacular, provavelmente o melhor personagem do filme, a par da Rey: Kylo Ren. Nós sabemos que ele tem que matar o pai, porque precisa de cometer um acto vil que elimine as suas dúvidas e hesitações.

Porque o Ben Solo é um personagem profundamente tosco. Todo ele é tosco. Quer passar para o lado obscuro, mas tem muitas dúvidas. Quer seguir as pisadas do aví´ Vader, mas não passa de um miúdo imberbe. Usa uma máscara desnecessária apenas para intimidar e até o seu sabre de luz é um risco trémulo, mal acabado.

The Force Awakens - Kylo Ren

E mais? A coragem de Abrams em deixar o Luke Skywalker quase completamente fora deste filme. O momento em que o Mark Hamill se vira e tira o capuz e faz um dos melhores papéis da sua carreira sem dizer uma palavra, simplesmente porque está tudo certo com esta história, aquele momento e as dúvidas e teorias que deixa no ar para o filme seguinte.

É um cliffhanger que me deixa com vontade de ver o episode VIII e não um daqueles momentos em que suspiramos: “estes gajos fizeram isto só para poderem fazer outro filme”.

O que é mau neste filme?

Muito pouco.

Os personagens CGI continuam a não me convencer. Felizmente, há poucos. Mas os que existem, tiram-me sempre um bocadinho da suspension of disbelief que é tão fulcral numa fantasia espacial deste calibre.

O Supreme Leader Snoke. Eu gosto do Andy Serkis, mas o problema é que por ser ele, o Supreme Leader Snoke acaba por parecer um bocado o Gollum. E depois… ver acima sobre personagens CGI. Além de que a mim me parece sempre fofinho, o Supreme Leader Snokey Wokey.

Finalmente, os parvos que não percebem nada de Star Wars e acham que todas as referências ao original são pontos negativos, que a história devia ser a de um de centenas de livros merdosos escritos ao longo dos anos ou que simplesmente não se calam e absorvem a espectacularidade que este filme é.

Mas, essencialmente, o filme é bom. Muito bom. Quero mais.

Em suma

Este filme rasgou-me um sorriso de orelha a orelha. O BB-8. Os duelos de sabre tal como devem ser: pesados, duros, difí­ceis e não bailaricos imbecis com saltinhos e cambalhotas. Os cenários e adereços fí­sicos em substituição de desenhos animados por todo o lado. Os personagens, a história… o humor! As piadas são todas boas, bem metidas, no ritmo certo. O sentido que tudo faz, sem que existam pontas soltas por aí­ além, ou nenhuma inverosimilhança gritante.

Naves, armas de laser, heróis e vilões, canhões dantescos, impossible odds, drama e um Wookiee. A única coisa que falta agora… é ir ver outra vez… e outra vez e outra vez, enquanto espero pelo Episode VIII!

(Visitem o screenrant.com de onde pedi emprestadas a maioria das imagens)

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Chewie


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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Chewie

“That’s ’cause droids don’t pull people’s arms out of their sockets when they lose. Wookiees are known to do that” – Han Solo

Quase três semanas internado, a soro em cada uma das quatro patas í  vez, a tomar antipirético, anti-emético, quatro ou cinco antibióticos diferentes, o Chewie fez raio-x, inúmeras análises sanguí­neas, alimentação forçada e até uma efusão pleural que teve que ser drenada. Ultrapassou uma panleucopénia, mas manteve a febre, continuou sem comer e apanhou um caliciví­rus. Fraquí­ssimo e com tremores, achámos que, depois da panleucopénia, acabaria por sucumbir a alguma outra coisa.

Testou-se para FIV e FeLV e eu aguardei os resultados em pleno ataque de ansiedade no gabinete da veterinária (because of course), mas os ditos vieram negativos. Apostou-se na PIF, que encaixava nos sintomas e seria a condenação do gato.

Mas não era PIF, o exame veio também peremptoriamente negativo. Testou-se então a toxoplasmose, mas também essa estava negativa.

Até que o Chewie começou a comer. Primeiro pouco, depois um bocadinho mais. No hospital veterinário começaram a deixá-lo sair da jaula e aos poucos foi conquistando os colos de quem apanhava a jeito.

Na sexta-feira passada, dia 11, voltei de uma viagem de trabalho e dei com ele em casa. Fraquí­ssimo, quase incapaz de andar, com as quatro patas rapadas e cobertas de crostas, com uma falha de pelo no tórax da remoção do lí­quido da pleura e muito desanimado.

Desde esse dia, na semana que se seguiu, tem melhorado sempre. Cada vez mais animado, a comer maiores quantidades e já começando a dar as suas patadas em fios e peças de Lego. Ainda está muito trí´pego, mas as patas de trás parecem estar a ficar mais fortes. Agora que já se sente mais móvel, está a começar a arrancar as crostas das patas, claro.

O Chewie foi tratado no SOS Vet, onde já vamos há anos e inúmeros dos nossos gatos foram tratados e até de onde veio o Jones, o mais velho que ainda vive connosco. Todas as médicas, médicos e auxiliares foram impecáveis e incansáveis com o nosso gato de quatro meses, feito num oito, mas decidido a não ceder. Fizeram tudo o que podiam para que se safasse, aturaram os donos em visitas constantes e sessões de mimos e foram muito para além do que se pode esperar ou pedir de um hospital veterinário. Por isso, por termos o nosso gato de volta em casa e a recuperar, obrigado.

E agora… vamos ver no que ele se mete a seguir!

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Gatos


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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Sou um gajo de gatos. Desde miúdo que o sou e continuo a ser. Recentemente, um gato em particular entrou na minha vida, na vida da minha famí­lia e ninguém lhe ficou indiferente. Um pequenito, nascido no campo, ali perto de Grândola, cuja mãe o trouxe, com os irmãos, para estarem seguros perto da casa dos meus sogros.

É um gato amarelo, felpudo e de patas largas, chamado Chewie – o nome foi daqueles que me saltou í  ideia e que colou imediatamente.

Há muitos, muitos anos, vivia no Algueirão e por lá andava um gato de rua, chamado Carlos Lopes. Não era bem o nosso gato, acho que éramos mais os humanos dele. Por essa altura, tive o meu primeiro gato, o Nuno e havia também um gatarrão que por lá andava, de original nome Snoopy.

Quando vivemos no Alentejo, em Mourão, tí­nhamos o Spock. O Spock foi atacado por um pastor alemão e “eutanasiado” í  paulada pela Dona Rosa. Eu tinha 6 ou 7 anos e ainda me lembro da cena – coisa simpática para um miúdo pequeno.

A ordem das coisas já está um pouco confusa na minha cabeça, mas se não me engano, no regresso ao Algueirão, havia a Panqueca, que teve dois gatinhos, a Mascarilha e o Gin Tónico (o meu pai chamava Gin Tónico a todos os bichos, se pudesse) e a Pantufa, adoptada pelos meus pais num dia de Banco no Hospital.

A Pantufa veio connosco para Almada e viria a viver 18 longos anos. Morreu í  minha frente, quando já não havia nada a fazer por ela. Então, veio a Michelle. Uma criatura minúscula e completamente parasitada por dentro e por fora, que encontrámos em cima da roda de um carro, uma noite, em Almada.

Tinha tantas pulgas e lombrigas que foi uma verdadeira batalha limpá-la. Há um ví­deo muito antigo, feito com uma daquelas camcorders gigantes, de várias pessoas da famí­lia a catar a gata, depositando as pulgas num alguidar cheio de água.

A Michelle viveu 20 anos! Morreu há pouco tempo, já na nossa actual casa e ainda viu nascer o Tiago e a Joana.

Em 1998 casei-me e fui viver com a Dalila. Connosco foram a Michelle, a Amarela e a Branca (sim, uma gata amarela e uma gata branca, que foram com a Dalila). A Branca não se adaptou bem na nossa casa e voltou para os meus sogros. Acabaria por morrer ainda relativamente nova, com um tumor. A Amarela viveu muitos anos, não me recordo exactamente quantos, uns 18.

Na nossa primeira casa, adoptámos a Scully, uma gatinha que nasceu nas traseiras do prédio e veio ter comigo um dia quando voltava do trabalho. Viveu 14 anos, que parece pouco, mas é, no fundo, a esperança média de vida de um gato.

No meio da rua, em Alfama, encontrámos a Ripley, atropelada. Infelizmente, embora tenha recuperado bastante, estava com uma pneumonia e tinha imunodeficiência e não sobreviveu.

No veterinário onde levávamos as gatas (e onde ainda vamos, quase 20 anos mais tarde), estava a certa altura uma banheira cheia de gatinhos que alguém tinha atirado para um contentor de lixo. Adoptámos o Coffee e a Cream, mas nem um nem outro resistiram mais do que dois ou três dias.

Na ida e vinda do veterinário para os tentar salvar, trouxémos uma gatinha já mais crescida, amarela, a Ginger. Uma gata cheia de energia, que estava a viver na nossa sala, antes de se adaptar í s outras. De um dia para o outro, a Ginger adoeceu e morreu em 24 horas.

Numa questão de dias, adoptámos três gatos que morreram em pouco tempo, apesar dos nossos cuidados. Determinados, voltámos ao veterinário, onde já sobravam poucos gatinhos na tal banheira (talvez fosse uma caixa, a memória já me falha). Um deles saltava, punha-se de pé e miava freneticamente.

Levámo-lo para casa e, no meio de tanta morte eu disse que se este sobrevivesse seria o Jones, como o gato do Alien, que, juntamente com a Ellen Ripley, é um dos únicos sobreviventes. E assim foi. O Jones foi alimentado a biberão por nós e agora trepa-nos para o colo, deita-se de costas e chucha na nossa roupa. Tem 13 anos.

Quando perdemos o nosso primeiro filho, Alex, em 2005, a Dalila, por tudo isto que eu já escrevi e também provavelmente por reacção, adoptou três gatos.

A Buffy e a Nikita estavam numa gaiola, numa loja de plantas e rações, para dar. E ela levou ambas para casa. O House, estava no meio da rua, todo escafiado, provavelmente atropelado. Também o levou para casa, tinha bacia partida, hemorragias diversas e uma infecção urinária. Tratámos dele e agora anda por aí­, com um andar esquisito, como o seu homónimo Dr. House, mas impecável.

Voltamos ao Chewie.

me_and_chewie

No verão, depois de pensarmos bastante, já apenas com quatro gatos cá em casa, decidimos ficar com o tal gatinho amarelo alentejano. Por tudo o que se percebe do texto acima, mas também muito porque os nossos filhos adoram os gatos e achámos que ia ser bestial para eles terem um gatinho bebé em casa, enquanto ainda são miúdos.

O Chewie é um gato a sério. É brincalhão, como é apanágio dos pequeninos, é temerário com os gatos mais velhos, como é esperado num animal territorial, ainda por cima macho, é paciente com os miúdos, que adoram andar com ele ao colo pela casa e é afectuoso com toda a gente, sempre de motor ligado, a dormir de barriga para o ar, ao pé de nós.

Desde dia 24 que o Chewie está internado com uma panleucopenia, no mesmo veterinário onde já fomos tantas vezes, com tantos gatos, por tantas razões. É uma doença fatal, com uma taxa de mortalidade muito elevada e cuja recuperação depende apenas dele. Sabemos que está a ser bem cuidado, os sintomas e as infecções secundárias estão a ser tratados, prevenidos e controlados, mas é apenas o corpo do bicho de cerca de quatro meses que tem que fazer o que puder para se manter vivo e rechaçar o ví­rus.

Cada dia que o Chewie sobrevive, é mais um pontinho a favor, é um ligeiro aumento na probabilidade que se safe. E a única coisa que esta famí­lia quer agora, é o nosso gatinho de volta.

Gostava de poder dizer, em breve, com a voz de um Harrisson Ford envelhecido: “Chewie, we’re home”

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Enter Kwamecorp


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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Não é particularmente fácil falar do que eu quero falar sem falar de imensas coisas de que não me apetece falar. Digamos portanto que é uma espécie de terreno minado, sendo que as minas estão mais ou menos assinaladas e eu posso saltitar por entre elas, não deixando no entanto de correr o risco de me desequilibrar e cair em cima de uma delas.

No iní­cio do mês de Outubro deixei de trabalhar no SAPO e pouco depois, deixei de ser funcionário da PT. Ao fim de 12 anos, demiti-me para aceitar uma nova oportunidade, noutra empresa (já lá vamos).

Doze anos de qualquer coisa é muito tempo de qualquer coisa. Doze anos de vida, de um emprego, de pessoas, de locais, de hábitos e rotinas é mesmo muito tempo. E precisamente por ser tanto tempo, não se pode definir de forma particularmente sintética.

Trabalhar no SAPO não foi uma coisa, foi muitas coisas, foi ser um gajo que fazia uns banners, gravava umas páginas do browser para fazer correcções no código (e tentava não ter muita comichão com isso), foi desenhar sites e aplicações, í­cones, logos e ilustrações, escrever código em barda, foi fazer lobby para que a equipa de design deixasse de estar no editorial e passasse para o técnico, foi ajudar as pessoas a integrar-se, a ter melhores oportunidades, a aprender coisas novas, foi fazer cenografia e decoração, desenhar o Codebits, fazer t-shirts e merchandising, foi até cozinhar nuclear tacos e fazer umas boas centenas de pessoas sofrer.

Foi uma série de outras coisas menos boas, como não podia deixar de ser, alguns conflitos com pessoas, frustração com projectos, cansaço, desilusões ocasionais e várias outras coisas que fazem parte de qualquer relação que se tenha na vida, seja pessoal ou profissional.

O SAPO era uma direcção da PT (e ainda é…), e como tal começou aos poucos a ser afectado pela crise que a empresa sofreu nos últimos dois anos. Apesar de termos uma cultura própria e uma espécie de barreira defensiva daquilo a que vulgarmente se chama a PT Profunda, não havia maneira de ficarmos incólumes ao que se passava naquilo que era, de facto, a nossa empresa.

Mas eu não vou aprofundar-me em pormenores obscenos sobre o que se passou e continua a passar na PT, porque não sou esse tipo de gajo e também porque quando eu senti que o ní­vel de conforto tinha descido o suficiente para mim, fiz o que achei que devia fazer e saí­. Também não me armo em herói, saí­ porque me surgiu uma excelente oportunidade na altura certa.

Enter Kwamecorp

kwamecorp

Numa série de coincidências simpáticas (em que o Facebook foi instrumental), re-encontrei-me com um velho amigo que já não via há anos. Bebemos umas imperiais e conversámos sobre o passado e o presente, o trabalho, as empresas e as famí­lias. Ele, designer, actualmente na Kwamecorp, um colectivo de designers e engenheiros com escritórios em várias cidades, equipa em Lisboa e vários projectos e clientes de peso; eu, na PT com um outlook algo cinzento.

Apenas alguns dias depois, surgiu o convite para fazer umas entrevistas. Já tendo recusado algumas oportunidades ao longo dos anos, precisamente por estar bem onde estava, desta vez senti que era algo completamente diferente: não só eu já não me sentia bem onde estava, como a KC me parecia uma empresa de excepção para trabalhar. Fiz as entrevistas, que correram muito bem e o resto é um bocadinho desta história que ainda está no iní­cio.

No dia 2 de Novembro comecei a trabalhar na Kwamecorp. O meu primeiro dia começou í s 4 da manhã, hora a que acordei para me preparar, pegar na mala e partir para o aeroporto de Lisboa. Viagem para Munique, depois para Zurique, uma semana de user testing de um projecto que depois seguiu, connosco, para Palo Alto, para uma semana de sessões de trabalho, wrap-up e entrega. Passei duas semanas em viagem, a absorver o novo trabalho, aprender nova metodologia, conhecer novos colegas e a ajudar no que podia.

Foi a chamada entrada a pés juntos.

Entretanto já estou em Lisboa, a trabalhar no escritório da Rua Garrett, num espaço porreiro, cheio de pessoas completamente doidas. Mesmo o meu tipo. O trabalho é bestial, a cultura da empresa é genuí­na e infecciosa e acordo todas as manhãs com vontade de vir para o trabalho. Com jet lag, todo fornicado dos cornos, mas com vontade de vir para o trabalho.

Com 42 anos e depois de 12 anos na mesma empresa, esta foi uma mudança significativa na minha vida profissional e agora que a abracei, tudo parece renovado, do trabalho no dia a dia, até í  simples deslocação, com o regresso í s viagens de cacilheiro e ao ambiente do Chiado.

A vários ní­veis, agora parece-me claro que estava mesmo a precisar de algo assim. Não sei exactamente o que vai acontecer a seguir, mas sei que vou estar com atenção para ver. Aqui fica ao iní­cio de um novo capí­tulo e í  curiosidade sobre o que se passará nos próximos 12 anos.

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Uma visão do mundo por um gajo que devia estar a dormir


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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Debates eleitorais com migrantes a cavalo a tourear, enquanto perseguidos por ciganos em bicicletas que não páram em semáforos, perante uma audiência de 50% taxistas e 50% condutores da Uber, em que o prémio final era uma noite com vinte refugiados Sí­rios com a garantia de que pelo menos 10% são terroristas infiltrados desde que, no fim, emergisse finalmente o veredicto de qual é o melhor gin para combinar com hamburgers artesanais de assinatura, tudo comentado pelo José Sócrates comendo fatias de pizza de pepperoni, enquanto a Joana Amaral Dias lhe conta o dinheiro, toda nua, acabando por parir em directo da CMTV, com as câmaras registando a reacção de Paulo Portas í  episiotomia executada habilmente pelo Jorge Jesus que afinal é obstetra transsexual casado com um ornitorrinco de extrema-direita.

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Star Wars Episode VII – The Force Awakens


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Nasci em 1973. Alguns anos depois estive numa sala de cinema a ver um filme chamado Star Wars. Na altura não lhe chamávamos Episode IV, nem A New Hope, nem percebí­amos muito bem porque raio uma série de filmes começava no quarto episódio. Tenho memórias muito vagas da altura, como é natural, não teria cinco […]

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Chewie


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Gatos


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Sou um gajo de gatos. Desde miúdo que o sou e continuo a ser. Recentemente, um gato em particular entrou na minha vida, na vida da minha famí­lia e ninguém lhe ficou indiferente. Um pequenito, nascido no campo, ali perto de Grândola, cuja mãe o trouxe, com os irmãos, para estarem seguros perto da casa […]

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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Não é particularmente fácil falar do que eu quero falar sem falar de imensas coisas de que não me apetece falar. Digamos portanto que é uma espécie de terreno minado, sendo que as minas estão mais ou menos assinaladas e eu posso saltitar por entre elas, não deixando no entanto de correr o risco de […]

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Uma visão do mundo por um gajo que devia estar a dormir


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Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Debates eleitorais com migrantes a cavalo a tourear, enquanto perseguidos por ciganos em bicicletas que não páram em semáforos, perante uma audiência de 50% taxistas e 50% condutores da Uber, em que o prémio final era uma noite com vinte refugiados Sí­rios com a garantia de que pelo menos 10% são terroristas infiltrados desde que, no fim, […]

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