Para um dicionário joanês

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Não é fácil criar um dicionário do que diz a Joana, acima de tudo porque a Joana se faz entender perfeitamente com palavras, gestos e mesmo frases completas, por exemplo, se quer uma batata, “pai, batata, Joana” serve perfeitamente.

Mas como o Tiago foi muito calado durante muito tempo e depois desatou a falar com tempos verbais correctos e sinónimos para evitar a repetição de termos, estamos a passar por uma coisa nova com a Joana, graças ao seu desenvolvimento verbal bem mais precoce que o do irmão.
Assim, apesar da sua dicção quase irrepreensível aos dois anos, a Joana ainda tem alguns termos giros que vale a pena registar.
À televisão, chama gijão, por exemplo. E é incapaz de alinhar as sílabas da palavra “tampa”, dizendo sempre “panta”.
Sumo é sumo, mas ainda há uma certa confusão entre o puré de fruta e o iogurte, sendo ambos atuta. Hoje já a apanhei a tentar formar melhor a palavra iogurte, mas água continua a ser auáua, continuando a tendência da fruta para colocar o artigo “a” junto com a palavra.
O seu coelhinho de chuchar que há uns meses era tati, evoluiu entretanto para yaí que frequentemente fica “sudo” e precisa de ir para lavar (felizmente, há seis iguais, para irem para o cesto da roupa diariamente, já que o peluche chuchado liberta um odor nauseabundo).
O seu próprio nome, até há muito pouco tempo “Nana”, de tal forma que os pais alinda a tratam assim de vez em quando, evoluiu há umas semanas para Joana, embora, de vez em quando, ainda saia mais Chúana.
Mas nada bate a Joana, de vestidinho acabado de por, a gritar “paieeeeeé!” e a vir ter comigo, por um pezinho em ponta, segurar na roda do vestido e dizer, “pai, chúana, mnita!” com o maior sorriso do mundo.

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Um comentário a “Para um dicionário joanês”

  1. artur couto e santos says:

    Mais contributos: “Vô! papatos!” (quando quer que eu lhe calce os sapatos); “Tiago, num mexe!” (de indicador espetado, assinalando que aquilo é do Tiago e ninguém pode mexer); “bacha” é bolacha; “caelho” é coelho. Impagável!

Responder a artur couto e santos

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