A vacina da gripe A

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Tal como informei atempadamente, não fosse a imprensa sensacionalista, perdão, a comunicação social, querer cobrir o evento, fui recentemente vacinado contra o vírus da gripe H1N1.

A vacina consta de uma injecção intra-muscular, dada no deltóide esquerdo, se a anatomia não me falha. É uma simples picada para pessoas normais e uma horrenda experiência de mutilação para aqueles esquizitinhos que têm medo de agulhas.

O líquido causa algum desconforto a entrar, mas nada de violento – uma pequena pressão.

Depois, claro, as tonturas, vómitos e ataques de caspa incontroláveis. Tentei por-me de pé, mas, incapaz, tombei espumando da boca.

Enquanto tentavam segurar-me, o meu corpo convulsionava violentamente e os meus olhos empalideceram para um cinzento esbranquiçado aterrador.

Fui injectado dezenas de vezes com sedativos, sem qualquer resultado e foi então que a minha fisionomia começou abruptamente a alterar-se perante o olhar estupefacto do pessoal de enfermagem, médicos e auxiliares do centro de saúde: à vez, protuberâncias ósseas e deformidades musculares rompiam através da minha roupa frágil perante tão repulsiva mutação.

O meu corpo, tomado pelos efeitos hediondos – não da vacina – mas dos misteriosos adjuvantes desenvolvidos pela CIA, duplicou ou, quiçá, triplicou de volume, assumindo uma aparência dantesca ou como se diz por aqui, “de meter medo aos cães”.

Por esta altura, claro, já o edifício estava cercado pela Companhia de Operações Especiais, armada com a mais recente tecnologia de combate a anomalias mutantes e monstruosidades diversas o que só demonstra – claramente – que esta vacina está a ser produzida em conluio com os Governos internacionais, pelas farmacêuticas que sabem bem o que se esconde por trás da designação H1N1 – na verdade HINI, um velho truque de substituição da letra i pelo numeral 1 – que significa nada menos que Humanos Inibidos e Neutralizados por Injecção.

Claramente, o meu caso teve alguns efeitos secundários.

Usando armamento que só pode ser classificado como futurista (sem dúvida obtido nos destroços da nave alienígena recuperada no Novo México em 1947), gasearam-me e levaram-me para um laboratório secreto, ali para os lados de A-dos-Cunhados.

Entretanto e depois de inúmeros testes que sem dúvida permitirão ao Governo apurar esta fórmula de controlo de mentes, nomeadamente eliminando os efeitos secundários ligeiros que eu senti, fui devolvido à vida do dia a dia com uma valente dor no braço e sem qualquer espécie de subsídio compensatório!

E andamos nós aqui a pagar impostos…

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14 comentários a “A vacina da gripe A”

  1. Estranho que te lembres da experiência. Eles normalmente injectam-te um composto para te esqueceres de tudo e acordares fresquinho a pensar que tudo isso foi um sonho!

  2. Dextro says:

    Bem, ao menos não voltaste de lá com vontade de comer cerebro… isso pelo menos deixa-me mais descansado.

  3. artur says:

    Não deites foguetes antes da festa!… Os efeitos secundários desta vacina começam a fazer-se sentir cerca de 3 meses depois, quando já ninguém os espera. Quando te começarem a nascer as guelras, logo percebes… (guelras é uma palavra deliciosa!)

  4. Pedro says:

    Guelras???? Também quero…

  5. jac says:

    Eu bem que te achei esquisito, quando te vi na Segunda-feira…

  6. ana maria says:

    não entendi?vc foi vacinado e teve estes efeitos colaterais? Não são divulgados.

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