Ainda a aventura da cama

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Não vou por-me com grandes resumos que não vale a pena. Quem costuma ler isto e sabe as histórias sobre o Tiago, sabe que o sono dele sempre foi a nossa grande vitória: tudo (quase) sempre muito certinho. Ir para a cama a horas certas, rotina de deitar impecável, dormir a noite toda, um descanso.

Também saberão que tentámos tirar as grades da cama uma vez sem sucesso e da segunda vez (recentemente), tudo correu muito melhor.

Isso acabou.

Não só acabou o sucesso da cama nova, como acabou o sucesso da disciplina ao deitar. Fim. Kaput.

Agora, chegadas as nove da noite – habitual hora de deitar – o Tiago nem quer ver a cama. Damos-lhe mais tempo, não vá ele agora precisar de dormir menos (muitas vezes já não dorme sesta, por exemplo). Dez da noite e recusa-se.

Dez e meia e nem pensar em ir para a cama. Onze. Nada.

A nossa estratégia varia. Vai para a cama e nós desaparecemos: quando ele sai do quarto à nossa procura, não encontra ninguém. Às vezes (como ontem), volta para a cama.

Outra estratégia, quando a nossa paciência para ensinamentos é pouca, aplica-se quando a Dee quer ir para a cama cedo; dez e meia e vai-se deitar ele vai com ela. Depois, mais tarde, eu vou-me deitar e levo-o para a cama dele.

Ambas têm funcionado razoavelmente bem. Umas vezes vai para a cama a horas mais ou menos decentes, outras vezes nem por isso. Num dia bom, não berra durante toda a rotina de deitar.

Mas a batalha do sono não acaba aqui. Se ele está a dormir na sua cama, impávido e sereno, a aposta que fazemos a seguir é: quando aparecerá ele no nosso quarto, ainda a meio da noite ou já de manhã cedo?

Umas vezes aparece às 2, outras às 5… às vezes às 6 ou 7. Hoje, Sábado, depois de uma semana esgotante de trabalho, vi-me a pé às oito da manhã e o gajo, apesar de se ter deitado na sexta já depois das 11 estava na maior.

Mais uma vez concluo que de facto, com miúdos desta idade, nada está fechado, nada está decidido. Se o Tiago sempre teve um sono bastante bom, após os primeiros meses de horários incertos, agora já não tem. Se come bem, amanhã come mal. Se faz birras, para a semana é o puto mais porreiro do mundo. Vai para a escola a pé ou só quer colo.

Gostava que algumas destas coisas começassem a cristalizar, para eu saber com o que conto porque no fundo, a imprevisibilidade é o que mais me stressa.

Bom e agora vou até ao quarto ver se tenho cama onde dormir.

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3 comentários a “Ainda a aventura da cama”

  1. Paulo Abreu says:

    Uau … consegues dormir até às 08h? E ainda te queixas!

    Se me é permitido outra abordagem, cá em casa funciona a teimosia. Não me importo de passar 3 horas a pegar nos miúdos e metê-los na cama … acho que o importante é manter sempre a mesma regra e sempre a mesma atitude perante a mesma situação. Com as crianças é preciso mostrar a firmeza necessária para entenderem que na hora da cama é para estar na cama e não para brincar.

    A minha experiência tem me mostrado que eles mais cedou ou mais tarde, mais cedo do que se possa esperar, cedem. As crianças são mestres em explorar as fragilidades dos adultos.

    Em relação às visitas nocturnas aqui a regra também sempre foi clara … visitas só de manhã na altura de levantar.

    • 8 de sábado, quando esperava poder dormir mais uma horinha. Mas como eu escrevi pode ser às 5 ou 6, pode ser às 4 ou mesmo às 2.

      Nós também educamos por teimosia, mas se tu tens paciência para passar 3 horas a metê-los na cama eu, sinceramente, não tenho. Chego a casa entre as 8 e as 9 da noite, jantamos e depois quero-me sentar um bocado no sofá antes de ter que ir para a cama para começar tudo de novo. Não tenho pachorra.

  2. PF says:

    Como eu te compreendo caro Pedro, lá em casa passa-se o mesmo e uma coisa te vou já adiantando, vai piorar.

    Eu já chego a deitar-me às 21:30, com ele na cama dele e dou por mim ás 23:00 a acordar e ir para o computador trabalhar até ás 3 ou 4 da matina. Mas demorou apenas uns 20 minutos até ele adormecer.

    Cada um tem a sua forma de encarar o “problema”, eu cá vou pela abordagem vou-contigo-mas-é-para-dormir.

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