Missão in… fantário

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Quando o Tiago nasceu, o nosso plano era que ele ficasse em casa, com a mãe, até aos três anos. Seguir-se-ia um ano de infantário, dois de pré-primária e depois a escola.

Há lógica por trás desta ideia: prós e contras, pesos e medidas, teorias e práticas. Ou seja, não era um capricho nosso e achávamos (e ainda achamos), que faz sentido.

No entanto, em tempos mais recentes, começámos a deparar-nos com outras ideias; por um lado, a Dee não tem tempo livre suficiente para trabalhar, apesar de o fazer em casa, tendo o Tiago por perto. Tem que gerir muito bem o tempo, fazer grande parte do trabalho de noite, quando ele já está na cama e acaba por não conseguir ter produtividade nenhuma. Por outro lado, começámos a pensar que seria bom para o Tiago ter contacto com outros miúdos que parecem suscitar-lhe curiosidade.

Verdade seja dita: quando os ditos miúdos se aproximam demasiado, ele começa logo a deixar de lhes achar piada. Mas talvez com a experiência de estar num infantário, a coisa pudesse ser melhor explorada.

Assim sendo e tendo em conta que a época de inscrições para o próximo ano lectivo começa em Maio, decidimos aproveitar que eu estou de férias para investigar a nossa zona em termos de creches e afins.

Encontrámos seis que nos pareceram valer a pena investigar melhor. O primeiro, que é o mais perto da nossa casa, no topo da avenida, não tem vagas – como é óbvio. Não é muito caro, é muito perto e parece ter bom aspecto e reputação e como tal, não tem vagas. Adiante.

Dos seis ficámos com cinco, um dos quais não encontramos online, nem nas páginas amarelas, pelo que nos sobraram quatro com quem marcámos visitas.

Fomos hoje aos dois primeiros e viemos de lá completamente desgastados. O Tiago detestou, quer um quer outro, fazendo uma coisa que nunca costuma fazer: chorou o tempo todo.

Ele detesta ir ao pediatra, mas não começa a chorar na sala de espera – é mesmo só quando o deitam na marquesa. No entanto, nos infantários, chorou o tempo todo, sempre ao colo do pai ou da mãe e sem achar piada nenhuma às educadoras, miúdos, brinquedos ou decorações típicas dos sítios.

Como é óbvio, a reacção adversa do Tiago não ajudou nada ao nosso stress latente com toda esta situação. e voltámos das visitas cansados, confusos e sem conseguir tomar uma decisão clara.

Há quem diga que o infantário é bom para eles, há quem diga que é essencial, há também quem diga que não serve para nada ou que faz pouca diferença. Há os que defendem que a socialização é importante nestas idades e há também os que acreditam que antes dos 3 anos, os putos não ligam muito a isso.

Quanto a nós, continuamos a achar que talvez seja bom para o Tiago e gostámos dos sítios.. mais de um do que do outro. Evidentemente, o que gostámos mais é, também, o mais caro: 260 euros de inscrição anual e uma mensalidade de 305 euros, sem incluir transporte (mais 55 por ida e volta, 30 só um dos sentidos).

É… puxado. O outro sítio tem uma mensalidade mais baixa, mas não muito mais: menos 45 euros; e fica consideravelmente mais perto de casa, mas houve qualquer coisa ali que não nos convenceu.

Amanhã vamos ver mais dois, novamente um perto e um longe de casa, mas cheira-nos que, desta vez, os preços serão ambos mais altos que os dois que vimos hoje.

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12 comentários a “Missão in… fantário”

  1. tatas says:

    estou em casa com o puto desde que ele nasceu e não tenho que trabalhar como a Dee e o puto até nem é complicadinho e tenho dias em que estou mais cansada que um respigador.
    quando está bom tempo passamos a vida na rua, na praia, no parque etc e ele fica muito bem, qd está mau e ele fica em casa todo o dia começo a notar-lhe, e em mim tb, um mau feitio crescente… ui
    para além disso ele adora putos, como tal no próximo ano lectivo já vai, só de manhã durante e depois logo se vê.
    eu acho que os berçarios não fazem bem a ninguém, acho que irem para a escolinha por volta do ano e meio dois anos é o ideal, digo eu que sou mto entendida em pedagogias 8)

  2. Macaco says:

    Pois, era a nossa ideia, ele entrar no próximo ano lectivo, em Setembro, que é mesmo quando faz ano e meio.

    No entanto, os infantários que estão abertos todo o ano têm vagas para agora, o que abalou um bocado os nossos planos.

    E concordo, berçários só mesmo pela ditadura do trabalho e pelas mães que não têm outro remédio. Mas a creche pode ter mais piada para eles.

  3. Macaco says:

    Esse visitámos hoje. À tarde vamos a mais um e depois provavelmente sairá novo post sobre o assunto :-)

    O barquinho está à frente, na nossa lista.

  4. Tágide says:

    Boa tarde!
    OLha eu tb fiquei com os meus filhos, até por volta do ano e meio e depois fui visitar vários colegas.
    E naquela altura, hehehe já vão 15 anos e como moro em Almada, achava que como viviamos numa cidade que os meus filhos deveriam andar na escola no campo.
    Então comecei a procurar. O Colégio do Vale horrível, os bebés estavam sozinhos. Guadalupe idem (note-se que todos no campo +/-). Agora um que achei excelente, o Arte Mágica, na Verdizela (acho que agora estão a construir de novas inst.) construído para ser colégio de raiz, com muitas entradas de luz natural, and so on, deixaram-me visitar tudo, inclusive cozinha que muitos não deixaram. Apelavam muito à participação dos pais, nada do tipo depósito.
    Heheheh tb não tenho comissão.
    Espero que encontrem o que vos agrade e boa sorte. Sorry um post tão grande

  5. Susana says:

    Olá!
    Esses 300 euros incluem alimentação? É que se inclui não é caro… Também não é barato, mas quando não são ipss, nunca são baratos… E como é de fraldas, toalhetes e cremes,estão incluídos? Prolongamentos? A maioria das instituições cobra se fores buscar o puto após as 16:30h ou o deixares de manhã antes das 9…
    Outra coisa importante é pedires as ementas, a actual e as passadas para veres se são jeitosas ou se comem douradinhos dia sim, dia sim (estou a exagerar, lol).
    É uma angústia… e digo eu que até confio nas creches, talvez por estar mais ou menos por dentro…

  6. Joana says:

    O nosso João ainda não nasceu e já está pré-inscrito em 3 infantários, confesso que me assusta deixar um bebé de 4/5 meses o dia todo no berçário, mas como dizes a ditadura do trabalho não nos dá qualquer hipotese sobre esse assunto.

    E é muito estranho inscrevê-lo com esta antecedência toda…

  7. moika says:

    Sou Educadora de Infância e trabalho na valência de Creche e como vivo intensamente esta minha opção de vida, quero deixar aqui a minha opinião! :D

    Primeiro, é muito injusto as pessoas dizerem que o berçário não serve para nada. O berçário faz bem a muita gente, ao contrário do que se pensa. Os bebés não comem e dormem o dia todo. São estimulados. Cantam-lhes cantigas alegres. Aprendem a bater palminhas. Aprendem a socializar desde muito cedo.

    Na sala do ano, começam a dar os primeiros passos. Os primeiros trambolhões :D. Começam a perceber muuuuitas coisas que se passam à sua volta. As pinturas com as mãos começam a surgir. A brincadeira pegada com os amigos, também! E a afectividade que se cria com os adultos da sala, começa a ficar muito vincada.

    Na sala dos 2/3 anos,para mim, a aquisição da linguagem é o que mais marca esta idade. As gracinhas que eles fazem para nos testarem, também são muito giras! Começam a querer fazer tudo sozinhos e acham-se os maiores do mundo! E depois os beijinhos e abraços que nos dão, prova que a escola serve e para muito!

    Obviamente que há sítios bons e sítios maus. Mas, por favor, não metam tudo nem toda a gente no mesmo saco …

    Se o vosso filho raramente está com crianças, não achem estranho ele ter chorado durante as vossas visitas aos colégios. É tudo muito novo para ele. E a novidade costuma trazer insegurança …

    Ah! E tenho a certeza que ele vai adorar andar na escola!

  8. Macaco says:

    Moika, obrigado pelo teu contributo de insider. Evidentemente que os berçários têm uma utilidade e é claro que os bebés são bem tratados, estimulados, divertidos e etc.

    Mas lamento que esse tempo não seja passado com a mãe e o pai porque estes têm direito a uma licença de paternidade ridiculamente curta.

    Felizmente, no nosso caso, o Tiago pode ficar em casa com a mãe até agora.

    Quanto ao resto, estamos de acordo, a escola certamente que pode ser muito benéfica para ele e é precisamente por isso que andamos à procura de uma.

    Susana: infelizmente é caro, sim. Acho que estamos todos condicionados a pensar que só porque existe algo mais caro, o temos à nossa frente é razoável.

    Eu também gostava de ter o novo Mercedes, mas não é por existirem Ferraris no mundo que um Mercedes fica barato. É caro na mesma. :-)

    Talvez se eu ganhasse o triplo do que ganho a relatividade se esbatesse um pouco.

  9. Susana says:

    Tens razão… e aquilo dá lucro (a prova disso é que estão sempre a abrir espaços novos, sobretudo nas valências de creche em que não existe o público, do qual sou fervorosa adepta). Mas se fizeres bem as contas (eu já fiz porque no futuro tenciono abrir uma), é insustentável se não cobrares essas mensalidades. Há muitos ordenados a pagar, seguros, instalações, despesas das instalações, da cozinha, material (que tem sempre de estar impec)… enfim. Pensa que pagas menos à hora para cuidarem bem do teu filho do que se paga a uma mulher a dias para limpar o pó (e se partir uns pratos não é nada do outro mundo, nada comparado com a responsabilidade de cuidar de crianças). Mas claro… para mim, também de educação de infância, o ideal era podermos ficar com os nossos filhotes até uma altura em que não fosse tão angustiante confiá-los a estranhos…

  10. Macaco says:

    Sem dúvida que deve ser preciso algum malabarismo financeiro para manter uma creche a funcionar sem cobrar exorbitâncias, mas também vi uns anéis nos dedos de uma das directoras que os 3 juntos deviam dar para comprar a minha casa…

  11. Alexandra Cardoso says:

    Eu fiquei com o meu 1º filho até aos 3 anos, e passei-me um bocado, se fosse hoje tinha investido mais em mim e até acho que a partir dos 18 meses nem sequer é bom nem para eles e muito menos para nós que nos sentimos amputadas de tudo. Mas o pior é que nós não tinhamos tempo só nosso, nem o desejámos e no fim sem saber fomos deixando tudo ser mais importante do que o que era importante no inicio: ficarmos juntos os dois.
    Beijinhos para os 3.

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