Hallow…quê?

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Ao que parece, hoje é halloween. São dez da noite, a Dee está no banho a tentar esquecer um dia difícil e eu estou aqui sentado a viciar-me no Konfabulator.

Começam a tocar à porta furiosamente. O meu cérebro dispara com possibilidades de emergências diversas e corro para a porta. Eram dois putos mascarados… mas que merda é esta?

Em que país estamos, afinal? De quem foi a ideia de importar uma celebração que não tem qualquer significado no nosso país? Que se seguirá? O dia de los muertos mexicano?

Bom… se pensarmos bem, o Carnaval, um pouco por todo o país, mais não é que uma mímica des-cerebrada do que se passa no Brasil (embora lá seja Verão e cá, Inverno).

Eu nem me lembro que é halloween, o que é que é suposto eu fazer? Dar doces às crianças?

Sou capaz de apostar que tudo isto começou com uma reunião de administração de uma qualquer empresa… de chocolates, por exemplo. Alguém se lembrou que se tivéssemos Halloween no nosso país, seria mais uma oportunidade para aliviar os tansos do seu dinheiro.

E de facto, está a tornar-se cada vez melhor negócio: agora já se vendem máscaras, papelinhos, bisnagas de água e serpentinas duas ou três vezes por ano… carnaval, ano novo e agora o halloween.

Costumo dizer, meio a sério, meio na brincadeira, que o marketing é a representação do Mal na Terra. Sem implicações bíblicas. O Mal, simplesmente, como ele foi já representado por Hitler ou Pol Poht. Mas confesso que já achei mais piada a esta frase… começo a preocupar-me.

Um dia, bastará por um poster a dizer “senta”…

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5 comentários a “Hallow…quê?”

  1. Sofia says:

    Como tu, acho ridícula a importação do Halloween e nunca pensei que já cá houvesse miúdos mascarados, à noite, a brincar ao “Treat Or Trick”.

    Se querem tanto andar de porta em porta (*suspiro*), podiam manter a versão portuguesa, ou seja, sair de manhã no dia 1 (dia de Todos os Santos), para pedir o “Pão por Deus”.

    Pensando bem, a possibilidade de ter sido uma empresa de chocolates a lançar a ideia não é nada descabida pois, com o “Pão por Deus” o que a miudagem mais ganhava eram romãs, maçãs, castanhas, nozes. Com alguma sorte lá vinham os doces ou bolachas e, com mais sorte ainda, vinham uns tostões (sim, tostões ou escudos, que nesta história ainda não havia centimos de euro).

  2. Isa says:

    Eu fazia isso quando era miuda. Acordava cedo no dia 1, munia-me de um saco especial de corrida (uma bolsa de retalhos costurada pela minha bisavó), juntava-me a um grupo de putos e batiamos nas portas todas a pedir “bolinho bolinho para o nosso saquinho”. Até que era divertido he he

  3. grinch says:

    (In)felizmente moro numa vizinhança bem velhinha, onde os miúdos ainda continuam a pedir o “Pão, por Deus”. Claro que nesta altura do campeonato já não querem nem pão, nem fruta – querem mesmo é os chocolates. Comigo têm sorte, como me lembro bem da tradição e, ainda por cima trabalho na Nestlé, há sempre chocolates e doces em casa.
    Mas tudo isto no dia de Todos os Santos, que eu sou portuguesa e vivo em Portugal.

  4. Quela says:

    Pois eu não conheca a tradição do “Pão por Deus” até ao ano passado, quando me mudei para a Quinta do Conde. No dia 1 de Novembro. cedinho de manhã, montes de miúdos de bicicleta e sacos à cintura vieram bater-me à porta. Fui lá fora e não percebi o que estavam a dizer e nem sequer me ocorreu que pudesse ser alguma coisa relacionada com esse dia. Como por acaso tinha em casa uns doces, foi isso que lhes dei quando me explicaram ao que iam…
    Este ano, acho que as coisas estão a ficar muito exageradas. Culpo, em pate, os pofessores das escolas (eu também sou professora…), que para tornarem a disciplna de Ingles mais atractiva, incentivam os miúdos a fazerem trabalhos sobre esse tema:exposições de vassouras,abóboras, etc
    Desde o passado domingo à noite e até ao dia de ontem, foi um verdadeiro desassossego aqui nesta área. Ás dez e tal da noite, e sem contemplações, montes de miúdos andavam pelas ruas a pedir insistentemente doces e guloseimas. Quem não lhes abrisse logo a porta ficava a ouvir gritos e berros montes de tempo. Quanto a mim tive mesmo que os ouvir porque abrir-lhes a porta, isso não fiz.

  5. Ana says:

    pois, isto parece que andam todos meios loucos, e o problema é que nem sequer andam a importar as coisas no dia certo, como a quela mencionou a coisa arrasta-se durante alguns dias…é uma pena que o que é nosso, o pão de deus, isso não fazem, porque isso é uma tradição menos citadina e não é publicitada e não dá para as máscaras e mais não sei o quê, enfim, daqui por uns tempos andamos a festejar o thanksgiving…

    beijos, ana

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