Regresso ao Gongfu

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Depois de uma segunda feira agitada para tratarmos das nossas inscrições no Gongfu, o Godfather e eu fomos à primeira aula hoje.

Foi uma boa aula, como todas aliás, mas infelizmente senti-me muito mal a dada altura e tive que parar. Descansei e bebi um bom bocado de isostar e depois senti-me bastante melhor e consegui voltar a entrar no treino e terminar a aula bem. Estive a fazer a Lian Bu Quan que ainda não sei completamente, mas desta vez até consegui não ficar parado feito parvo no meio de toda a gente e mais ou menos segui os movimentos.

É indescritível o binómio bem estar/dor que isto provoca. Nunca fiz nada como o Gongfu antes, é verdadeiramente “iluminante”. Levamo-nos a um extremo de esforço tão grande, tanto mentalmente como fisicamente, que começamos a sentir ligações com partes de nós próprios que normalmente não chegamos sequer a conhecer. Estou a ficar demasiado esotérico para vocês? Então vão ver o bigbrother, isso pelo menos não obriga nenhuma sinapse sequer a disparar um electrão.

Acho absolutamente incrível o que os chineses conseguiram por um corpo humano a fazer. A diferença para a “filosofia” ocidental do couch potato é absolutamente abismal. Continua a achar uma sorte one-in-a-million ter encontrado esta escola.

E agora estou a ouvir uma música do Steve Vai, tirada do album “The Ultra Zone”, daquelas que normalmente se diria: “bah, mais uma balada manhosa de rock instrumental”… mas se ouvirmos com atenção vamos reparar que é toda tocada a contratempo. E o mais fenomenal ainda, que me fez ficar a gostar ainda mais desta música, foi ter visto a banda tocar isto ao vivo… tudo em contratempo. É genial, a bateria bate sempre quando não estamos à espera.

Agora uma explicação muito básica do que é contratempo.

Quando marcamos o tempo de uma música, podemos dizer: 1-2-3-4. Isto é o normal na maior parte da pop/rock das últimas décadas. A menos que estejamos a ouvir o padrão 7/8, 7/8, 7/8, 9/8 do Tubular Bells (Mike Oldfield), ou por exemplo o “Fear of Fours” dos Lamb, que se chama assim precisamente por não conter nenhum compasso quaternário (de 4 batimentos ou tempos).

Normalmente a bateria bate: 1-2-3-4: tak-tak-tak-tak, chama-se a isto bater “a tempo”, sempre no início do tempo. Claro que os tempos podem ser dividios em unidades mais pequenas e nesse caso podemos fazer: 1-tak-2-tak-3-tak-4-tak, os “tak” aqui entram a contratempo, portanto nós batemos o pé no “1”, mas a batida só aparece no um e meio, por assim dizer.

Agora esta música do Vai, que se chama “Windows to the soul”, ainda nem consegui perceber exactamente como bate, mas sei que é praticamente impossível seguir a bateria sem prestarmos muita atenção.

Bem, já joguei um instagib, já ouvi o “Windows to the Soul” 6 vezes, já vi um Seinfeld e comi umas salsichas Deutschländer (que são EXCELENTES, aviso já) e agora vou xonex.

Depois tenho que contar sobre o diário de sono que comecei a fazer por sugestão do meu professor de Gongfu. Hasté manhorning…

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