Temos andado a ver o Big Bang Theory e o Tiago parece gostar. Ultimamente repete muitas palavras dos diálogos que vai apanhando e uma delas ficou-lhe: Penny.
“Ver a Penny!”, diz ele, muito entusiasmado. E eu: “gostas da Penny?”; “sim!”.
Decidi armar-me em esperto e perguntar-lhe: “O que é que a Penny tem de especial, filho?”
Ele pensou um bocado e saiu-se com esta: “O cabelo!”.
Por esta não esperava eu! A pensar que a criança ia ficar confusa e sem resposta, afinal respondeu-me algo de completamente lógico e óbvio: o cabelo. É que a actriz que faz de Penny, Kaley Cuoco é loura e o safado do puto não só percebeu a minha pergunta como tinha perfeitamente presente qual era a principal diferença da Penny em relação à maioria das senhoras que ele vê por aí.
Claro que daqui a uns aninhos o papá poderá apontar-lhe outras diferenças que a Penny tem em relação às outras senhoras que ele vê por aí.
Tal como informei atempadamente, não fosse a imprensa sensacionalista, perdão, a comunicação social, querer cobrir o evento, fui recentemente vacinado contra o vírus da gripe H1N1.
A vacina consta de uma injecção intra-muscular, dada no deltóide esquerdo, se a anatomia não me falha. É uma simples picada para pessoas normais e uma horrenda experiência de mutilação para aqueles esquizitinhos que têm medo de agulhas.
O líquido causa algum desconforto a entrar, mas nada de violento – uma pequena pressão.
Depois, claro, as tonturas, vómitos e ataques de caspa incontroláveis. Tentei por-me de pé, mas, incapaz, tombei espumando da boca.
Enquanto tentavam segurar-me, o meu corpo convulsionava violentamente e os meus olhos empalideceram para um cinzento esbranquiçado aterrador.
Fui injectado dezenas de vezes com sedativos, sem qualquer resultado e foi então que a minha fisionomia começou abruptamente a alterar-se perante o olhar estupefacto do pessoal de enfermagem, médicos e auxiliares do centro de saúde: à vez, protuberâncias ósseas e deformidades musculares rompiam através da minha roupa frágil perante tão repulsiva mutação.
O meu corpo, tomado pelos efeitos hediondos – não da vacina – mas dos misteriosos adjuvantes desenvolvidos pela CIA, duplicou ou, quiçá, triplicou de volume, assumindo uma aparência dantesca ou como se diz por aqui, “de meter medo aos cães”.
Por esta altura, claro, já o edifício estava cercado pela Companhia de Operações Especiais, armada com a mais recente tecnologia de combate a anomalias mutantes e monstruosidades diversas o que só demonstra – claramente – que esta vacina está a ser produzida em conluio com os Governos internacionais, pelas farmacêuticas que sabem bem o que se esconde por trás da designação H1N1 – na verdade HINI, um velho truque de substituição da letra i pelo numeral 1 – que significa nada menos que Humanos Inibidos e Neutralizados por Injecção.
Claramente, o meu caso teve alguns efeitos secundários.
Usando armamento que só pode ser classificado como futurista (sem dúvida obtido nos destroços da nave alienígena recuperada no Novo México em 1947), gasearam-me e levaram-me para um laboratório secreto, ali para os lados de A-dos-Cunhados.
Entretanto e depois de inúmeros testes que sem dúvida permitirão ao Governo apurar esta fórmula de controlo de mentes, nomeadamente eliminando os efeitos secundários ligeiros que eu senti, fui devolvido à vida do dia a dia com uma valente dor no braço e sem qualquer espécie de subsídio compensatório!
Citando Mário Cordeiro: “dizer que [a vacina contra o h1n1] “é uma manobra das multinacionais para ganhar dinheiro” é o mesmo que dizer que as constipações são uma manobra dos fabricantes de lenços de papel.”
Amanhã vou levar a minha.
Se a TVI me quiser pagar, estou preparado para tropeçar, cair e esfolar o joelho e alegar que é tudo culpa da vacina.
Hoje que já foi ontem por questões horárias, mas pronto, dia 3 de Dezembro de 2009, aí por volta da uma e meia, vimos o nosso novo descendente pela primeira vez. Tem 7 milímetros e um batimento cardíaco bem visível.
A gravidez vai apenas em seis semanas e prevê-se o parto para fins de Julho. Vamos ver. Para já estamos razoavelmente calmos e descontraídos, a começar a falar de planos logísticos como alguma falta de espaço, por exemplo.
Não sabemos se é rapaz ou rapariga, claro. E também não estamos preocupados com isso. Ambos serão bem-vindos.
Aguardam-nos alguns stresses como uma opcional mas bastante provável amniocentese, mas acho que estamos ambos já com algum treino nestas coisas e a sensação é agora completamente diferente.
No entanto confesso-me entusiasmado. De tal forma que estive a comportar-me como um idiota o tempo quase todo que estive no Codebits durante a tarde e a noite e toda a gente achava que era por eu estar nervoso antes da minha talk. Não era :-)
Pela terceira vez em três anos, o SAPO organiza o Codebits, um encontro de geeks, maioritariamente programadores, mas não só – malucos da electrónica, designers, nerds, freaks e, este ano, top models.
A coisa está a decorrer. Começou hoje e já teve o seu ponto mais alto: a minha apresentação do Pond, claro; seguida da apresentação da nossa API, pelo Gustavo que foi brindado no final com três perguntas complicadas feitas por duas louraças decotadas que no fim até autógrafo pediram. Épico.
E ninguém sabia de nada. Wink, wink, nudge, nudge.
A coisa correu muito bem e espero que nas 24 horas que se seguem apareçam projectos que explorem o Pond para bem da Humanidade. Foram distribuídos convites a todos os 650 participantes do Codebits e publicada a API portanto recursos não faltarão. Divirtam-se!
Temos andado a ver o Big Bang Theory e o Tiago parece gostar. Ultimamente repete muitas palavras dos diálogos que vai apanhando e uma delas ficou-lhe: Penny. “Ver a Penny!”, diz ele, muito entusiasmado. E eu: “gostas da Penny?”; “sim!”. Decidi armar-me em esperto e perguntar-lhe: “O que é que a Penny tem de especial, […]
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