Livro

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Há uns anos atrás comecei a escrever um livro. Bom, para ser perfeitamente honesto, ao longo dos anos, já comecei a escrever vários, sem nunca acabar nenhum, como convém.
Mas este é diferente, este é o que vou acabar, o que será o primeiro, talvez o único, mas que tem que ser feito, simplesmente porque é mais forte que eu.

Mas custa.

Passaram-se anos em que as primeiras páginas viveram num caderninho preto, uma ideia, um início e uma imagem de um fim. Faltava o resto. Depois decidi copiar tudo para digital e andar sempre com ele atrás – escrevi bastante mais, mas, às 25 mil palavras encravei outra vez. Andei ali três mil para a frente, três mil para trás, sem ter a certeza de nada.

O meu final não era suficiente, mais cinco mil palavras e estava lá. Não ficava com um livro, ficava com um conto, mas pior que isso, ficava-me a parecer pouco, que não tinha chegado onde queria. O meu personagem tinha pouco que o redimisse e a situação pouco por onde evoluir.

Mas eu sabia que queria escrever aquela história, mais ou menos assim e aquele cenário, tal e qual estava, só me faltava ceder ao evidente: esta história tem que ser mais sobre mim do que eu queria que fosse. Tenho que parar de tentar basear o personagem em pessoas que conheço e deixá-lo tornar-se um bocadinho mais eu, por muito que isso custe.

Quando percebi isso, rescrevi o layout básico da história quatro vezes numa semana, a última das quais sentado nu no chão da casa de banho depois do duche, a tentar não pingar no iPad, teclando furiosamente no iA Writer (que recomendo, já agora).

Mas foi só quando percebi que a minha vida tinha que se confundir com o que escrevo, quando entendi que se eu não fizer a história minha, não vale a pena escrevê-la, que de repente me apaixonei por ela.

Agora se calhar vai custar um bocadinho mais a escrever, mas mal posso esperar por ver como acaba.

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