</Nitrodesign>

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

A Nitrodesign completou 13 anos de existência em Maio passado e muitos mais de conceito. Formar uma empresa para trabalhar por minha conta sempre foi o meu projecto, desde os idos tempos de liceu.

Levei pessoas comigo, formámos uma equipa, chamei-lhe Nitrodesign. Tivemos altos e baixos e deixámos marca. Uma coisa ninguém nos pode tirar: fomos dos primeiros a fazer design para a web em Portugal. Não apenas  design gráfico colado num browser, mas design pensado para existir na web, com cuidados desde a usabilidade até a bom código, passando pelo inevitável e mais visível grafismo.

Quando a empresa completou dez anos, escrevi um post que sumariza o que se passou com a empresa, não pretendo aqui repeti-lo. Este post serve para dizer que a Nitrodesign acabou.

Iniciada em 97, oficialmente fundada em 98, fecha as metafóricas portas em 2011, sob uma carga fiscal castigadora que simplesmente não permite manter viva uma coisa que já pouco mais é que um sonho.

Não vou desculpar-me com o fisco, muitas coisas aconteceram, muitas coisas mudaram, simplesmente, eu poderia manter, com a minha sócia, a empresa aberta, para explorar possibilidades de negócio, poder vir a ter um projecto novo daqui a uns anos ou mesmo para ir fazendo pequenos trabalhos, dentro da legalidade fiscal, com factura passada e essas coisas bonitas.

Mas não posso. O Estado cobra-me um pagamento “por conta” de lucros que eu nunca tenho, porque temos uma actividade mínima. Tornar a empresa aberta tornou-se incomportável. Ao longo dos últimos anos, pagámos 11 mil euros destes PECs dos quais, zero eram devidos.

Onze mil euros pagava metade do meu carro ou um ano da creche dos dois miúdos. Em vez disso, demo-los ao Estado em troca de absolutamente nada. De entre muitas razões para a Nitrodesign estar em estado de hibernação quase efectiva, aquela que se destaca para que a tenhamos, finalmente, encerrado é, apenas e só, esta.

Agradeço a todos os que trabalharam connosco durante estes anos, aos sócios que se foram, aos clientes pequenos e aos grandes, aos que deram oportunidade a uns putos a trabalhar em casa, de explorarem esse magnífico novo mundo que era, naquela altura, a world wide web.

É bom poder dizer “estive lá”. E, acreditem, é mesmo muito bom continuar a encontrar pessoas que me dizem “epá, eu andava na escola e sonhava poder trabalhar na Nitrodesign”.

Se quiserem a perspectiva feminina, basta ler isto.

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