Tiálogos XXVI. Três anos.

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Quando fizeste três anos, o teu pai estava em Austin, Texas, a participar no South by Southwest Interactive de 2010. Antes de partir, combinámos uma festa de aniversário com a família toda, bolo, prendas e etc mas infelizmente isso não me fez sentir particularmente melhor por não estar cá no teu dia de anos “a sério”.

Estas coisas de fazer anos podem não significar nada de especial e ser quando um homem quiser, como o natal, mas a verdade é que acabam por ter o significado que lhes damos e é inegável que me custou um bocado não estar presente nesse dia em particular.

De resto, o que dizer de ti, agora com três anos?

Acho que a minha memória de como costumavas ser está a esfumar-se um pouco e portanto custa-me imaginar uma altura em que não eras como és agora, o que é estranho, porque ainda há pouco tempo eras completamente diferente.

Agora parece-me completamente natural que contes como a roda do Lightning McQueen rebentou e ele precisou que o Guido lhe montasse uma nova, do teu filme favorito do momento, o “Cars”, enquanto que há uns meses me contorcia para que dissesses as tuas primeiras palavras.

Acho normal que subas para um banco e me tires um café na máquina Nespresso e que corras desvairadamente pela casa, quando há apenas dois anos atrás desesperava porque nunca mais começavas a andar.

Já nem penso duas vezes quando vais satisfeitíssimo para a escola, com um dos teus brinquedos preferidos na mão (geralmente um Lightning McQueen), ou quando à noite me contas que a Inês agarrou o bebé (o teu urso de peluche inseparável), quando há ano e meio estava preocupadíssimo que não te adaptasses à creche.

Birras? Sem dúvida. Ainda ontem… fomos jantar com os teus avós e fizeste uma berraria incompreensível porque não querias lá estar… até te passar, claro; duas horas depois foi berraria porque não querias voltar para casa.

Mas as tuas birras são normais, não são nem mais nem menos do que esperávamos e não são o fim do mundo – pelo menos tento convencer-me que durante os próximos dois ou três anos vão acabar.

E como os teus pais não estavam bem contigo a crescer, a ficar mais independente, a precisar de menos atenção e vigilância constante, a tua mãe está grávida de cinco meses. Por agora as tuas reacções ao facto são de quase indiferença, tirando o ocasional mimo na barriga ou a ocasional necessidade de reafirmação de que o “Tiago é bebé”, portanto vamos ver como, daqui a quatro meses, dás as boas vindas à tua irmã…

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Um comentário a “Tiálogos XXVI. Três anos.”

  1. HugoNS says:

    Realmente é impressionante a velocidade a que eles crescem, conseguindo fazer novas proezas a cada dia que passa.
    Por outro lado, também é impressionante, a nossa dificuldade de conseguirmos manter memórias deles, mais pequenos. Parece que os conhecemos sempre assim.
    Com a Luisa (2 anos e 4 meses) passa-se rigorosamente a mesma coisa. É dificil lembrar-me de quando ela não conseguia exprimir o que lhe ia na cabeça.
    Mas o tempo voa. Num abrir e fechar de olhos, as birras terão ficado para trás e, passado outro instante, começarão a ser adolescentes irritantes. Até lá, é melhor irmos apreciando cada dia que passa…

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