Uma mensagem inútil para os senhores que fazem jogos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Esta mensagem é inútil porque, como é óbvio, nunca chegará aos ouvidos de quem faz jogos; nem me vou dar ao trabalho de a escrever em inglês.

Mas preciso de libertar as minhas frustrações.

Isto é muito simples: eu não tenho 15 anos, tenho 35. Eu não tenho tempo para perder – horas e horas a fio sem parar –  para jogar até dominar todas as nuances dos vossos jogos.

Eu gosto muito de jogar e de me divertir com jogos e até mesmo (pasmem-se), de comprar bons jogos (em vez de piratear, por exemplo).

Quando me sento em frente à minha Playstation durante a meia hora que tenho, de vez enquando, durante a semana, quero-me divertir um bocado e não passar meia hora a lutar contra uma coisa que me irrita.

Vou ser claro: o LittleBigPlanet, por exemplo, foi a razão principal para eu comprar uma PS3. Quem diria que teria que esperar mais de um ano para ter o jogo, mas isso é outra conversa.

Agora, que tenho o jogo, sento-me na sala para passar uns níveis, apanhar uns goodies e divertir-me. Em vez disso, sou presenteado com um nível subitamente muito mais complicado que todos os que o precederam, sem razão aparente e tudo o que consigo fazer no pouco tempo que posso dedicar-me a jogar é frustrar-me.

Só uma dica: frustração é praticamente o oposto de diversão.

Isto poderia dever-se a falta de jeito da minha parte, mas a verdade é que há muitos anos que jogo; já joguei toda a espécie de jogos, com bastante sucesso e sei distinguir os que são difíceis mas um gajo chega lá dos que são tão fáceis que não dão gozo, dos que sao tão obtusamente difícieis que apetece dar o jogo e nunca mais pensar nele.

O nível japonês do LBP é assim. Já uma vez meti o jogo na prateleira, irritado, mas ainda assim, resolvi voltar a tentar, ainda agora. O resultado foi que meia hora do meu (pouco), tempo, voou para não mais voltar e meti o jogo na prateleira sem qualquer vontade de o voltar a meter na consola.

Ao princípio ainda achei piada a vencer um obstáculo mais complicado, mas depois segue-se outro… e outro…. e outro… e o nível parece nunca mais acabar, com obstáculos que, inevitavelmente, acabam por nos vencer, quanto mais não seja, pelo cansaço. São daqueles de calcular saltos, que têm que ser feitos no momento exacto, na direcção certa, a que se segue outro que tal e outro e outro e em que dezenas de vezes vimos parar cá abaixo quando íamos a meio… às vezes, quando já estávamos quase lá em cima. E repete. E repete. E repete outra vez!

E o que mais me irrita é que alguns obstáculos são difíceis por falhas no jogo. Sendo um jogo de plataformas a coisa poderia facilmente ser bidimensional, mas como não é, precisava de um sistema fiável de saltar para o fundo ou para a frente nos níveis. Esse sistema é, literalmente, uma real bosta. É completamente imprevisível e muitas vezes o boneco salta para onde muito bem lhe apetece, com resultados trágicos.

Depois há os checkpoints que vamos atingindo durante o percurso e aos quais regressamos quando morremos. Podemos voltar a um checkpoint umas quatro ou cinco vezes antes deste esgotar as nossas “vidas” após o que… game over.

Então… e todos os checkpoints anteriores? Não poderiamos simplesmente voltar a um mais atrás? Só isso reduziria brutalmente o factor frustração nos níveis mais difíceis!

Sei que não sou o único que pensa assim e pergunto-me, honestamente, como é que os tipos da MediaMolecule, tão brilhantes e imaginativos conseguiram ser tão burros com uma feature tão simples.

Já não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto, o mesmo surgiu quando andei a jogar GranTurismo4 (que literalmente não me deixa jogar partes enormes do jogo que eu comprei, porque tenho que fazer um idiota de um slalom com um BMW, num tempo quase impossível), e a minha conclusão é sempre a mesma: quando eu pago para ver um filme, não estou à espera de ter que fazer o pino numa só mão, seguido de flexões de pernas para poder ver a história até ao fim. Igualmente, um jogo deve ser divertido de jogar e oferecer desafio para não ser uma banhada, mas não deve nunca castigar os jogadores com níveis completamente imbecis que exigem horas e horas de tentativas para que se possam vencer.

Nem toda a gente tem horas e horas para gastar e assim, a única coisa que acontece é que um jogo, em todos os aspectos brilhante, vai para a prateleira apanhar pó porque os seus criadores decidiram armar-se em parvos.

E se falo do LBP, posso falar do Resistance 2, um dos jogos mais divertidos que meti na consola nos últimos tempos, mas que, a meio, tem um nível com uma porra de umas ameijoas voadoras das quais é preciso fugir, por um percurso pré-estabelecido, enquanto se corre, de costas!

Epá, vão bardamerda! Se até na vida real é difícil correr de costas, que dizer de uma porra de um jogo de consola em que não temos qualquer noção física das coisas.

E assim, sempre que ligo a Playstation, acabo por ir jogar PixelJunk Monsters, um jogo que oferece uma dificuldade do caraças, mas que é possível, puxando pela cabeça, vencer e é assim que cada vez mais me sinto atraído pelos Singstars e Buzzes da vida. Aí, pelo menos, o foco é a diversão.

Enfim, sinto-me muito frustrado com o LittleBigPlanet, um jogo a todos os títulos notável, mas que me irrita quando me devia divertir. Fica para a próxima… a atribuição do título de melhor jogo de sempre.

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48 comentários a “Uma mensagem inútil para os senhores que fazem jogos”

  1. ainda não cheguei a esse nível do LBP (porque nem o tenho jogado muito). ando completamente viciado no PES’09 e continuo a jogar muito buzz com o pessoal. para além disso, o melhor jogo que tenho custou-me 7€ na Store. Super Street Fighter 2 Turbo HD Remix!

    (pudera, com um nome destes)

    • Com um nome desses só pode ser bom! :D

      Eu tenho o Tekken 5 Dark Ressurection que também comprei por tuta e meia na store e de vez enquando lá vou a uns rounds valentes.

      Quanto a PES, não sei… os jogos de futebol são dos que nunca consegui perceber… passo a vida a olhar intensamente para o jogador que quero controlar, mas o jogo dá-me sempre outro qualquer e acabo por andar com o ponta de lança a correr o campo todo atrás da bola… :-P

  2. Ferreira says:

    Também foi por causa disto que perdi a vontade de jogar. E sempre que tento jogar outra vez lembro-me porque é que não jogo há alguns meses.

  3. kruella says:

    Eu penso o mesmo com o tombRaider…quer dizer haja paciência para um monstro de 3 cabeças ou vários fantasmas sempre a espicaçar e sei lá que mais…

    Tou contigo…badamerda para os que imaginam o jogo e que o testam e que não fazem mais nada na vida profissional…

    • Acho que falta pensar nas pessoas que gostam de jogar, mas têm pouco tempo e precisam de diversão condensada.

      No caso do LBP acho que voltar ao checkpoint anterior em vez de terminar o jogo, era mais do que suficiente para reduzir a frustração para metade, mas pronto… ok…

  4. Dirk Diggler says:

    Sugiro que jogues o Oblivion IV e Fallout 3, estes dois jogos são da mesma editora e são um portento, a acção é completamente livre, ie, se não conseguires acabar uma quest podes deixa-la em suspenso e iniciar outra. Tem uma longevidade enorme, já vou em 100 horas de jogo do Oblivion e ainda não completei 50% das quests disponíveis.

  5. Visitante X says:

    Saudades do “POKE 16432″…

  6. Acho que vou fazer uma vaquinha para te oferecer uma Wii e o Super Smash Bros.

    Nunca vi jogo de luta tão fácil de aprender a jogar.

    Btw, fiz fwd: deste artigo para uns amigos game developers. Não foram eles que fizeram o LBP, mas pelo menos passam palavra. :)

  7. Rita says:

    Como te compreendo, a partir do “The Islands” eu comecei a sentir a dificuldade a aumentar. Dava por mim a gozar com as conferências dos gajos da Media Molecule quando eles diziam “so much fun to play”. Provavelmente chegaste às rodas com rotações diferentes e que para dificultar têm zonas da superfície específicas em que se podes segurar e se calculares mal, acertas onde não dá para agarrar e cais por ali abaixo. Acho que esse foi o primeiro momento que pensei “pronto, já não vou acabar o story mode”. Mal sabia eu que ia finalmente conseguir passar isso e que ia descobrir que o pior ainda estava para vir. O “The Temples” tem níveis muito bonitos, e acho que até se passa bem, embora tenha alguns momentos “oh crap”, mas pior é o “The Wilderness” que tem uma roda da morte gigante/labirinto em rotação que eu achei que nunca ia conseguir passar. Claro que quanto mais difícil é, maior é o gozo de finalmente passar. Vencer a roda da morte envolveu um berro tão histérico que até os meus pais e os gatos vieram ver o que se passava e obviamente várias sessões de tentativas. Eu tenho provavelmente mais meia hora diária que tu para dedicar a jogos, e finalmente consegui acabar o story mode mas teve alturas muito frustrantes que precisaram de um par de dias para que eu me esquecesse o quanto eu estava frustrada com certo nível. Outro truque era jogar um nível da comunidade, pior é quando até os users se armam em parvos e fazem níveis idiotas que não dá para passar.
    Eu compreendo que eles criaram desafios para que os que não têm vida e que podem jogar o dia todo não se queixassem que era fácil demais (para além de dizerem que o jogo era infantil), mas houve alturas em que eu me perguntei se sequer era possível acabar aqueles níveis. É possível e eu consegui e obviamente tu também vais conseguir. Eu gosto de me divertir a jogar, e prefiro sempre jogar em “easy mode” a ficar frustrada, mas desta vez a dificuldade era única e eu tive que ir tentando. Arrumar o LBP na prateleira não era opção porque quando a PS3 deu o berro, ele já tinha ficado a ganhar pó sem sequer ter sido aberto durante dois meses e eu estava mesmo com ganas de jogar. Não desistas já.
    Vá lá, mal posso esperar por um nível feito por ti :)

    • Eu adoro aquele jogo e quando me arranjaste o código para a beta fiquei ainda mais entusiasmado porque aquilo está realmente fantástico.

      Não gostei nada da maneira como se salta para trás e para a frente em profundidade… e sinceramente pensei que isso fosse um defeito da beta a ser corrigido para a versão final. Mas não. Só isso já é responsável por muitas das minhas frustrações.

      E depois sim, as roldanas… as primeiras roldanas ainda se aceitam, porque se cais, é só tentar novamente, mas as que se seguem têm fogo no fundo, portanto cair está fora de questão.

      O pior é quando tentar não é divertido. No PixelJunk Monsters, tentar é divertido, porque estás sempre a jogar e a experimentar fazer de maneiras diferentes; no LBP só há uma maneira de conseguir passar as partes difíceis e portanto estás sempre a fazer o mesmo, sem a mínima diversão.

      Claro que dá muito gozo vencer uma etapa difícil, mas chega uma altura em que o equilíbrio entre essa vitória e a seca que foi lá chegar tende para o lado da seca.

      Enfim, é bem possível que ainda pegue no jogo novamente, mas não vai ser tão cedo.

  8. Não sou o primeiro a mencioná-lo, mas realmente é bem possível que estejas com a consola errada. A PS3 (e a 360, exceptuando os brilhantes jogos downloadáveis da Live Arcade) *são*, goste-se ou não, consolas orientadas para os tais putos de 15-25, que têm bem mais tempo livre, vivem com os pais, e não trabalham. Eu tenho uma 360 e adoro-a, mas admito que também já não tenho paciência para jogos com níveis como os que descreves. Não me importo que haja coisas para desbloquear, nem que haja níveis de dificuldade opcionais que realmente puxem por mim, mas também não aceito dificuldades absurdas e injustas só para o jogo poder dizer “40-60 horas” na parte de trás da caixa.

    A Wii, a DS, a Live Arcade da 360, e possivelmente a PSN da PS3 (que não conheço) têm coisas muito mais viradas para a nossa idade (isto apesar de muita gente provavelmente te dizer, por puro preconceito e ignorância, que as consolas da Nintendo são para putos).

    Da mesma forma, em PC (Windows, infelizmente) há imensos jogos independentes, em geral extremamente baratos, que não exigem que a gente faça “retiros espirituais” para os conseguir jogar. Eu costumo começar pelo http://www.gametunnel.com .

    • Adoro a minha PS3 e o tal jogo que falei, o PixelJunk Monsters, é o que mais joguei até agora, desde que comprei a consola e foi comprado, precisamente, na PSN por meia dúzia de euros.

      É difícil, sobretudo de conseguir 100% nos níveis todos, mas é um gozo do caraças.

  9. Edgar says:

    Não sou um Game Developer oficial, mas sou um grande curioso na àrea e concordo contigo num ponto. Realmente as produtoras e distribuidoras de jogos estão mais preocupadas em vender do que propriamente agradar os seus clientes. Infelizmente o que vende actualmente não é o “gameplay” (a jogabilidade) mas sim os gráficos, o realismo e o Marketing. Na decada de 80 quando surgiu o “Sinclair ZX Spectrum” o objectivo era um pouco diferente, a industria dos video jogos ainda estava no seu inicio e alguma parte dos jogos eram feitos por entusiastas (jogadores) para outros jogadores. Embora os gráficos dos jogos não fossem um primor, a jogabilidade era excelente e era isso que prendia as pessoas em frente à televisão. =)
    O que a indústria está a necessitar é de um bando de “baboinos” que revolucionem o mundo dos jogos e que volte a existir esse espirito de se preocupar mais com o “gameplay” novamente tal como na decada de 80… =D http://www.bab-oon.com

  10. Bezierk says:

    eu próprio também venho do tempo em que os jogos eram simples e nao era necessário uma mão extra para controlar todas a features de um comendo. daí preferir jogos mais simplezinhos, como RTS’s ou o santo trackmania. trackmania foi o primeiro jogo de carros simples desde o mariokart so se acelera, trava e direciona. fantastico jogo. e acho que tem versao de consola

  11. Carlos Mato says:

    É com surpresa que vejo alguém falar da dificuldade oferecida pelo LBP. Vindo de alguém que já acabou todos os níveis sem morrer, posso-te dizer que o único nível que oferece alguma dificuldade é o penúltima (onde tem a conhecida roda da morte) porque de resto é tudo razoavelmente fácil. E não falo sequer por mim, falo pelo minha namorada que acabou o jogo juntamente comigo (embora não sem morrer) e o único passado em termos de jogos de plataformas era o Super Mario 1 e 3 e o Crash Bandicoot 1, 2 e 3.
    Dado este aspecto, é algo realmente estranho uma pessoa que se diz um jogador assíduo não conseguir sequer passar os níveis do LBP.
    Quanto aos checkpoints… bem… se se pudesse usar qualquer checkpoint que ainda tivesse ‘vidas’ então aí não seria um jogo muito desafiante, não é verdade? Aliás, conheço muita gente que diz que em 90% dos níveis 4 vidas por checkpoint é demasiado.

    Findada a minha opinião, encorajo-te a tentar mais uma vez e depois a comprar o pack de Metal Gear Solid, nem que seja pelo Paintinator pois cria uma nova dinâmica no jogo que já é aproveitada por muita gente, nos níveis da comunidade.

    Como diz a MM, Joga, Cria e Partilha.. e acima de tudo diverte-te! :)

    • Carlos, já esperava que aparecesse algum herói que passou o jogo inteiro de olhos vendados com as duas pernas partidas e de mãos amarradas atrás das costas. :-)

      Fico feliz por ti. Não se passou comigo assim como não se passou com praticamente nenhuma das pessoas que conheço que têm o jogo, pelo que estás, evidentemente de parabéns.

      Lamentavelmente, a minha opinião mantém-se.

    • Rita says:

      Uau, basicamente estás a dizer que se a tua namorada conseguiu acabar o jogo e tem pouca experiência, então o Pedro deve ser um real nabo, não? Pormenor interessante:
      quando dizes que a tua namorada acabou o jogo “juntamente contigo” queres dizer que passaram os níveis a dois, certo? É que se eu morrer e ainda estiver outro a jogar desde ele que chegue ao próximo checkpoint vivo, eu posso continuar a jogar enquanto que, a jogar sozinha se esgoto as vidas tenho que começar tudo de novo. A dois facilita um bocado as coisas, não? Mas leva lá a bicicleta, ou o troféu, embora tenha sérias dúvidas que tenhas conseguido passar a roda da morte sem morrer uma única vez, no mínimo “é estranho” mesmo para o rei dos gamers, dado que tu basicamente não sabes o que te espera (a não ser que tenhas feito o TPC antes no youtube). O meu irmão que é daqueles gamers sem vida social que passa horas a jogar e acaba jogos em tempo record, na parte da roda da morte ainda teve que suar um bocado. Por isso a treta da “surpresa que vejo alguém falar da dificuldade oferecida pelo LBP” é no mínimo massagem pessoal ao teu ego e não me convence muito, a mim que sou “menina” e que consegui acabar o LBP sozinha e sei o desafio que foi passar os últimos níveis. Para mim é óbvio que nenhum teen vai estar nos fórums a dizer que foi difícil passar os níveis. Vai obviamente dizer que passou tudo sem morrer à primeira que é para não ficar mal, e se é essa a amostra para a tua sondagem, no mínimo devias falar com pessoas normais capazes de alguma sinceridade não alterada por testosterona.
      Mas pronto, vai lá sincronizar os teus troféus com o servidor e deixa estes gamers de meia leca como eu e o Pedro que encontramos dificuldade nos níveis tão elementares do LBP. Somos uma desgraça para a comunidade e não somos dignos do nosso comando e merecemos todos os choques eléctricos e combustões a que sujeitamos o nosso sackboy durante o jogo.

      • Carlos Mato says:

        Uau… possa.. És uma pessoa bem susceptível à opinião dos outros, Rita.
        Não comentei nada acerca das capacidades enquanto jogador de ninguém. Apenas relatei o que se tinha passado. Estranho teres-te sentido tão atacada mas, pronto.
        Agora, em relação ao LBP, continuo a dizer que não é uma dificuldade por aí além. Aliás.. eu nunca disse que a minha namorada tinha pouca experiência(aliás, tente acabar o Super Mario 1 e 3 e os 3 Crash e depois vais ver como são bastante mais difíceis que o LBP). Para o Pedro, continuo a dizer que não deve desistir. No entanto, penso que se essa parte é considerada complicada, a roda da morte será quase que impossível.
        Em relação a ser mais fácil com dois jogadores: a partir do momento em que só os últimos dois níveis, tive que fazer sozinho, isso significa que ela também teve de passar a maior parte dos níveis sem morrer. Significa que foi à primeira que ela, ou eu, passou? Óbvio que não mas, não é uma dificuldade(nem de perto) que faça com que se coloque o jogo na prateleira.

        Finalmente, como opinião pessoal, digo que eu achei que o jogo tem muita piada é a jogar com mais pessoas. Joguei poucas vezes sozinho e não achei muita piada, pelo que quando jogo, jogo sempre acompanhado.

        Espero que desta vez não tenha pisado nos calos de ninguém :)

        • Rita says:

          Simplesmente acho que já suficientes pessoas se safam com as aldrabices que mandam para o ar. Acho que é bom quando alguém é capaz de dizer “espera, isso não é bem assim”.

          O que falhou no teu discurso, ou no teu “relato”, foi, em vez de dizeres que passaste os níveis todos sem morrer, o que eu agora deduzo, foi depois de ter terminado o story mode e teres voltado a jogar, foi dizer que também tu à primeira tinhas falhado “Significa que foi à primeira que ela, ou eu, passou? Óbvio que não”. AH, agora sim, um pouco de sinceridade.

          Faltou dizer, porque é de “terminar o story mode” que estamos a falar, hey, eu também falhei, eu também fiquei frustrado mas continuei a jogar e consegui acabar. Postura aliás que foi a minha num comentário directo ao post. Agora chegaste aqui e disseste que era fácil, que tinhas passado os níveis sem morrer e que até a tua namorada tinha acabado o jogo e que é estranho um jogador assíduo encontrar dificuldade. Basicamente, a dizer que o Pedro devia ser um nabo. Não dava para deixar isso passar, desculpa.

          É claro que os níveis iniciais nos habituam mal e quando aparece algo mais difícil parece extremo, mas depois quando passamos isso redefinimos o que achamos difícil porque o que se segue tem uma dificuldade maior. Mas é obvio que para quem joga meia hora por dia, quando não consegue progredir no jogo se torna frustrante. Se ele tivesse mais tempo provavelmente conseguia passar esse nível e não se deixar desanimar. Não é esse o caso.

          A dificuldade é encontrada porque simplesmente ela não era esperada de um jogo que prometia ser só diversão. É um jogo que precisa de uns ajustes mentais pessoais para percebermos que realmente há desafios e não é tão fácil como seria de esperar. E eu defendo que a dificuldade é proporcional ao gozo que nos dá finalmente passar o nível. Porém, mostrar um pouco de empatia por alguém que obviamente tem boas capacidades mas que está a encontrar alguma dificuldade em algo que eu já passei e no qual também encontrei dificuldade, só fica bem a um ser humano. Embora pudesse perfeitamente armar-me em super mulher e dizer que foi super fácil e que não vejo onde está a dificuldade, mas sempre que conto uma mentira, tenho medo que me caiam os dentes.

          Posso ser susceptível a BS, mas se eu não tivesse falado, o pessoal comia todo esse teu conceito de passar os níveis todos sem morrer (à primeira) e nunca saberíamos que afinal, não foi bem assim. Sinceridade acima de tudo.

          E não te preocupes, eu e o Pedro ainda vamos conseguir o troféu de passar todos os níveis sem morrer e vamos poder todos fazer umas corridas com as nossas bicicletas, não te vamos deixar a pedalar sozinho nas terras da excelência, fica prometido ok?

        • Oh Carlos… disseste ou não disseste isto: “Vindo de alguém que já acabou todos os níveis sem morrer, posso-te dizer que o único nível que oferece alguma dificuldade é o penúltima (onde tem a conhecida roda da morte) porque de resto é tudo razoavelmente fácil.”

          Um gajo que chega e diz que acabou o jogo inteiro sem morrer e que o achou razoavelmente fácil não pode estar a ser completamente honesto. O jogo não é razoavelmente fácil, é um jogo médio com algumas passagens a atirar para o diabólico, que requerem repetição para se passarem, quanto mais não seja porque não sabemos o que vem a seguir e acabamos por ser surpreendidos por um espigão, um barrote em chamas ou uma bomba temporizada.

          Jogar tudo sem morrer quando já se conhecem os níveis de cor, é completamente diferente e é óbvio que quando se ganha prática, as coisas ficam mais fáceis. Nas roldanas de velocidades diferentes e áreas diferentes onde se pode ou não agarrar, agora já trepo até lá acima à primeira, pudera, já tive que fazer aquilo tantas vezes que já apanhei o jeito.

          O meu post é precisamente sobre a frustração que me causa sentar-me meia hora de vez em quando para jogar e acabar meia hora a treinar. Não quero treinar, quero jogar e há jogos que me deixam fazê-lo. Estou a jogar o Left 4 Dead no PC e sempre que me sento é para avançar no jogo, não é para desligar o computador tendo ficado exactamente no mesmo nível em que estava quando o liguei.

  12. Carlos Mato says:

    What… the.. fuck!? Nenhum de voces os dois consegue realmente ver a diferença entre ‘passar todos os níveis sem morrer’ e ‘passar o jogo todo sem morrer nenhuma vida’????? Como é possível terem confundido os dois? Ou foi só para terem algum argumento? A questão é : nenhum jogo que se preze é sempre a andar, sem oferecer o mais pequeno dos desafios! E sinceramente, aprender a mecânica do jogo assim como o seu sistema de física é algo que se consegue fazer nos primeiros ‘mundos’, por isso o facto de saltar duma roda para a outra não é nenhuma tortura!

    Para a Rita: Se fica bem dizer que um jogo é díficil, só para o outros não se sentirem mal, tás errada. O jogo em si é fácil e divertido, o que não quer dizer que não haja pequenos momentos em raros níveis em que tem que se começar o nível do ínicio de forma a conseguir passar! Mas, também quem quer jogar um jogo em que nunca se morre? Ninguém! E por isso é que nunca foi feito!

    Para o Pedro: Nunca joguei o L4D mas, pelo que sei é um FPS. Pessoalmente os FPS não me divertem muito mas, se te divertem, força!Tenta é não morrer.. senão depois voltas aonde começaste e já vai o jogo para a prateleira. Agora estar a falar mal de um jogo só porque morremos algumas vezes, acho mal, só isso. E como comentário final, porque já vi que isto não é para comentar e sim para concordar, se quisesses mesmo te dirigir ao pessoal da MM, podias-lhes ter mandado um mail ou ido ao site deles. No entanto, deduzo que como saibas que o jogo está bem conseguido e as tuas razões de falar mal do jogo é porque estavas numa de passar os níveis todos sem morrer, não o fizeste.

    Bem.. vou ficar por aqui :) Apesar de tudo, respeito as vossas opiniões.. no entanto, não concordo nem um pouco com elas e tentei demonstrá-lo pelos comentários.

    • Oh Carlos, tem lá calma.

      Para já não falei mal do jogo, pelo contrário.
      Depois, para mim “passar todos os níveis sem morrer” e “passar o jogo todo sem morrer”… parece-me precisamente o mesmo, terás que me esclarecer.

      Finalmente, eu mandei um mail à Media Molecule ainda antes de escrever este post.
      Os níveis japoneses não são fáceis, como os anteriores. São notoriamente mais difíceis e não é por acaso: é uma referência à mania que os japoneses têm que os jogos têm que ser especialmente difíceis (Ninja Gaiden, anyone?), portanto, isto não é por mero acaso.

      Agora não me digas que não posso exprimir a minha frustração no meu próprio blog e não me venhas com bocas sarcásticas sobre outros jogos porque isso não pega. Já joguei jogos extremamente difíceis e acabei-os porque me ofereciam sempre alguma variação nas várias tentativas; saltar de roldana em roldana no timing certo para não cair no fogo não oferece qualquer variação. É chato e repetitivo e quebra completamente o fluxo de um jogo que, até ali, é incrivelmente divertido e descontraído.

      O LBP nem nos obriga a passar o nível todo de uma certa maneira apanhando todos os items, podemos sempre voltar ao nível e ir explorar mais um bocadinho e isso é divertido. Quando de repente dou com um nível em que, ou faço aquela porra 100% bem, ou estou condenado a repetir o mesmo movimento 600 vezes, é natural que me irrite.

      Especialmente, sublinho mais uma vez, quando tenho um tempo muito limitado para estar em frente à playstation, entre por o puto na cama e ter qie ir fazer o meu jantar.

      Tens que por as coisas em contexto. Dizes que raramente jogaste sozinho, óptimo! Eu não tenho quem jogue comigo, neste momento… deve ser muito divertido, mas infelizmente o meu filho é novo demais, a minha mulher não joga e raras são as vezes que tenho possibilidade de me encontrar com outras pessoas que joguem Playstation.

      Não sei em que contexto jogas… quantos amigos que jogam PS3 tens, quantas vezes te juntas com eles, que idade tens, onde moras, o que fazes, quanto tempo livre tens. Portanto não posso colar a minha realidade à tua. Na minha, o jogo tornou-se frustrante.

      Isto não significa que o jogo não tenha falhas. Tem. Continuo a defender que o sistema de saltar em profundidade é mal conseguido. Quando joguei a Beta achei que era bug e fiquei surpreso em vê-lo sem alterações no jogo final.

      Enfim… tanta coisa por causa de um boneco de trapos.

    • Rita says:

      Se voltares a ler a minha frase, podes reparar que diz “Porém, mostrar um pouco de empatia por alguém que obviamente tem boas capacidades mas que está a encontrar alguma dificuldade em algo que eu já passei e NO QUAL TAMBÉM ENCONTREI DIFICULDADE” o que quer dizer que eu não disse que era difícil só porque ficava bem, não é muito do meu feitio, mas sim porque na altura também achei difícil. O que interessa é que houve um ponto em que eu achei difícil, se agora é fácil, isso não interessa pois não?

      Só porque atiraste o barro à parede e ele não colou, não precisas de te vitimizar. Não fiques assim, tentaste transmitir a ideia que tinhas terminado o jogo sem perder uma vida, porque afinal é “fácil e não oferece dificuldade” e lá apanhaste alguém que não deixou essa passar. Quanto a comentar, há maneiras de comentar. Não precisavas de concordar, de todo. Se tivesses dito que à primeira tentativa tinhas falhado mas AGORA depois de jogar de novo até achavas fácil e tinhas conseguido acabar os níveis sem perder vidas, não estaríamos aqui. Eu acreditava em ti, porque passa-se o mesmo com qualquer jogador – depois de saber, fica fácil. Agora começaste com a surpresa, o choque, o horror de encontrar alguém que acha difícil … E eu não acreditei. Porque o Pedro estava a falar do ponto de vista de alguém que encontra os desafios pela primeira vez e não quem já passou por eles e sabe exactamente o que fazer.
      O que te faltou foi frontalidade e não dizeres só as partes que te interessavam para te colocar bem. Bastava um “eu também morri nas primeiras tentativas” e estaria tudo bem no reino dos macacos.

      Felicidades!

      • Carlos Matos says:

        Não resisti a mais um comentário… É óbvio até para um macaco que ‘passar todos os níveis sem morrer’ e ‘passar o jogo todo sem morrer nenhuma vida’ são coisas completamente distintas! E ainda mais para quem sabe que o jogo dá uma distinção nos níveis que passaste sem morrer! E para o Pedro que, infelizmente, não consegue ver a diferença, basicamente é que o primeiro quer dizer que passei todos os níveis, individualmente, sem morrer e o outro é ir do ínicio ao fim do jogo sempre seguido sem morrer nenhuma vida! Óbvio que eu me referia ao primeiro! Achei que isso estava subentendido mas, parece que voces não conseguem entender estas coisas, pelo que ficaram todos atiçados.

        Quanto ao Pedro, achei bem teres mandado o mail.. deve ter dado para descontrairem e darem uma boa risada depois de mais um dia de trabalho :) Duvido que tenhas jogado ‘jogos extremamente difíceis’ visto que tiveste problemas de maior com o LBP. Mesmo com as maiores dificuldades do mundo, 30 minutos é mais do que suficiente para passares um nível e ‘não ficares no mesmo sitio’.

        Para a Rita: És uma pessoa especialmente irritante porque queres sempre ter razão, mesmo quando não a tens. Eu fui frontal.. não tenho é culpa que não saibas Portugues básico. Como diria a minha Avó:’Pronto, ganhaste uma medalha de cuspe! feliz?’

        E agora vou mesmo desaparecer daqui e podem responder o que quiserem, já dei a entender o que queria e como disse o Pedro e muito bem este é um blog pessoal e ele pode escrever o que bem entender :)

        Adeus e fiquem bem.

        • Ah, eis o sinal usual do que eu chamo “frustração à macacos sem galho”, quando um comentador fica tão eriçado que se serve do meu nickname para me insultar. Carlos, até um macaco sabe perceber que aquilo que escreveste não faz sentido.

          O que tu querias dizer era:”Joguei o jogo todo, morrendo por diversas vezes, o que me permitiu aprender os níveis e depois, um a um, jogá-los novamente sem perder vidas, ganhando assim o troféu respectivo”.

          E pronto, é a explicação que me parece importante deixar aqui, para ver se compreendes porquê toda esta discussão.
          E chega que a minha vida não é isto.

  13. Ivo Duarte says:

    Epah isto vai animado por aqui!
    O que falas no teu post é basicamente sobre o balanceamento da dificuldade do jogo, e atacas a cena por não ser feito para tipos que só têm meia hora por semana para jogar, é exactamente aí que está o problema. O objectivo da MediaMolecule e da Sony (calculo) foi fazer um jogo que agradasse ao maior número possível de ppl, o stress é que existem jogadores como tu, jogadores como o Carlos, mais fortes, mais fracos, mais gordos.. you get the idea.. agradar a todos é simplesmente impossível. Mesmo que o tivessem tornado mais fácil isso iria arruinar a experiência para outras pessoas… há de sempre haver povo para dizer “o jogo é alto cena mas…”. Por exemplo o GTA4, o jogo é adorado por milhões de pessoas, mas de certeza que há de haver ppl que não o curte por uma infinidade de razões! Ou o Megaman 9 com a sua ultra-estupidificante dificuldade, que é a principal razão porque tanta gente gosta do jogo.
    É frustante, não tens saco para o jogar, se calhar é mesmo essa a cena… não jogues, joga outras cenas que se adequem mais à experiência que curtes ter!
    O teu próximo post pode sempre ser, “Sacanas dos gajos do marketing que não me avisaram que o jogo era lixado como tudo!” =)

    p.s. não estou a tomar nenhum partido, é apenas uma opinião que julgo ser racional e imparcial e jágora “Bardamerda” é a melhot expressão! =)

    • Acho que há um mal entendido no meio disto tudo. O jogo não é difícil, o que o jogo tem são pequenas porções muito mais difíceis que o resto do jogo e que destroem o tal balanceamento de que tu falas. Logo, o jogo não está muito bem balanceado, porque se estivesse a dificuldade de certos níveis fluía com o evoluir do jogo. A prova de que não fluui é que não é preciso procurar muito para encontrar mais jogadores que acharam a parte das roldanas subitamente frustrante no meio de um jogo bastante jogável.

      GTA4 é um bom exemplo de um jogo que não representou grande dificuldade para mim, embora tivesse missões a requererem várias tentativas, mas… repito, mais uma vez (já cansa): no GTA4, repetir uma missão implicava sempre algo de diferente: outro caminho, um veículo diferente, outra escolha de arma. Num jogo de plataformas, quando é preciso tentar uma coisa várias vezes é sempre igual, daí a frustração.

      Quanto a agradar a todos, estamos entendidos, sem sombra para dúvidas. Mas eu até sou fácil de agradar: gosto de praticamente todo o tipo de jogos e dá-me muito gozo jogar. O problema com o Carlos é que entrou aqui aparentemente muito espantado com as minhas dificuldades num certo nível do LBP, quando eu sei que muitos jogadores desse jogo se queixam precisamente do mesmo. Logo… certamente não sou eu: é o jogo.

      Idem para o GranTurismo que, assim que me queixei da dificuldade, veio logo para aí um herói dizer que tinha passado as provas todas à primeira. Claro. Há sempre um. Mas a verdade é que as provas do GT4 são difíceis e todas as pessoas que conheço com quem converso sobre o jogo, concordam comigo. Mas pronto, há sempre um herói…

      • Ivo Duarte says:

        Quando mandei a minha posta, não era com o intuito de contribuir para a conversa com o Carlos. Se o caso são partes específicas de certos níveis, acho que tens toda a razão em dizer que o jogo está mal balanceado. Mas neste caso a minha opinião não é de grande monta, visto que nunca joguei o jogo =)
        Além disso concordo contigo na cena que repetir, por repetir cansa e acho que já todos passamos por isso em dezenas de jogos, mas os gajos que testam os jogos passam tantas horas à frente daquilo que deixam de conseguir identificar as secções lixadas… tudo é fácil! Não que isso seja uma desculpa para dizer a verdade… =)

  14. Pedro says:

    Meia hora de Colin Mcrae IV online é sempre tempo bem passado. Cumprir o dever no Call of Duty 2 também. Apareçam noobs. Kiwi

  15. Fallout 3 foi o jogo do ano 2008. Ponto final. :)
    um jogo limpo, sem frustações ou restrições parvas.

    • Sabes que não gosto dessas classificações e é uma das razões pelas quais não acho ponta de piada aos Oscars. Aquilo que é “o melhor” varia conforme as pessoas e basta eu não gostar nem um bocadinho de RPGs para provavelmente discordar da qualidade do Fallout 3.

  16. JP says:

    Para acabar com a discussão de uma vez por todas:
    http://tinyurl.com/9y4uaq

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