Spore: Movimento de massas ou coincidência?

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Na passada sexta-feira, foi lançado na Europa um dos jogos mais antecipados dos últimos cinco anos: a nova criação de Will Wright, o “inventor” do Sim City e Sims. Chama-se Spore.

Anunciado há anos, o jogo tem todos os ingredientes típicos dos jogos de Wright com um tempero extra: praticamente tudo pode ser criado pelos jogadores e depois partilhado online.

Começamos como uma célula que, viajando num meteoro, aterra num novo planeta onde irá evoluir. A cada estágio de evolução, podemos remodelar o corpo da nossa criatura e acrescentar-lhe membros e orgãos para a tornar mais eficaz no papel que queiramos que desempenhe.

A evolução da célula vai ao extremo: da poça de água para a terra, de selvagem a social, de primitivo a explorador espacial. O jogo tem tudo para ser mais um estrondoso sucesso como SimCity e The Sims atrás de si.

Excepto um pormenor chamado DRM.

A editora e distribuidora do jogo, a nefasta, “aqui não há sangue”, Electronic Arts decidiu equipar o jogo com SecuROM, uma forma de Digital Rights Management particularmente castigadora, tratando, mais uma vez, os seus clientes como criminosos.

Pelo que tenho lido, o DRM impede a instalação em mais do que três PCs, sendo que qualquer mudança de hardware num PC conta como um novo PC, requerendo re-activação do jogo. Tendo em conta a velocidade com que alguns gamers trocam de placa gráfica hoje em dia, esta limitação torna a vida útil do jogo muito curta.

Como se não bastasse o DRM é praticamente inútil, porque o jogo já estava disponível em torresmos 4 dias antes do lançamento, com a única desvantagem de não se ter acesso à componente online.

Por causa desta “protecção” instalada pela EA, centenas de pessoas estão a ir à Amazon dar uma estrela ao jogo. Na altura em que escrevo isto, já ia em 1227 votos, sempre acompanhados de um comentário do género: “o jogo é óptimo, o DRM é péssimo”.

Pesquisando pela net, não consegui encontrar nenhum movimento concertado de boicote ao DRM do Spore que motivasse tantas centenas de pessoas a dar-se ao trabalho de ir à Amazon deixar o seu protesto. Será possível que este seja um movimento de massas espontâneo?

Será que é desta que as editoras apanham a dica de que o DRM é mau?

Enquanto espero para ver, vou ver como está a desenvolver-se a minha aldeiazinha de 12 habitantes…

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6 comentários a “Spore: Movimento de massas ou coincidência?”

  1. O meu filho (10 anos)andava a salivar pelo Spore (jogo para mais de 12 anos) desde que lhe enfiaram uma amostra grátis nas mãos, há 2 meses atrás.

    A demo é pacífica, o jogo é violentíssimo, com aquela coisa de extinguir outras espécies (ó mãe, já extingui 32 espécies, diz-me ele todo satisfeito). Graficamente a violência é palpável, com os bichos a matarem-se uns aos outros e depois a comerem-se, no sentido não bíblico da palavra.

    Vai ficar arrumadinho na prateleira até o puto ter uma idade mais madura.

    Quanto ao DRM, é começarem a fazer com os jogos a mesma coisa que eu fiz no tempo dos CDs, se as protecções me impediam de ouvir legitimamente o CD nos meus leitores, devolvia e pedia devolução do dinheiro. Agora não compro CDs. Os senhores dos jogos bem que podiam pôr lhos nos senhores dos CDs. E já faltou mais para eu começar a fazer a mesma coisa com os DVDs que me obrigam a levar com aquela pastelada do vídeo “Nao roubarás”.

  2. Xiça, violentíssimo? É tão natural… também não o deixas ver documentários da vida selvagem? :)

    E quanto ao DRM… epá, eu acho que toda a gente que compre o jogo devia na mesma sacar o torrent e partilhá-lo.

  3. Danger says:

    bem me pareceu ter ouvido uns pacotes tcp com o conteúdo “spore” neles :P
    Pedro como já tínhamos estado a falar online realmente o DRM do spore é mesmo uma m#%&a estão mesmo a pedir que o pessoal faça o download do jogo…não só por ser mais económico mas tb sempre podem instalar as vezes q quiserem sem se terem que preocupar em ter que fazer uma chamada para os estados unidos (algo que não fica mt barato) a pedinchar para deixarem instalar o jogo novamente

  4. dextro says:

    Deixa-me corrigir-te porque o DRM é mais draconiano do que o pintaste: Não são 3 pcs mas sim 3 INSTALAÇÕES. Na altura do Bioshock recuperavas uma instalação sempre que desinstalavas o jogo correctamente mas no Mass Effect removeram isso portanto não sei como está no Spore…

    E era para ser ainda pior porque era suposto o jogo “ligar para casa” a cada 10 dias (felizmente isso foi removido).

    Sinceramente já o fiz com o Mass Effect e faço-o novamente com o Spore: sempre que me perguntarem se o jogo vale a pena respondo que só vale a pena se o copiares porque a EA claramente não quer deixar clientes satisfeitos.

    Quanto ao jogo em si: já o pude jogar e não gostei, achei-o demasiado aborrecido. A maioria do tempo é passada a criar os bonecos e no fim não importa muito se tens 2 ou 6 patas porque não se ganha nada com isso sem ser no aspecto…

  5. @dextro, sim, são três instalações, tens razão. É ainda pior.

    E quanto ao jogo, também fiquei ligeiramente desapontado que ter 2, 4 ou 6 pernas não faça diferença e também que, a partir de certo ponto, já não possas mexer na criatura. Mas não deixa de ser um grande gozo, sobretudo pelas criaturas variadas e divertidas que o jogo fornece.

    Deve ser muito melhor jogado online, com conteúdo de outros utilizadores.

  6. Danger says:

    bem eu já não jogava nenhum mais do q uma hora seguida à bastante tempo por isso alguma coisa de interessante este deve ter…mas tb tenho a mesma opinião que vcs existem certos aspecto que podiam ser melhorados
    Claro que ainda estamos na primeira versão do jogo acredito que ele vá evoluir quer através de “updates” quer em próximas versões

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