Tróia Design Hotel

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Tróia Design Hotel

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No final do mês de Maio decidimos que, no nosso aniversário de casamento, precisávamos de passar um fim de semana fora, sem os miúdos, num sítio qualquer especial.

Depois de inúmeros contributos de muita gente, online e de vermos vários sites de hotéis (que, já agora, são quase todos péssimos, infectados de Flash, confusos e todos iguais), decidimos reservar uma noite no Tróia Design Hotel.

A reserva era de mais de 250 euros por apenas uma noite, mas tratando-se de um hotel de 5 estrelas achámos que valeria a pena fazer o investimento para passarmos um fim de semana verdadeiramente em grande.

O hotel fica situado na marina de Tróia, uma zona toda nova, extremamente bem cuidada e simpática, embora grande parte da vista seja sobre Setúbal, o que não é particularmente agradável, com estaleiros e fábricas no horizonte.

A nossa estadia foi excelente, porque a estadia era sobre nós e não sobre o hotel. Era tempo nosso e não queríamos, de forma nenhuma, que nada interferisse nesse tempo. Precisávamos de fazer algumas coisas com esse tempo, mesmo que não soubéssemos que precisávamos de as fazer e era esse o centro do nosso fim de semana.

No entanto, não consigo deixar de escrever este post sobre o Tróia Design Hotel e as suas cinco estrelas, pois parece-me que sendo uma questão de tempo a dois de um casal e sendo o local secundário, a escolha de determinado tipo de hotel é feita para potenciar a qualidade do tempo passado, caso contrário, qualquer pensão ranhosa serviria.

Informo já que, lamentavelmente, sou tudo menos especialista em hotéis. Se já estive em 10 diferentes, é muito. Mas isso é, na minha opinião, completamente irrelevante para o caso.

O hotel, como já disse, está bem situado, embora o caminho pela península de Tróia seja por estradas menos boas, mas nada que não se faça bem.

As coisas têm bom aspecto e parecem limpas, fiquei sem saber muito bem porque é que é um design hotel, pareceu-me ser simplesmente um hotel em que a decoração é feita com móveis de linhas modernas e em preto e branco. Suponho que se tivesse móveis clássicos e tons de azul, seria apenas um hotel com um design diferente. Mas adiante.

O quarto é simpático, amplo e com uma casa de banho integrada no mesmo e separada deste por paredes de vidro que deslizam e permitem ter a banheira em open space com o resto do quarto.

A dita é free-standing, com espaço para duas pessoas.

Chegámos e largámos as coisas, fomos ver como era a piscina, no terceiro piso, depois trocámos de roupa e fomos lagartar à beira da água.

Perto da piscina, a protecção de vidro está toda a cair. Há um pequeno aviso numa folha A4, mas há três ou quatro painéis que estão periclitantemente desiquilibrados, havendo uma parte da guarda de vidro que já foi substituída por um tapume de contraplacado, retirando algum do aspecto elegante que a piscina tem (ou tinha).

Não se está mal lá fora e há toalhas para quem precisar, além de um bar que serve snacks e bebidas.

Passado algum tempo, decidi beber qualquer coisa e como ninguém se aproximou para perguntar se queríamos algo, fui eu ao bar e pedi um vodka-laranja.

Esperei bastante tempo, imaginando que as laranjas estavam a ser espremidas. Afinal, o que recebi, num copo de plástico, foi sumo de pacote com um vago odor a vodka.

Não foi um especial bom começo.

Ao fim da tarde, voltámos ao quarto e quando se aproximava a hora de jantar, não me conseguia lembrar se os 260 euros da reserva incluíam refeição ou não. Liguei para a recepção para perguntar com que pensão estava a minha reserva. “Só o pequeno almoço”. OK.

Saímos e fomos dar uma volta pela marina, decidimos tentar jantar no Púrpura da marina, mas como não sabíamos que era ‘reservation only’ (nem vou comentar muito o facto de metade do restaurante estar vazio às dez da noite, mas não haver mesa), não conseguimos e não estando muito virados para as alternativas, nem com muita fome, decidimos ir ao hotel.

Com pouca fome e três escolhas no hotel, optámos por comer um snack no bar (não o da piscina, outro). O bar, que se chama B.A.R., serve snacks diversos, como sanduíches, hamburgers, saladas, etc. o que era perfeito para o nosso mood, pelo decidimos pedir cheeseburgers.

Após uma longuíssima espera, fomos presenteados com, posso afirmá-lo, o pior hamburger que já comi na vida. Carne torrada por fora e a desmanchar-se por dentro, sem sal, coberta com uma fatia transparente de queijo flamengo, num pão acabadinho de sair do saco bimbo, para o nosso prato. O acompanhamento era de batatas fritas que pareciam ter acabado de sair de uma sessão de tortura e estar feitas há duas horas.

No final, depois de informarmos o empregado que não desejávamos mais nada, esperámos mais uma eternidade sem que nada acontecesse, até que eu me levantei e fui ao balcão, esperar que aparecesse alguém para pedir o meu talão.

Vejamos, poderão sempre argumentar que não se vai a um hotel que tem um restaurante todo fino e um buffet de churrasco a 32 euros por cabeça e se pede um cheeseburger num bar. E eu respondo: vai-se sim e pede-se sim. Se não é fino, se não é “o que se deve comer num hotel destes”, então não serviam. Se os hamburgers, sandes e saladas do bar são comida de segunda, mais valia não figurarem na carta daquele hotel.

Para que não fiquem com a ideia de que fui demasiado exigente, um holandês na mesa ao lado nem comeu o hamburger dele, mandou-o para trás e quando o empregado perguntou se lhe podia trazer outro, respondeu-lhe: “please, don’t”.

Voltámos finalmente para o quarto para experimentar a banheira que tinha ar acolhedor.

Em vez de um banho romântico a dois (nada contra banhos românticos a três, mas não era o caso), passámos os vinte minutos seguintes a tentar perceber como se fechava a banheira. Várias infrutíferas tentativas mais tarde, liguei para a recepção.

Pediram-me que esperasse um pouco, que o colega da manutenção ia subir.

Lá esperámos nós mais um grande bocado, já meio aborrecidos, sem podermos descontrair no quarto de hotel, a aguardar que, a qualquer momento, aparecesse alguém a bater à porta.

Quando já estava prestes a ligar para a recepção novamente, lá chegou um tipo que substituiu a válvula da banheira que estava partida. Quando nos metemos no banho, confesso, a coisa já não teve grande graça.

Antes de irmos para a cama, tive que por o telefone a carregar, o que necessitou de três tentativas, visto que duas das tomadas do quarto não funcionavam. Desligámos o ar condicionado que fazia barulho como o caraças e passou-se a noite… até cerca das 6 e picos da manhã, altura em que somos acordados pela luz do sol que entra pelo quarto já que as cortinas não fecham bem o suficiente para o impedir.

Bom, queríamos descansar, mas não sendo possível, então que aproveitássemos as últimas horas antes do check-out. Um duche rápido, para descobrir que o chuveiro de tecto estava todo partido e lançava água em todas as direcções e depois descer para tomar o pequeno almoço que, já me tinham garantido, era épico.

Era, de facto uma sala com um enorme buffet com tudo, desde fruta fresca, a pães e croissants, bolos, carnes frias e quentes, um tipo a fazer ovos no momento e tudo.

Decidi quebrar a minha dieta anti-alérgica e comer qualquer coisa que me apetecesse. Apeteceu-me waffles e panquecas, com molho de chocolate, voltei para a mesa todo contente.

Mal sabia eu…

À primeira dentada numa waffle pareceu-me quase inacreditável, mas a segunda dentada confirmou: era incomestível. Não era só mau, era mesmo incomestível. Digamos que, para comer aqueles waffles, teriam que me pagar, no contexto de um daqueles programas de TV japoneses em que os concorrentes são horrivelmente torturados.

Confesso que por esta altura estava incrédulo. Depois da bebida e do jantar do dia anterior, o pequeno almoço, que me tinha sido altissimamente recomendado, era inacreditavelmente mau. Pus a waffle de lado e atirei-me à panqueca… guess what: incomestível.

Não sei se valerá a pena acrescentar que o molho de chocolate devia ser do Lidl, já que as panquecas e waffles eram secas, quebradiças e estavam geladas.

Acabei por comer carnes diversas e alguma fruta. A Dee comeu um croissant e um pãozinho que disse serem banais.

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Malas feitas, prontos para partir, hora do checkout. Não correu muito mal, o senhor que nos atendeu só se enganou no meu nome, chamando-me Fátima (ok, virou-se para a Dee quando disse o nome, but still, tinha a factura à frente, com o meu nome) e depois trouxe-me a chave de outro carro qualquer. Agora, arrependo-me de não ter aceite a chave, se calhar era do Ferrari que estava lá em baixo.

Quando me põem a conta à frente para pagar: 212 euros. E já incluía as despesas que fizemos no bar e etc. Conclusão? Eu tinha, de facto, feito reserva com meia pensão, daí os 260 euros, mas quando liguei para a recepção para me informarem, enganaram-se.

Felizmente, no fim, não me cobraram a dita e a coisa acabou por sair mais barata, mas ainda assim, eu mandava tirar um estrela àquele hotel.

Para terminar numa nota positiva, aconselho vivamente uma lojinha chamada Ice Gourmet, no fim da marina (nada a ver com o hotel), que serve gelados incríveis. São mesmo muito bons, eu comi um de cheesecake e tive a sensação de, basicamente, estar a comer um bocado de cheesecake em cima de um cone de bolacha. E não são caros.

Finalizo com o seguinte, que é importante: que não fique a imagem de que o hotel é mau, porque não é. É amplo e a decoração é bem conseguida; o quarto, sendo dos mais baratos, era grande e confortável, além de que incluía kitchinette e tudo, com placa, micro ondas, frigorífico e lava-louça (apesar de não haver, no quarto, panelas, pratos, talheres, etc). Já percebi que não fomos colocados na melhor parte do hotel, havendo outra zona onde a vista é bem melhor, mas mesmo assim, da varanda privada tínhamos vista para a marina. Havia um cesto de fruta fresca no quarto, que era boa e onde estivemos (quarto 902), não ouvimos ruído por aí além, nem nos apercebemos que passasse muito som dos quartos ao lado.

De acrescentar ainda que não experimentámos o SPA, pelo que me abstenho de comentar. Existe ainda um ginásio.

O pessoal foi sempre simpático e atencioso, embora me tenha parecido, por vezes, um bocadinho demasiado ‘eager to please’, o hotel inclui garagem e, logo ao lado, há um casino que não chegámos a visitar.

Se decidirem experimentar, aconselho apenas que vão comer a outro lado.

PS: por favor não comecem com comentários do tipo “se fosse eu tinha reclamado”, não tive qualquer desejo de perder tempo com isso, aliás, tendo em conta o tempo que demoram a fazer seja o que for naquele hotel, imagino que se tivesse pedido para falar com um responsável ou para fazer uma reclamação, o processo privar-me-ia de duas ou três horas da companhia da minha mulher, razão da minha estadia ali.

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WD TV Live

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Como parte do meu esquema de rede multimédia doméstica, comprei um media player para ter na sala e ler os vídeos, música e fotos instalados na NAS.

Depois de alguma investigação, optei pelo WD TV Live porque tinha um bom equilíbrio de funcionalidades e preço, sendo um dos dispositivos com boas reviews que tinha preço mais acessível.

Não estava particularmente interessado em ter uma coisa muito complexa que fizesse media library e movie sheets e essas coisas todas. Desde que tocasse o máximo de formatos de ficheiros possível e lidasse bem com vídeo HD, chegava-me.

A caixinha é pequenina, praticamente cabe numa mão aberta e o comando é ainda mais pequenino. Tenho-a ligada à ethernet gigabit com um cabo cat5e, o áudio está em passthrough por fibra óptica para o amplificador e a imagem, por HDMI, para a televisão.

O uso primordial que lhe dou é o acesso, por samba, ao volume da Synology para tocar vídeo. Era algo que costumava fazer com a PS3, usando um servidor DLNA a correr num PC (o ps3 media server). Como a NAS também tem um servidor DLNA, essa opção está disponível, se a quiser usar.

Vale a pena?

O WD TV Live faz praticamente tudo o que esperava dele e que mencionei acima. Não me preocupo com o formato dos ficheiros, porque ele toca tudo. Lida muito melhor com HD do que o meu setup anterior, permitindo-me, por exemplo, fazer fast-forward e rewind em ficheiros 1080p, sem dificuldade, coisa que com a PS3 acabava sempre mal.

Notei também que alguns vídeos, que no meu setup anterior tinham o áudio des-sincronizado com a imagem, agora tocam em sincronia sem problema.

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Não costumo ver vídeos com legendas, a menos que sejam numa língua que não domino, mas com a PS3, por exemplo, ver o Død Snø foi impossível, porque o render das legendas, pela rede (na altura estava na outra casa, com 100 Mb), dava cabo da performance. No WD TV Live, legendas não têm qualquer impacto notório na performance.

Ainda não testei muita música, mas o que já testei, tocou. Fica a faltar um teste mais aprofundado de vários formatos… tenho alguma curiosidade sobretudo sobre a capacidade de tocar FLAC, que é anunciada pela WD, mas só depois de testar é que vou ver como corre.

E depois, a grande desilusão do WD TV Live: a fotografia. Já copiei grande parte da nossa colecção de fotos digitais para a NAS, mas não consigo ver quase nenhuma na WD TV Live. Não sei qual é o limite de resolução a partir do qual aquilo não lida com as imagens, mas é muito frustrante tentar ver um simples jpeg saído da D200 e ver uma mensagem de erro.

Não fico mais chateado porque não é esta a função principal deste dispositivo cá em casa e a razão pelo qual efectivamente o comprei está validado.

Por 80 euros, não me arrependo da compra. Faz o que quero, quase sem problemas – se tivesse um “go to”, que me permitisse saltar para qualquer momento no meio de um vídeo, seria ainda melhor, mas tirando isso e a óbvia falha com as fotos foi uma boa compra.

Noutra oportunidade, provavelmente, investigarei outros modelos, mas por agora, este serve.

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Synology DiskStation 411J

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Synology DiskStation 411J

A Synology DS 411J é uma NAS, Network Attached Storage, com uma enorme riqueza de funcionalidades num tamanho compacto. Decidi montar uma NAS já há vários meses para centralizar uma montanha de coisas, desde vídeos a fotos, ‘bibliotecas’ de iTunes, backups, enfim, uma batelada de coisas.

Depois de várias semanas para trás e para a frente, escolhi este modelo da Synology por ter todas as funcionalidades que eu queria e mais algumas extra e incluí-a no meu esquema de rede para a casa nova, cujas obras estavam a começar. Entretanto foi preciso esperar pelo FMI para ter um bocadinho de bailout money e poder comprar o bicho.

A DS em si é uma caixinha compacta, com um aspecto bastante razoável que leva quatro discos. A montagem dos discos é feita com recurso a 4 baías extraíveis e não há cá cabos SATA nem de corrente: basta colocar o disco na baía com 4 parafusos e depois empurrar a baía para dentro encaixar nas tomadas no fundo da caixa.

Nada mais simples.

Depois de montada, fisicamente, é altura de instalar o software. O CD fornece versões do instalador para Mac, Windows e Linux. Eu usei Mac e correu tudo bem e rapidamente.

Depois do software instalado, passamos para o browser. Acede-se à DS usando o ip que esta tiver recebido de o que quer que seja na nossa rede que esteja a fazer DHCP e faz-se login com a conta de administração que é criada no processo de instalação do software.

Altura de criar os volumes. As hipóteses são inúmeras, desde um RAID híbrido específico da Synology, passando por JBOD, RAIDs diversos e até mesmo volumes independentes, sem RAID. Ao seleccionarmos o que queremos, é-nos sugerido que seja feita uma verificação aprofundada dos discos, para identificar eventuais maus sectores e marcá-los imediatamente, para que não afectem, de futuro, a performance do sistema.

No meu caso, com 4 discos de 1.5 TB, o processo de verificação levou cerca de 10 horas.

Poucos minutos depois disso, o file system ficou instalado e pouco depois, o volume foi criado. Optei pelo Synology Hybrid RAID que tem tolerância de falha de um disco e usa ext4 como file system; instalei 4 Seagate Barracuda 7200.11 (com o novo firmware), de 1.5 TB e tenho 4 TB usáveis.

O software é simples e muito fácil de usar e mantém-se actualizado com frequência (estou neste preciso momento a fazer o quarto update do DiskStation Manager desde que instalei a NAS pela primeira vez). As funcionalidades são imensas e como tenho tido tempo limitado e já não tenho 20 anos (altura em que ligava tudo para ver o que acontecia), ainda não explorei metade, mas as que experimentei funcionaram bem e à primeira, sem confusões, nem configurações complexas e muitas delas, sem sequer interromperem o stream de vídeo que estava a correr na altura.

Tudo é gerido com Webman, usando qualquer browser para aceder por http (configurado por default), ou https (configurável com facilidade).

A primeira coisa que fiz foi criar uma directoria partilhada. Imediatamente, tive acesso à mesma no meu Mac e na Windows box que tenho no sótão, através do Finder e Windows Explorer, respectivamente, mas também é possível aceder por um interface web (além do webman, claro).

Essa primeira directoria serviu para receber ficheiros de vídeo para ver pela rede e foi tão fácil como montar a drive de rede no Windows e arrastar ficheiros no Explorer. Com a Synology na mesma rede de tudo o resto cá em casa, de qualquer lado posso aceder e ver os vídeos puramente por filesystem. No entanto, existe uma opção de media server que funciona com DLNA, pelo que também consigo ver os vídeos na minha PS3.

Não existe, no entanto, transcoder na Synology, pelo que para usar DLNA, convém ter ficheiros em formatos compatíveis com o media renderer que se pretenda usar.

Esta NAS também serve fotos. Serve música de duas maneiras: com um player de áudio interno, acessível de qualquer lado com um web browser (sim, isto significa que podemos estar no emprego a ouvir a nossa colecção de música de casa – até mais: com a app Audio Station para iPhone podemos mesmo ouvir a nossa música de qualquer lado, desde que haja rede) e com o protocolo do iTunes, o que significa que a Synology aparece na secção ‘shared’ de qualquer iTunes que esteja na mesma rede, permitindo ter toda a música na NAS, audível de qualquer device na rede que tenha iTunes.

Também tem um servidor web e MySQL, portanto, permite correr websites de lá com um nível de complexidade já razoável. Não sei muito bem se é possível usufruir de PHP, Perl, etc, ainda não investiguei, mas havendo MySQL, deduzo que há algum tipo de interpretador de qualquer dessas coisas – de toda a forma, não pretendo, para já, ter sites a correr cá de casa, até porque estou a usar outra feature da DS para poupar energia: configurei-a para que se desligue às 2 da manhã e se ligue às 9, diariamente.

Ainda não é tudo. Existe um cliente de BitTorrent e eMule, que executa pesquisas ou aceita URLs e faz downloads, claro. Esta aplicação é full-featured e completamente configurável em termos de ports usados, limites de banda, seeding, scheduling, etc, etc.

Sem me alongar muito mais, até porque tenho muitas funcionalidades por explorar, como já disse, existe um servidor de e-mail, um software para gerir câmaras de vigilância (ip cams), uma firewall, acesso por Telnet/SSH, uma aplicação para fazer backup desta Synology para outro lado (nomeadamente, para outra Synology), opções de routing que ainda não sei o que fazem, configuração de Dynamic DNS, FTP, SNMP, WINS, user accounts, Time Machine, Apple Talk e NFS. E provavelmente, tira imperiais.

Estou muito satisfeito, apesar de estar a usar uma fracção da potencialidade do bicho e acredito que ao longo do tempo, à medida que vá necessitando, descobrindo e configurando features, vá apenas ficando cada vez mais contente com esta compra.

Em suma: Tamanho compacto, aspecto e construção sólidos, com um look simples (frente branca com painel preto, led de power azul, leds de actividade verdes, caixa em metal escovado), instalação de hardware muito simples e rápida, bootstrapping com inúmeras opções, mas em última análise simples, embora demorado (mas é natural, com o disk checking, que aconselho que se faça), software de operação estupendo, muito claro e fácil de usar, com help integrado e aquilo a que tecnicamente se chama uma catramolhada de funcionalidades para satisfazer praticamente qualquer exigência que se possa ter de uma máquina destas, em casa.

Custou pouco mais de 300 euros, sem discos, evidentemente e fica aqui, fortemente recomendada.

 

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Bimby, uma semana

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Passou uma semana desde que tenho uma Bimby por empréstimo cá em casa. Ainda não fiz tudo o que queria fazer com ela, mas de cada vez que a uso, a minha opinião vai-se cristalizando.

A primeira impressão não foi particularmente boa, mas a maioria dos problemas eram relacionados com más receitas que vêm no chamado livro-base.

Donos de Bimbies (é este o plural de Bimby?), insistiram para que experimentasse este ou aquele prato especial, aquele que é “o” prato a fazer na Bimby. No entanto, as sugestões roçavam todas o mesmo, ou seja, nada que dê um jantar: caipirinhas, sorvete, granizado, sumos ou doces, como o leite creme.

Fiz leite creme. E fiz suspiros. E ficou bom, mas deixem-me dizer o seguinte: é difícil juntar leite, claras, ovos e açúcar e não fazer algo bom. Aliás, se eu misturar agora mesmo ovos com açúcar e um pouco de leite, nem precisa de ir ao lume que fica bom.

O que eu esperava de uma Bimby

Até agora, a Bimby não é, decididamente, o que eu estava à espera.

O que eu estava à espera, e que me foi dado a entender que a Bimby é, era de uma máquina para onde se atiravam ingredientes, rapidamente descascados e sem ser preciso sequer partir muito, se escolhiam umas temperaturas, tempos e velocidades e, “do outro lado”, saia comida feita.

Mais: a Bimby vem com um livro de receitas simples e rápidas. E mesmo com outras receitas a Bimby é simples e rápida a fazer comida boa.

Podia esmiuçar estes conceitos todos, mas acho que nem vale a pena e, sinceramente, também não vale a pena dizerem-me que tive azar, que não percebi a Bimby ou que a culpa é do clima. Os dois parágrafos anteriores descrevem, grosso modo, aquilo que me tem vindo a ser transmitido pelos donos de Bimbies desde que oiço falar da máquina e praticamente nada se concretizou na experiência que tive com ela.

A minha mulher não cozinha, se o conseguir evitar; não gosta, não é uma coisa que lhe dê gozo e portanto algo que cumprisse o que a Bimby promete seria o ideal para ela ter o jantar pronto para os miúdos todos os dias a horas decentes. Este foi o principal papel que a Bimby falhou em concretizar.

Mas vejamos em maior detalhe:

A máquina

A Bimby é uma máquina grande e pesada. Nada de espantar, tendo em conta que tem múltiplas funções e necessita de um espaço com volume suficiente para cozinhar uma refeição para, pelo menos, quatro pessoas.

É muito fácil de usar, com comandos grandes e bem legendados que parecem ainda estar bem protegidos contra infiltrações de líquidos. O painel LCD e os avisos sonoros certificam-se que o utilizador está sempre informado do que se está a passar.

O aparelho é composto de uma base onde está alojado o motor, os comandos, a balança e o foco de indução magnética, um copo onde se colocam os alimentos, respectiva tampa, uma lâmina quadrupla, uma espátula, um cesto para cozer alimentos sem serem atingidos pela lâmina e outro para os cozer a vapor, em cima do copo. Finalmente, há uma “borboleta” de plástico que serve para bater claras em castelo, por exemplo.

Não achei a máquina particularmente robusta e abana por todo o lado nas velocidades mais altas. Como é emprestada, se calhar estava mais ansioso do que o costume e se fosse minha se calhar não me preocupava, mas a verdade é que houve alturas em que me perguntei se aquilo realmente aguentaria muito mais tempo na velocidade 9.

Funções

A Bimby é o que se chama um robot de cozinha, termo bastante infeliz para quem, como eu, cresceu a ler contos do Asimov. Um verdadeiro robot de cozinha seria um andróide de avental que vai buscar os alimentos, prepara-os e faz uma refeição, tudo sem magoar ou por inacção permitir que um humano se magoe.

O que é óptimo, porque se pensarmos bem, a comida teria que ser sempre excelente e ao gosto do humano, caso contrário iria contra as leis da robótica.

Mas pronto, é um robot de cozinha porque tem múltiplas funções e as ditas são:

Balança; como balança, a Bimby funciona. Não tem nada de especial, apesar dos donos da Bimbies parecerem achar especial o facto da balança fazer reset após cada ingrediente para pesar o próximo—isto é uma função vulgar de qualquer balança. Next.

Picadora; como picadora a Bimby é muito competente e creio mesmo ser esta a melhor de todas as funções da máquina. As lâminas parecem ser particularmente boas e o motor bastante potente e equipado com um potenciómetro com 10 velocidades, marcha-atrás e turbo, é possível cortar alimentos, picá-los, estraçalhá-los e mesmo vaporizá-los completamente e com a “marcha-atrás” é possível apenas mexer a comida enquanto cozinha.

Batedeira; a Bimby também é uma boa batedeira, pelas mesmas razões que é uma boa picadora, no entanto, a “nota final” (mais abaixo), aplica-se particularmente à função de batedeira.

Panela; como panela a Bimby simula o conjunto panela + placa de indução, aquecendo rapidamente e mantendo, com facilidade, a mesma temperatura. Isto impede que os alimentos queimem e peguem ao fundo. Infelizmente, também impede que ganhem sabor. Por alguma razão um bom churrasco na brasa sabe tão bem: é que as brasas estão quentes.

Portanto, como panela, a Bimby é boa para cozer comida. Se forem principalmente adeptos de fritos, grelhados ou assados, a Bimby não faz. Prepara, para depois se cozinharem noutros aparelhos, mas não faz sozinha.

Cozedora de vapor; não sei o que dizer sobre a Bimby como aparelho de cozer a vapor. A razão é simples: detesto comida cozida a vapor e portanto, não experimentei. Suponho que seja competente, já que faz vapor com facilidade e o faz sair pelo topo do copo para o compartimento acessório de cozer a vapor.

Nota final (cá está ela): Nas funções que envolvem colocar alimentos no copo e usar as lâminas, a Bimby tem, para mim, um grande defeito: é uma chatice tirar coisas lá de dentro.

As lâminas estão montadas de tal forma que os alimentos ficam enrolados no eixo ou comprimidos por baixo das pás. Por exemplo, quando fiz almôndegas, a receita dizia para colocar x pés de salsa e depois de picar tudo, junto com a carne, dei com parte significativa da salsa enroladinha no eixo, por picar.

Como referi, como batedeira, esta chatice triplica: é que numa batedeira normal, eu bato tudo no recipiente e no fim, levanto as varinhas que vão para lavar e despejo a massa com ajuda de um salazar. Na Bimby, as lâminas estão no caminho e dificultam à brava a operação. No entanto, não posso desmontar as lâminas para ajudar, porque aí fico com um buraco no fundo do copo.

A comida

Já falei de comida no post anterior. É verdade que ainda não experimentei receitas “minhas”, sem ser do livro-base. Mas também é verdade que quanto mais uso a Bimby menos percebo para que serve. Não consigo, de forma óbvia e rápida, descortinar as suas vantagens na preparação de comida.

Em duas ocasiões, a comida veio por fora. Já me garantiram que isso nunca acontece, pelos vistos, só me aconteceu a mim, mas eu não fiz nada senão seguir receitas oficiais.

Creio que aconteceu porque eu não estava a vigiar, mas… eu não estava a vigiar porque essa é suposto ser uma das vantagens da Bimby.

Para cozinhar tenho panelas e até posso comprar das baratas porque fazem o mesmo do que as caras e quando me farto delas vão para o lixo e compro novas.

Raramente pico coisas na picadora… porque haveria de começar agora? Cebola, alho e salsa pico com a faca e até compreendo que fosse melhor com a Bimby, embora o ideal da simplificação, para mim, fosse não ter que pegar na faca de todo, mas como continuo a ter que descascar e cortar em pedaços os vegetais… então dou mais um passo e pico-os à mão.

Para passar sopas, tenho uma excelente varinha mágica Braun que nunca me deixou ficar mal e faz cremes em poucos minutos, tal como a Bimby.

E para cozer comida… bom… sinceramente, comida cozida não está no topo da minha lista de preferências gastronómicas. Gosto muito de grelhados, na brasa então upa, upa; não adoro fritos, mas prefiro a cozidos e os assados também vêm antes destes na lista de preferências.

Claro que gosto de cozidos, à portuguesa, por exemplo; ou de feijoada, ervilhas com ovos ou mesmo chili con carne, mas aí é que não vejo mesmo vantagem na Bimby: são comidas de atirar coisas para panelas e esperar que seja Sábado. E aí, não é precisa a pressa que a velocidade da Bimby oferece, pelo contrário: quanto mais tempo o ragú estiver ao lume, melhor fica.

A máquina parece ser boa a fazer doces, de facto. A coisa mistura bem, o “lume” brando necessário para algumas confecções mais delicadas é fácil de controlar e no fim, há maiores probabilidades de correr tudo bem com receitas mais complicadas.

Mas… eu não quero fazer doces. Assim como assim, deu-me muito trabalhinho chegar aos 37 sem barriga, não tenho qualquer desejo de ter em casa uma máquina sensacional para fazer baba de camelo e estragar tudo.

E é assim que concluo:

Principais vantagens da Bimby

  • Se foi oferecida, será certamente prática para fazer sopa, doces e refeições completas, desde que se atine com receitas que se goste;
  • Se tudo correr bem e escolhendo as receitas certas, pode chegar-se ao fim com uma refeição pronta e tendo apenas o copo da Bimby para lavar. Acredito que, com prática e conhecendo bem a máquina, esta se torne a maior vantagem: jantar feito e nada de loiça para lavar;
  • Não havendo azares, há períodos de alguns minutos em que podemos ir à nossa vida e depois a Bimby apita quando estiver pronta.
  • Como mencionou o Eduardo nos comentários, substituindo vários electrodomésticos e podendo estar sempre na bancada à espera de ser usada, a Bimby é prática porque ocupa menos espaço do que todos os electrodomésticos que substitui juntos e lá está, suja menos “loiça”.

Principais desvantagens da Bimby

  • É caríssima. Deixem-me sublinhar bem este tema porque parece fugir à compreensão de muita gente: a Bimby custa um testículo¹ de massa. Creio que o único electrodoméstico que pretendo comprar que custa mais do que uma Bimby é um frigorífico americano; todos os outros que tenho são mais baratos e isto inclui: máquina de lavar loiça, máquina de lavar roupa, secador de roupa, placa de indução magnética, forno pirolítico, esquentador ventilado, exaustor, aspirador manual, aspirador robótico, micro-ondas, etc. Nada disto foi mais caro que uma Bimby.
  • Cheira “mal”. Não sei se a que usei é nova demais e depois perde o cheiro, mas enquanto cozinhei com ela, cheirou-me sempre mais ao plástico da máquina e algo mais que creio ser o motor, do que à comida. Não é um cheiro hediondo, mas está lá e, sinceramente, quando cozinho, o cheirinho da comida é suposto ser uma das partes boas.
  • Faz barulho. Acima da velocidade 3, a máquina já faz um barulho considerável e quando apita é irritante sobretudo porque não pára de apitar até lá irmos desligá-la.
  • Não deslumbra. Pois. Depois de tanta conversa, de um seguimento quase religioso dos chamados “Bimbólicos” que a tratam por “a nossa menina” em foruns pela net fora e custando o que custa, I wanted nothing short of culinary orgasm. Em vez disso, tive um gigantesco “meh”.

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Finalmente

A minha reacção é mesmo essa: meh. Bah. Ou bof, como se diria nos países francófonos.

A Bimby não me convenceu, mas também não é uma porcaria. Não vou tornar-me ferrenhamente anti-Bimby, mas não consigo descortinar as suas vantagens—não consigo imaginar a minha vida com uma Bimby como sendo muito melhor.

Mas o busílis é esse. É que quem tem uma Bimby tece-lhe tamanhos encómios que fico claramente convencido que a Vorwerk, criadora do aparelho, tem nas mãos algo com o efeito Apple.

Qualquer pessoa que use computadores há anos suficientes sabe perfeitamente que um Macintosh não apresenta diferenças nem vantagens suficientes em relação a qualquer outro computador de hardware semelhante que justifiquem que custe o dobro, mas também sabe que há ali “algo”, o factor Apple, um bocadinho extra que se calhar também tem a ver com querer pertencer ao clube dos ‘cool kids’.

Sim, a Bimby faz muitas coisas. Mas não sei se dava sequer 500 euros por ela, sinceramente. Não me entusiasmou, não me simplificou a vida e não me maravilhou com as suas capacidades impressionantes.

Até a pulverizar açúcar, uma das coisas que costuma impressionar, a mim, sinceramente, só me fez pensar quem é que ia limpar a porcaria da nuvem de açúcar que me encheu a cozinha.

Em suma, na minha demanda por organização culinária, passei pela Bimby com a promessa de uma solução, mas encontrei mais do mesmo: a organização depende de mim e enquanto eu não encontrar uma fórmula, posso usar uma debulhadora industrial ou um campingaz com uma marmita de estanho que o resultado será o mesmo.

Não sei se ainda faço mais experiências com a Bimby. Mas para mim o veredicto já está selado: não preciso de uma e não consigo descortinar onde é que a máquina vale mil euros.

Se forem contemplados com a oferta de uma, acredito que lhe darão bom uso, mas a barreira do valor é o que estraga tudo para mim, no que toca a ‘value for money’ a Bimby deita tudo a perder.

¹ Colhão

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