Uma década de Tiago

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

No dia 11 de Março de 2007 nasceu o nosso filho Tiago. É difícil escrever sobre estas coisas sem cair em lugares comuns, mas vou tentar, começando por evitar dizer que dez anos é muito tempo.

Quando o Tiago nasceu, comecei a escrever Tiálogos e mais tarde, quando chegou a Joana, Joanalogias – algo que já vi imitado por aí nessa net – mas com o passar do tempo, honestamente, tornou-se mais complicado para mim decidir escrever sobre os meus filhos. É uma lição que se aprende depressa. Embora sempre os tenha visto como pessoas e não apenas como “bebés”, houve um momento em que senti que não podia escrever mais, sob pena de os reduzir a uma simplicidade que não os define.

Joana & Tiago 2017

Pode dizer-se que, como pais, eu e a Dalila, nunca fomos “de modas” e, como criança, o Tiago também não tem sido. Adere a umas coisas, foge da maioria e gosta do seu próprio mundo. Não me parece que ele sinta qualquer necessidade de fazer coisas para se integrar e portanto despreza algumas das coisas mais populares entre os miúdos da sua idade (como o futebol – aliás: o futebol é 98% da vida das crianças que o rodeiam) e prefere deixar-se fascinar por – entre outras coisas – jogos de vídeo independentes ou clássicos.

Star Wars, futebol ou música pop é mais com a irmã. O Tiago prefere Hello Neighbour, cultura japonesa e tudo o que envolva gatos. É um miúdo divertido, com um lado negro absolutamente fascinante (até a professora já se rendeu parcialmente aos seus textos em que toda a gente morre no fim) e que ocasionalmente sente a passagem da vida com um peso que habitualmente atribuímos aos adultos. Inventor de histórias e jogos, os seus personagens são sempre gatos geométricos (já foram quadrados, agora são circulares) e poucas coisas lhe dão tanto gozo como inventar uma piada que nos ponha todos a rir.

Não desejo nada senão que seja feliz (uma coisa que me demorou mais de 40 anos a perceber vagamente, portanto, não há pressa) e por mim pode desenhar o seu próprio futuro como bem o entender. Provavelmente… com a forma de um gato.

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Vinte e oito voos

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Mais uma ida à Alemanha onde as paisagens bávaras começam a tornar-se familiares. Desta vez, fiquei alojado na pequena vila de Bad Tölz, a meia hora de Penzberg por estradas campestres, entre montes verdejantes, bosques cerrados e os Alpes sempre vigilantes, ao fundo.

Bad Tölz

Esta visita foi mais curta, para umas sessões de trabalho, testes de hardware e entrevistas para esclarecermos uma série de pontos em dúvida da última viagem.

A ida e volta foram os voos vigésimo sétimo e oitavo pela Impossible (e daí até ao 32 já estão todos marcados), de regresso a business class, o que num voo curto da TAP não representa muito em termos de avião (ninguém sentado no meio e melhor comida), mas que compensa bastante pelo acesso aos lounges nos aeroportos, com comida e bebida à pala.

Jantámos num restaurante alemão onde ninguém falava inglês, excepto um cliente, já muito bêbado, que tentou contar umas histórias sobre a sua visita a Portugal em 1978; almoçámos todos os dias no alvoroço da enorme cantina da Roche, visão muito típica também em Sillicon Valley, com inúmeros balcões com escolha variada de comida, bebidas e sobremesas. Também tive a oportunidade de andar a 190 km/h, calmamente, na autobahn, a caminho do aeroporto Franz-Josef Strauß. Há uma segurança que se sente a esta velocidade, naquelas estradas, que não se sente nas nossas, nomeadamente por cá ser proibido e lá não (o carro não dava mais, fica para a próxima).

Já nos sentimos muito à vontade naqueles laboratórios e voltar não é uma questão de ‘se’, mas sim de ‘quando’. Para já, o trabalho corre muito bem e a próxima etapa será desenvolvida nos Estados Unidos, depois de uma rápida passagem por Lisboa, nomeadamente, para festejar o décimo aniversário do meu filho. E de vez em quando, não deixa de me surpreender o quanto a minha vida mudou nestes dez anos desde que ele nasceu.

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