O Acordo Macacográfico

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Bom, se o Acordo Ortográfico está aí e tem gerado alguma discussão num dos posts recentes então em acho que está na altura de o abraçar. Mas eu não gosto de fazer as coisas por meias medidas, prefiro pegar no Acordo e subir a parada. Eu acho que se o objectivo do AO é simplificar, então não estamos a simplificar o suficiente.

Há muito mais por onde simplificar a grafia do Português e se vamos fazer esse compromisso, então vamos até ao fundo, adoptemos o Acordo Macacográfico.

Português é logo um bom exemplo: para que serve aquele U ali? Portugês devia servir perfeitamente e assumimos assim a dupla valência do G e já estamos a simplificar… “Algidar”, “geto”, “gelra”, muito melhor.

Aliás, o U mudo pulula na nossa língua, sem qualquer (lá está ele), necessidade. Nada mais simples: removem-se todos os U mudos e podemos passar a escrever “qualqer” e “quaisqer” e mesmo “qe”. Simples, não?

Agora vejamos o S e o Z. Que grandes confusões, temos duas letras, mas uma delas serve perfeitamente a função da outra, já qe S serve de Z, por exemplo, em “coser”, em “casa” ou em “mesa”. Não precisamos da letra Z para nada e com esta, até aligeirei o próprio alfabeto.

Assim, proponho qe se passe a escrever “sero” em vez de “zero”, o contexto tem obrigação de tratar do resto. Qualqer pessoa perceberia perfeitamente qe o James Bond é o Agente Sero Sero Sete.

Falemos de outra letra: o X. Nem é precisa muita imaginação para perceber qe o X serve perfeitamente para substituir todos os sons “ch” da nossa língua. Para qê gastar dois caracteres, quando se pode usar apenas um?

“Xapéu”, “Xuva”, “Xatear”, “Xave” e “Xoco frito” não são palavras legíveis? Com este novo acordo, é sempre a poupar. E por falar em poupar, porqe é qe precisamos de “ou” quando temos um acento – o tal qe nem sempre é preciso, mas qe aqi até dá jeito – o circunflexo?

Podemos passar a escrever “Pôpar”, “Ôtão” e mesmo “Ô”, em ves de “ou”. (nota, “ves” está escrito ao abrigo do novo Acordo Macacográfico).

Mas o leitor mais atento terá notado qe ali atrás usei dois S. Qe grande desperdício de letras. Então um não basta? E mais digo: aproveitamos, se o S serve de si próprio bem como de Z então também substitui facilmente o Ç e podemos passar a escrever “Pasou”, “Casador” (evidentemente, aqele qe vai à casa) e “Serviso”.

Mas a simplificasão não fica por aqi: é confuso que tenhamos duas letras para servir de S, já qe o C também o faz, asim, sugiro que apenas o S sirva de S e mais nada. Podemos asim escrever “Anunsiar”, “Séu” e “Insidente”. Qe simples, não é?

Cabe a cada um de nós faser avãsar a nosa lingua. Devemos cõtribuir ativamente para qe, dia após dia, o portuges se simplifiqe e este Acordo Macacográfico ainda não vai lonje o suficiente. Á muito por faser: temus letras inuteis penduradas no fim de palavras como “Cabe”, no inisiu deste parágrafu, qe podia ser “Cab” e xegava. Usamus o E quando pudíamus usar o “I”, temus várias letras qe não levam til i qe, levandu, cõtribuiriam muito para a desejada simplificasão, caso do E e do I.

I, finalmente (um E com til aqi pôpava-nos um N), temus demasiadus asentus na nosa lingua qe mais nao fasem qe complicar.

É com 1 prufundu sentidu d responsablidad qe terminu est post i deixu pra postridad a mnha pruposta d 1 Acordo Ortugraficu qe sirva nao so u intrese dazeditoras ô deste ô aqel pais lusofunu, mas sim todus aqels qe, nus 5 continents, falam diariament a lingua de luis vas de camois!

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45 comentários a “O Acordo Macacográfico”

  1. Dextro says:

    Apoiado, ê cá vô já adotar est acordo!

  2. Á muito bõ! Notu uma estranha paresensa cõ o pitês, mas deve ser d mim

  3. Tiago Santos says:

    Está engraçado, mas o propósito do AO não é a simplificação mas sim a unificação do português que se utiliza nos países onde este é língua oficial.

  4. Ivo Gomes says:

    Duuuuude. Brutal, mas no último parágrafo parece que o teu acordo macacográfico iria eventualmente migrar para o pitês, dadas as semelhanças :)

    • O pitês tem certas características que eu claramente deixei de fora. Usa a letra K sem qualquer necessidade, implementa o uso do “uh” como em “linduh”, sem qualquer sentido e ainda por cima coloca a letra X em palavras como “beixinhuhx!”. WTF?

      • Ivo Gomes says:

        Certo. O que eu quero dizer é que o teu acordo é uma aproximação ao pitês. O que até nem é mau. Acabas por matar 2 coelhos com uma só cajadada. Unificas o português e aproveitas para unificar também o pitês (que com algumas alterações se adapta bem ao teu acordo).

  5. Lisete says:

    ah ah ah so est post pra me fazer rir a esta hora. Muito Bom :-D

  6. jpalhais says:

    olha , isto é “Pitalhês”…

  7. Marco Batista says:

    não concordo acabar-se com o z, concordo é substituir todos os S que fazem o lugar dos Z, por Z. tipo: cazar, cazamento, cozer, meza.

  8. Mary says:

    Muito bom! Vou fazer link no meu blog.

  9. Pedro Quintas says:

    trist eixelent teisto

  10. Que discussão interessante :D ou melhor dito “Q discuçao intereçante”

    Uma coisa que ainda não consegui perceber é se o português é mesmo a língua mãe? Aparentemente o português nasceu numa das nossas ex colónias visto que o nosso grafismo agora é que se tem de adaptar aos outros. Mas pronto isto é o pensamento de um ignorante inculto como eu!

  11. Dores says:

    Austeridade até na lingua…

  12. Helena Rocha says:

    Está gira a tua reflexão, Pedro. Na realidade o que fizeste foi aquilo que se pode fazer com o Alfabeto Fonético Internacional, ou seja, cada som tem um caracter correspondente. Claro, se escrevêssemos com o AFI, aprender a ortografia das línguas seria básico, mas as ortografias, para além da fonética, também têm a parte etimológica que, normalmente, é o que complica tudo. Sabes o que achei interessante no teu texto? É que não substituíste os “s” no final das palavras pela letra “x”. Não sei se já te apercebeste disso, mas todos os nossos plurais terminam com o som “x”, ao contrário do que acontece no Brasil.
    Tiago Sousa, os brasileiros também estão a fazer alterações à sua maneira de escrever. Não somos só nós. Por exemplo, vão deixar de usar o trema, vão deixar de acentuar ditongos em palavras como “ideia” que eles escreviam “idéia”… Portanto, eles também têm alterações a fazer. Eu acho que era bom começarmos a olhar para estas alterações com menos raiva, afinal vêm simplificar a ortografia, até vai ser bom para as nossas crianças que terão menos consoantes mudas para reter. Uma ortografia simplificada não é sinónimo de uma língua mais pobre. Importante é termos vocabulário diversificado e conseguirmos utilizar correctamente as estruturas gramaticais para veicular os nossos pensamentos. E, assim como assim, todos os dias se vêem erros ortográficos em todo o lado. É no facebook, no messenger, na internet em geral, nos cartazes, nos rótulos, nas ementas dos restaurantes, nas portas das casas de banho… Todos os dias se vêem erros ortográficos, e agora vamos estar preocupados com estas alteraçõezitas de nada? Pior, é que há os erros ortográficos dados por ignorância e depois há uma parte da população que escreve mal de propósito, principalmente na internet.

  13. Sublime, o xoco frito!
    E abaixo os agás iniciais! Escrevamos oje, orizontal, álito, arpa, ipólito, enrique, óstia!

  14. Petra says:

    Este acordo é surreal pelo seguinte motivo: se fomos nós que ensinámos os macacos a falar, porque será que são agora os macacos a querer ensinar-nos a sua linguagem atabalhoada? é no mínimo abismal.
    Em ralação ao comentário de Helena Rocha acho que ela deve ser professora e com este acordo a dita senhora terá muito menos trabalho na correcção dos textos dos alunos visto que todo o tipo de erro é normal e aceitável. Quanto mais ignorantes e iletrados os alunos forem, melhor ganhamos todos principalmente o Estado que agradece e retribui com 23%.
    Parabens Pedro Santos. És o maior!!

    • Petra, a Helena é uma pessoa dedicada, inteligente e como está bem patente em todos os comentários que aqui já publicou, ponderada, equilibrada e tolerante.

      Parece-me ser muito típico em Portugal assumir-se imediatamente que se alguém defende algo é porque tem algo de egoísta a ganhar e isso, sinceramente, é um bocadinho feio. Parece-me que a Lena defende o Acordo com lógica e argumentos válidos e não será certamente por lhe facilitar o trabalho. Mais: na minha opinião, o trabalho de professores de português até pode ficar dificultado sendo que algumas palavras se tornam homógrafas e vai ser menos fácil saber quando se está perante um erro.

  15. mpn says:

    lindu! adorei i axu meshmu qe vô adotar!

  16. Helena Rocha says:

    “Macacos”? É isto que me custa ouvir dizer quando se fala do acordo ortográfico… Afinal, as pessoas defendem o actual acordo (o antigo) com unhas e dentes não por questões linguísticas, mas por princípios nacionalistas que, a meu ver, estão muito próximos do fascismo. Como se pode chamar “macacos” de “linguagem atabalhoada” a quase duzentos milhões de pessoas que falam a mesma língua que nós? Se por acaso a pobre “ex colónia” tivesse decidido falar outra língua qualquer, o português seria uma língua que, por muito bonita e antiga que fosse, não teria qualquer expressão a nível mundial. É isto que deve custar às pessoas que como a Petra insultam os brasileiros por terem uma norma ortográfica diferente daquela que aprenderam na escola. Não percebem, sequer, o que significa a palavra acordo, pois acordo pressupõe um entendimento entre países e não uma imposição. A mim não me vai facilitar nem dificultar o meu trabalho em nada porque estou neste momento a leccionar outra língua. Também não sei onde foi buscar a ideia de que “todo o tipo de erro é normal e aceitável”, aliás, para lhe provar que não é assim, chamo a sua atenção para o facto de ter introduzido um ponto de interrogação numa frase, tendo-lhe dado seguimento com letra minúscula; peço-lhe que reveja o significado da palavra “abismal” e reflicta sobre a sua utilização neste contexto; e relembre que a palavra “parabéns” se escreve com acento agudo. Afinal, talvez os “macacos” dos brasileiros lhe pudessem ensinar qualquer coisinha, não lhe parece?
    Obrigada, Pedro, pelo teu comentário.
    P.A., fico contente ao saber que em criança assimilou com facilidade a nossa ortografia, sei que as crianças, quando bem orientadas podem aprender tudo com correcção. O seu único argumento é que me parece falacioso, porque se baseia na recordação da sua própria infância.Eu, por outro lado, levo anos a corrigir textos e sei onde é que os alunos se costumam enganar. E digo-lhe que sei que se vão continuar a enganar em muitas coisas e que o acordo não vai resolver nada em relação aos maus alunos. Só falei das vantagens da simplificação para mostrar que há sempre um lado positivo nas coisas. Todas as línguas obedecem ao princípio da lei do menor esforço (não estou a brincar nem a ironizar, é assim que se chama em linguística), ou seja, todas as línguas tendem a simplificar-se e o que está agora a acontecer com a nossa é mais uma das múltiplas simplificações que têm ocorrido ao longo dos séculos. Se não existisse evolução ainda falaríamos latim ou sânscrito, ou outra língua primitiva qualquer.

    • P.A. says:

      O problema, Helena, é que o AO não pretende simplificação nem unificação, mas sim, uniformização. Ou seja, não estamos diante de uma evolução natural da língua (escrita, entenda-se), mas de uma imposição forçada (redundância propositada) que, do ponto de vista etimológico, acarreta consigo algumas aberrações.
      Aliás, se falamos da evolução da língua, percebemos facilmente que, numa régua cronológica, o português falado/escrito em portugal está à frente do falado/escrito no Brasil (p.e.). Então, por que raio haveremos de, neste ponto de vista, retroceder no tempo?

    • JP says:

      Nuestros hermanos não tem esta confusão, a Real Academia da Lingua Castellana é que faz os dicionarios, e cada País que tem por base o castelhano fala conforme a lingua evoluiu no seu País.

      judias quer dizer feijões em castellano
      frijoles o mesmo em castellano do México

      Vá-se lá entender o AO, não é por uma questão nacionalista que defendo a antiga grafia.
      Em países dos PALOP estão a substituir o C pelo K nas localidades sem qualquer AO por base, apenas por que querem
      ex: Catembe agora escreve-se Katembe.
      Choqué por Chókwé, vão lá agora dizer que não se escreve dessa forma…

  17. Helena Rocha says:

    Para mim, o maior problema deste acordo, é que não vai, de facto, unificar a língua. Continuarão a haver divergências e duplas grafias, o que faz repensar se será pertinente mudar se é para continuar a haver tantas diferenças. De facto, esta evolução, não sendo natural porque é fruto de uma convenção, procura aproximar-se da língua falada quando introduz alterações devido à fonética. Escrevemos “óptimo”, mas lemos “ótimo”, aquele “p” nem sequer serve para indicar a abertura da vogal que o precede como noutras palavras (“acção”, por exemplo). Ninguém lê o “p”, não nos indica nada, só lá está por razões etimológicas. Era como quando se escrevia com “ph” em vez de “f” ou “y” em vez de “i”. Retroceder no tempo seria voltar à etimologia e voltar a usar consoantes duplas a torto e a direito como ainda hoje fazem os franceses. Seria usar o “ph” e o “y” sempre que as palavras fossem de origem grega. As alterações que se propõem poderão não ser perfeitas, eu acho que se poderia fazer as coisas muito melhor, mas não me parece que se esteja a voltar atrás em nada.
    Deixo aqui um excerto de uma das conhecidas cartas de amor de Fernando Pessoa a Ofélia:
    “Diz-me uma cousa, amorzinho: Porque é que te mostras tão abatida e tão profundamente triste na tua segunda carta – a que mandaste hontem pelo Osorio? Comprehendo que estivesses tambem com saudades; mas tu mostras-te de um nervosismo, de uma tristeza, de um abatimento tães, que me doeu immenso ler a tua cartinha e ver o que soffrias. O que te aconteceu, amôr, além de estarmos separados? Houve qualquer cousa peor que te acontecesse? Porque fallas num tom tão desesperado do meu amor, como que duvidando d’elle, quando não tens para isso razão nenhuma?”
    Esta carta foi escrita há 90 anos. Voltar a escrever assim, seria voltar para trás. Não me parece que seja este tipo de alterações que se propõe. 90 anos nem sequer é muito. Tenho uma avó com 93, já era nascida e ainda se escrevia assim em Portugal. Esta carta, à luz daquilo que todos aprendemos na escola, está cheia de erros ortográficos. Pensem nisto!

  18. Infelizmente muita gente não consegue manter uma argumentação saudável e educada, mas pronto isso deve ser porque o canal da Assembleia da República polui muitas mentes.

    O meu desacordo com este acordo parte da questão, qual o porquê do acordo? Simples, factores economicistas, o dinheiro sempre mandou e sempre irá estar à frente de todos os outros factores. No fundo isto provoca uma alteração forçada e não natural, e apesar de nunca ter sido um bom aluno a línguas logo não ser a pessoa mais indicada para opinar sobre o assunto, creio que não é uma evolução positiva.

    Por exemplo não são só a consoantes mudas que caiem, na palavra “facto” o ‘c’ é pronunciado e se este cair vamos ficar com mais uma palavra homógrafa, a qual tem de ser contextualizada para se perceber o seu significado. Sim estamos a simplificar a escrita, mas sim estamos a complicar a compreensão e sem compreensão não existe comunicação que é para isso que uma língua serve.

  19. Helena Rocha says:

    O “c” de “facto” não vai cair.

    • Elsa says:

      Sra. Helena Rocha,

      Eu ja lhe tinha respondido no post do ” Acordo Ortografico “, mas como este tambem esta relacionado com o assunto aproveito e respondo-lhe aqui tambem:

      Nao vou voltar a falar no acordo ortografico porque nao é esse assunto que agora me faz escrever.
      Nao, nao escrevi de um teclado estrangeiro, escrevo ja aqui de Lisboa. Mas devo-lhe dizer que sei escrever as palavras sem erros, pode haver “n” coisas que nao sei, mas escrever palavras acho que ainda acerto, em qualquer documento de trabalho, oficial ou o que podemos chamar de ” importante ” garanto lhe que tenho o maior dos cuidados com acentos, erros, etc. Mas estamos a comentar um post num blog que se quer ligeiro, nos posts, num qualquer chat, tudo o que se queira rapido sem grandes formalidades, uso abreviaçoes, sem acentos a nao ser que seja mesmo muito importante para o entendimento, como é o caso do “é” que podia ser confundido com “e” ou ” país ” com ” pais “.
      Foi de muito mau tom, o seu discurso, nao me conhece, nao faz ideia de como escrevo ou nao no dia-a dia, tambem nao gosto muito de ler um texto com “k” em todo lado principalmente quando nem para abreviar serve, mas nem foi esse o caso.
      Sugiro que de futuro seja menos agressiva nas palavras, principalmente dirigidas a uma pessoa que nao conhece, isso tambem faz parte da boa educaçao.

      • Helena Rocha says:

        D. Elsa, reconheço que fui irónica no post que lhe escrevi como resposta e peço-lhe desculpa se a ofendi. Não deixa, no entanto, de me parecer estranho que, estando a debater um acordo ortográfico, se possa escrever deliberadamente com erros de ortografia. Eu tenho o maior respeito pela língua portuguesa e por isso tento escrever sempre com correcção. Abreviaturas faço-as em rascunhos meus ou quando estou a tentar tirar notas rápidas. Não lhe critiquei o uso de abreviaturas que consigo entender melhor, pois efectivamente servem para tornar a escrita mais rápida, mas não colocar acentos parece-me grave do ponto de vista linguístico. Nunca me referiria a isso se o tema em questão não fosse a ortografia da língua. Parecia-me estranho que estivesse tão revoltada com as mudanças que o novo acordo propõe e não conseguisse escrever o seu texto sem erros. Foi só isso. Reitero o pedido de desculpa e espero que não guarde ressentimentos.

        • Elsa says:

          Helena,

          Sem qualquer ressentimento, somos pessoas civilizadas, e sei reconhecer quando também falho, embora a minha falha neste caso específico não me pareça grave, compreendo perfeitamente o seu ponto de vista, o qual respeito, acredite!
          Foi muito correcta na sua resposta, e agradeço-lhe por isso.

  20. P.A. says:

    Elsa: não consigo descortinar onde a Helena foi mal-educada. Apesar de não concordar com alguns dos seus pontos de vista, até a considero uma pessoa com quem gostei de discutir este assunto e não notei a agressividade que, por exemplo, já notei no seu mais recente comentário. E, sim, também não gosto que se escreva recorrentemente com erros e isso aplica-se TAMBÉM aos comentários a artigos em blogues ou onde quer que seja. Independentemente na necessidade de sermos concisos (o que TAMBÉM não é o caso). Por isso, também não gosto dessa sua opção de escrever sem acentuação. Para além de ser uma grave falha ortográfica (repito: independentemente das razões) e uma falta de respeito. Sim, uma falta de respeito, pela simples razão de que, quando quero escrevo um comentário, espero que os outros o consigam ler de forma fluida e sem esforço de interpretação para além do que é necessário para entender a argumentação.

  21. Elsa says:

    P.A.
    Nao me lembro de ter trocado consigo qualquer comentario .. mas .. aqui vai:
    1 – Nao disse que a sra. Helena tinha sido mal educada, disse que tinha sido agressiva.
    2 – Gostaria de entrar na sua cabeça para verificar onde notou agressividade no meu discurso.
    3 – Se gosta ou nao da minha opçao, considero irrelevante como deve imaginar.
    4 – Falta de respeito por nao colocar acentuaçao num comentario num blog? Se acha isso uma falta de respeito .. nem sei o que lhe diga.
    5 – ” (..) quando quero escrevo um comentário (..) ” houve aqui qualquer coisa que me escapou no que escreveu – esta a ver como tambem nao é perfeito/a?
    6 – Acha mesmo que o meu comentario exerceu tamanho esforço de interpretaçao porque nao tinha acentos?
    7 – Sugiro que peçam à prima de 15 anos para vos enviar um e-mail, eu deixo automaticamente de ser um alvo a abater.

    Por ultimo, estou a escrever isto e estou a pensar como todo este assunto se tornou ridículo, com tantos problemas reais no dia-a-dia, estamos aqui a discutir eu colocar ou nao acentos nos comentarios num blog. Acreditem, nao vale a pena.

    • P.A. says:

      Vou tentar ser breve nas minhas respostas que seguem em baixo:

      “Nao me lembro de ter trocado consigo qualquer comentario .. ”
      R. E será preciso? Não creio… Lembra-se do autor do blogue ter trocado comentários consigo?

      1 – Nao disse que a sra. Helena tinha sido mal educada, disse que tinha sido agressiva.
      R: Vou reler o seu comentário: “Foi de muito mau tom, o seu discurso,(…)Sugiro que de futuro seja menos agressiva nas palavras, (…) isso tambem faz parte da boa educaçao”; de facto, não disse que a Helena foi mal-educada, apenas lhe pediu para ser bem-educada (!?).

      2 – Gostaria de entrar na sua cabeça para verificar onde notou agressividade no meu discurso.
      R: De facto, esse é um dos grandes problemas de quando lemos o que outros escrevem: sentimos coisas diferentes, damos interpretações diferentes. Então, vou empregar um termo usado na resposta da própria Helena: notei revolta no seu discurso. O que não invalida a restante argumentação.

      3 – Se gosta ou nao da minha opçao, considero irrelevante como deve imaginar.
      R: Gosto de pensar que a irrelevância da minha opinião motivou o esforço de responder ao meu comentário.

      4 – Falta de respeito por nao colocar acentuaçao num comentario num blog? Se acha isso uma falta de respeito .. nem sei o que lhe diga.
      R: É mais uma das minhas irrelevantes opiniões a que pode ou não dar importância.

      5 – ” (..) quando quero escrevo um comentário (..) ” houve aqui qualquer coisa que me escapou no que escreveu – esta a ver como tambem nao é perfeito/a?
      R: Voltamos à pescadinha de rabo na boca: “Gostaria de entrar na sua cabeça para verificar onde notou ‘perfeição’ no meu discurso”.

      6 – Acha mesmo que o meu comentario exerceu tamanho esforço de interpretaçao porque nao tinha acentos?
      R: Sim. Quanto ao tamanho: não mensurável.

      7 – Sugiro que peçam à prima de 15 anos para vos enviar um e-mail, eu deixo automaticamente de ser um alvo a abater.
      R: Não pedi, mas ela enviou. E ainda tem 14 anos. Respondi-lhe a dizer que não era assim que se escrevia. Sabe o que ela retorquiu: agradeceu a crítica e prometeu escrever melhor.

      Por ultimo, estou a escrever isto e estou a pensar como todo este assunto se tornou ridículo, com tantos problemas reais no dia-a-dia, estamos aqui a discutir eu colocar ou nao acentos nos comentarios num blog. Acreditem, nao vale a pena.
      R: Pelo contrário, acho que vale a pena. Independentemente dos problemas reais do dia-a-dia. Mas a minha opinião é irrelevante e eu não tenho de me meter na conversa dos outros.

  22. António Hurtado says:

    Vou mudar um pouco o tom da conversa. Acho que os “blogs” são uma ferramenta útil para se debater, trocar opiniões e, principalmente, aprender muito. Sempre que tenho oportunidade selecciono os que me parecem mais interessantes e, apesar da minha já provecta idade, aprendo bastante. Simplesmente quase nunca consigo chegar ao final dos debates. A razão é simples. A partir de certo ponto o tema central do debate vai-se diluindo e é iniciada uma discussão que nada tem a ver com o assunto, com maior ou menor nível de ataques pessoais e respectivas respostas, às vezes não menos contundentes. Nesse ponto deixa de me interessar e desligo. Senhoras e senhores “bloguistas”, por favor não retirem aos debate o valor que devem ter e centrem o vosso objectivo no tema primordial do debate. Obrigado.

  23. […] deixe um comentário » É com 1 prufundu sentidu d responsablidad qe terminu est post i deixu pra postridad a mnha pruposta d 1 Acordo Ortugraficu qe sirva nao so u intrese dazeditoras ô deste ô aqel pais lusofunu, mas sim todus aqels qe, nus 5 continents, falam diariament a lingua de luis vas de camois! Ler post completo no Macacos sem galho […]

  24. Gostaria de dizer que o o Pedro aqui fez, de forma sarcástica, até poderia funcionar muito bem e dou um exemplo de uma língua que funciona assim: o Sérvio. E sei disso porque é onde vivo de momento.

    No sérvio cada letra corresponde a um som único e não existem homóninas, homófonas e homógrafas. Quando alguém diz uma palavra, automaticamente se sabe como a escrever. Pessoas com a 4ª classes não dão erros de ortografia porque, pura e simplesmente, é impossível.

    É uma língua bastante simples do ponto de vista gramatical.

    O que me aborrece também no AO é que as pessoas são do contra por motivos étnicos ou nacionalistas. Dizer que o português é de Portugal e por isso não devemos seguir os brasileiros é ridículo e xenófobo. (E por falar em nacionalismos, também sei do que falo, o que existe em Portugal nem pode ser chamado de nacionalismo).

    Se me disserem que será feita uma revisão ortográfica em que simplifica a ortografia ao remover algumas consoantes mudas, então a mim parece-me muito bem!

    Claro que ao ler essas mesmas novas palavras me parece estranho, pudera, eu vivo à 26 anos a escrever de outra forma. É algo que está no meu cérebro. Mas daqui a 20 anos os estranhos vamos ser nós que escrevemos à maneira antiga! Antigamente também se escrevia “pharmácia” e agora escreve-se “farmácia”.

  25. Toyota says:

    Só falhou a parte do “aligeirei”. Porque nesse parágrafo já a sílaba “Ge” se deveria ler como “Gue”.

  26. Antonio Hurtado says:

    Agora que o tom do debate voltou à ironia (o que é agradável)e à civilização, gostaria de fazer alguns comentários que julgo pertinentes. Penso falar com um certo conhecimento de causa porque quer a minha mulher quer eu próprio trabalhamos há 23 anos no mundo das traduções. Possivelmente ninguém melhor que a classe dos tradutores conhece o abismo enorme que separa já e que continuará a crescer, a variante portuguesa do Brasil e a nossa língua materna de Portugal. Estou seguro que quem viu o filme brasileiro A Cidade de Deus sem legendas em Português (Pt) (é assim que se distingue agora as duas variantes), ou sem ser dobrado na nossa língua, não percebeu a maioria das conversações. O pretenso acordo ortográfico anterior ao actual e digo pretenso porque logicamente nunca foi seguido ou respeitado pelo povo brasileiro que, no final, é quem fala a língua e impõe as regras de utilização, não obstante os governos pretenderem implementar acordos linguísticos surrealistas, teve na sua base a tentativa do governo português de então de manter a nossa língua na terceira posição da classificação mundial, tendo em conta que adicionava uns importantes 150 milhões de falantes do nosso idioma para além dos nossos modestos 8 milhões (hoje o Brasil tem mais de 250 milhões e nós só temos 10).
    E estou absolutamente seguro que o acordo actual, que do mesmo modo pretende englobar as antigas “províncias ultramarinas” não vai ter qualquer resultado a não ser a alteração do Português (Pt) actual para uma nova versão, a meu ver indiscutivelmente pior que a anterior, que trará vastas consequências para todos aqueles que, nos dias de hoje, ainda sabem falar e escrever bem o português. Uma adaptação nunca é fácil, sendo muito mais difícil se não concordarmos com ela e não nos for vendida a ideia dos benefícios que pode trazer. Porque ao fim e ao cabo é isso que importa, quais os benefícios que pode trazer ao povo português o novo acordo? Por meu lado, aconteça o que acontecer, continuarei a falar e a escrever no português que conheço.
    Quando digo imposição penso que falo correcto pois a solicitação com 120.000 assinaturas enviada ao nosso democrático Parlamento para parar a lei foi totalmente ignorada. As perguntas que se impõem, num pretenso país democrático como o nosso, são: Quantos milhares estão a favor do novo acordo? Porque não foi feita uma consulta aos portugueses sobre um assunto tão importante como este? Porque não olhamos para a Espanha e o que está a tentar fazer a Real Academia Espanhola, desde há muitos anos, trabalhando em comum com as academias de todos os países Hispano-americanos? (Recomendo a leitura da entrevista a Víctor García de la Concha, Director da RAE que recentemente teve de deixar o posto por razões de saúde, publicada na revista El Cultural de 3-9 de Dezembro de 2010 e distribuída com o jornal Espanhol El mundo – http://www.elcultural.es). O que é realmente necessário nos tempos que correm é a determinação e imposição de uma disciplina na aceitação de novos significados das palavras já existentes e importação necessária de outras a partir de outras línguas, com especial realce para o Inglês, dada a velocidade de entrada no mercado de milhares de novos produtos e de novas tecnologias, em que é necessária e obrigatória a tradução das especificações e respectivos manuais de utilização. Uma vez que grande parte do debate sobre assunto já foi publicado por nós numa página na Internet, não me quero alargar mais e recomendo, se alguém estiver interessado, ver primeiro http://www.proz.com/translation-articles/articles/3125/ e o seguimento em http://www.proz.com/translation-articles/articles/3128/ (a leitura é gratuita mas aceitam-se contribuições em géneros, porque se for em espécie há que pagar impostos).
    E por aqui me fico, que fico muito bem.

Responder a Pedro Couto e Santos

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