Em tudo o que toca…

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Aproximava-se violenta e descontroladamente a data da inspecção periódica obrigatória do meu veículo automóvel e eu, como sempre, sem vontade nenhuma de tratar do assunto.

Em conversas por aí, ouvi falar bem da Midas e, havendo uma que até me fica em caminho para a estação, decidi experimentar.

Uma oficina não é um local para o comum mortal. A maioria das pessoas divide-se nas que não percebem um boi de mecânia, as que também não percebem, mas fazem de conta e as que sabem alguma coisa e sabem falar a linguagem dos mecânicos.

Eu não percebo nada de mecânica. Tenho vindo a aprender algumas coisas ao longo dos tempos e continuo maravilhado com alguns dos gajos que conheço que dizem sempre coisas muito peremptórias e finais: isso é claramente o joelho do braço da suspensão traseira que tem uma folga na bucha de dilatação. E depois, claro, não é nada, era só falta de óleo na dobradiça da porta do pendura.

Mas homens a diagnosticar carros com sintomas mínimos do tipo “oiço um nhec quando viro à direita para o Centro Sul”, são quase tantos quantas velhinhas a diagnosticar as doenças umas das outras por meras dores “que começam aqui em cima e descem por aqui até pararem na parte de baixo da porção superior da anca”.

Eu cá, prefiro levar o carro à oficina e pronto, pelo menos lá, os gajos que mandam bitaites cobram-me dinheiro no fim, tornando tudo muito mais oficial.

Para sublinhar a impressão que “se não percebes de carros não és homem”, as oficinas costumam ser lugares pouco acolhedores, em que ninguém te dirige a palavra e olham para ti com o desprezo de quem pensa, “este gajo não percebe nada de centralinas”.

Na Midas não foi assim. É uma oficina muito orientada ao serviço ao cliente e o mecânico que por lá estava, encarregue daquilo, dirigiu-se logo a mim, cumprimentou-me, perguntou-me o que se passava.

Não me fez perguntas crípticas sobre suspensões e  transmissões, mas, como um médico, tentou que eu lhe explicasse por palavras de leigo o que se passava com o carro.

OK, não se passava nada de especial, queria uma revisão rápida e ida à IPO, mas, já agora, tenho-o sentido nervoso quando travo. Sei lá se são os amortecedores ou uma depressão ao nível da cambota; mas lá que o gajo abana o cú quando lhe piso o travão, abana.

Ao fim do dia, tinha o carro revisto e inspeccionado e o problema de nervos descortinado: um pneu todo escafiado.

Saí de lá com a garantia de que o meu Mercedezinho, 206 mil km e 17 anos (faz agora dia 4), está impecável; passou nas inspecção sem problemas e ainda veio com dois pneus novos na traseira e agora parece que está de pantufas.

O Sr. Aníbal, da Midas de Almada, foi prestável, simpático e informativo, além de me dar a impressão de ser alguém que efectivamente sabe do que fala. Explicou-me o que se passava com o carro, telefonou-me a reportar o problema e a dar o orçamento para a reparação; telefonou-me novamente a informar que o carro estava pronto.

Acho que há mercado para um serviço de manutenção automóvel mais user friendly, em que um tipo não tem que largar metade do ordenado, como nas oficinas das marcas, nem ter um curso avançado de mecânica automóvel e uma apreciação refinada por calendários de gajas nuas, como nas oficinas de bairro.

Eu gostei do serviço da Midas e planeio lá voltar.

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12 comentários a “Em tudo o que toca…”

  1. Paulo Andrade says:

    Já agora, sem os penus quanto é que a Midas leva para revisão+IPO?

  2. Danger says:

    ya és cá dos meus, eu tb não percebo quase nada de mecânica tirando aquelas coisas básicas. Já meter gasolina é naquela, preferia quando era o gasolineiro a meter mas prontos.

    Quando chega a altura de levar o bolide à IPO normalmente o que faço é levar o bixo a um mecânico amigo e ele trata de tudo inclusive de o levar à dita cuja, depois só me apresenta a conta e prontos :)

    Já tive muito más experiências com mecânicos às vezes parece que nem querem ganhar guito, para veres levei uma vez o carro por 3 vezes a mecânicos diferentes e entre outras coisas dizia para arranjar uma infiltração de àgua (entrava pelo pisca que tinha o “vedante” queimado do sol) e em nenhum deles me arranjaramo que pedi :P

    • jorge says:

      E já experimentaram a ir simplesmente á IPO ? logo vêm o que é preciso reparar.

      É o que eu faço e o carro tem passado sem problemas.

      E é um PASSAT de 1996.

      • Edgar Durão says:

        Também sou apologista dessa forma, no entanto se temos consciência que existe um problema devemos reparar o mesmo proactivamente.

        Não percebo muito de mecânica, ainda se vai dando para perceber os bitaites que eles mandam :)

        Claro que mudar o óleo e outras coisas mais complexas lá vão eles ao doutor, agora mudar uma lâmpada, escovas ou outras coisas mais simples ainda sou eu que faço: da-me prazer e gosto de aprender.

      • O meu carro tem muita tendência para precisar de alinhar a direcção, portanto já sei que pelo menos isso vai ser preciso. Além de que, desta vez, tinha mesmo um problema de estabilidade que acabou por ser dos pneus que foi preciso trocar.

  3. Nuno Silva says:

    Hehe, por acaso também sou ou melhor trabalho em almada, e tenho ido ás ditas cujas oficinas com posters das gajas nuas, e tenho largado sempre uma pipa de massa em revisões e resolução de alguns problemas. Da ultima vez que precisei de levar o meu boguinhas ao mecânico há coisa de 2 meses ou assim, resolvi mete-lo no midas onde foste, e não saí de lá desagradado, sabia que tinha o escape a cair-me do carro logo acabaram por substitui-lo, deram-me um orçamento, mas depois ligaram-me a dizer que tinham arranjado outro mais em conta, logo fiquei supreso e também com a sensação de lá voltar quando precisar.

  4. marcia rolo says:

    Boa tarde tenho um mitsubishi colt de 93, nao sei o que se passa ando um bocado com ele , e ele desliga se depois passando algum tempo liga, nao entendo o que podera passar se com o carro podiam me ajuda? obrigada cumprimentos marcia rolo

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