Natal

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Imagem do comic “The Last Christmas

Espero que tenham todos um bom natal com as coisas que mais gostam. Para uns há-de ser uma grande árvore de natal e muitas prendas, para outros um grande jantar com a família, para outros ainda uma viagem “à terra”. Bom há sempre um ou outro esquizitóide para quem o natal tem qualquer coisa a ver com religião, uma tradição muito recente que se sobrepôs à tradicional celebração do solstício de Inverno – para esses então, uma boa missa ou assim.

Acima de tudo divirtam-se a fazer o que gostam de preferência com pessoas de quem gostam, mesmo que isso seja não fazer a ponta de um corno, sozinho a um canto ou a apreciar um pole dance profissional numa sala cheia de escuteiros barrados com manteiga de amendoim.

Em suma: happy festivus!

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15 comentários a “Natal”

  1. Marco says:

    Ah, o Festivus… isso sim, é uma celebração como-deve-ser. Bem hajas, Frank Costanza!

  2. Joao says:

    “um ou outro esquizitoide”… ehehehehe, apesar de tudo ainda somos mais que o número de sócios do Benfica.

  3. Rui Moura says:

    É isso mesmo, o que interessa é o espírito natalício, não como se passa, ou com quem se passa.

    Feliz natal ;)

  4. Joaquim says:

    Feliz Natal, e espero que tenhas uma entrada para o 2010 fantástica. :D

  5. LVSITANO says:

    Parece a capa de um CD de goregrind. :)

  6. ui says:

    E então, este ano foste almoçar ao MacDonnalds do shopping ?
    E depois os “esquizitóide” são os outros. :-D

  7. Vitor says:

    Custa-me…

    Custa-me ver que, embora sendo da minha geração, és completamente da corrente dos incapacitados em tolerar o que não conhecem…

    Claro que este conceito de tolerência não se aproxima nem de longe nem de perto aos que pegam em paus e pedras, mas podes ter a certeza de que todos os que já têm os paus e pedras nas mãos foram influenciados pelos que têm como “arma” apenas o texto e que acabam por influenciar à priori o que depois acaba por descambar em intolerância gritante… (sejam chamados cristãos, judeus, muçulmanos, indus, ateus, materialistas, seja o que for!)

    Tudo o que temos dentro tem que sair para fora. Por isso mais vale pegarmos numa das maiores características dos humanos que é, RESPEITAR, mesmo sem compreender.

    Tens aqui um blog fantástico que tenho vindo a seguir já faz alguns dias (estou a “regredir no tempo” e a consultar de trás para a frente, mas mesmo assim tem sido uma experiência fantástica)

    Mas a forma como lidas com o Natal (que para ti não passa de uma adulteração cristã de uma então celebração pagã) deixa-me perplexo… Ou melhor, deixa-me ainda mais ciente de que a nossa geração (principalmente aqueles que nunca tiveram contacto com coisas ditas divinas – se não crês, dificilmente irás aceitar este meu termo, certo?) e que por isso preferem dizer MAL do que não percebem do que simplesmente respeitar!

    (mesmo partindo do princípio que FOI uma “adaptação” de uma celebração pagã, será que isso tem que ser SEMRPE uma razão para os materialistas/ateus/agnósticos continuarem a atirar pedras…?)

    Se acreditas que tudo o que existe é SÓ o que vês, como explicas os sentimentos? (ou até os pensamentos…?)

    És capaz de imaginar que, um dia que o teu corpo (ou então o corpo de um familiar teu) morra, “algo” possa continuar a EXISTIR, mesmo SEM SER VISTO por nós humanos?

    Ah, espera, já percebi… A quimica, as células, os atomos, as moléculas…

    Ok, o materialismo…

    Pronto, RESPEITO esse ponto de vista, sem dúvida! Mas e que tal agora respeitares tu também os “outros”?

    Mas será que não consegues imaginar-te a continuar a PENSAR, REFLECTIR, QUESTIONAR, DESEJAR, etc., mesmo SEM o actual corpo que serve de carapaça à tua actual existência material?

    E se, afinal, fossemos mortais (como somos) apenas do ponto de vista MATERIAL (do nosso corpo) mas IMORTAIS (do ponto de vista daquilo a que, se quiseres, poderemos chamar alma ou espírito)?

    Uma pequena sugestão: podes estudar um pouco sobre as Testemunhas de Jeová, que são uma “fork” do cristianismo, mas que não aceitam as datas propostas pela igreja católica para a Páscoa cristã, nem para o dia de Natal.

    o meu “ramo” cristão é evangélico (e não católico) e não quero com isto dizer que detenho a razão, nem por sombras! Mas podes crer que nesse aspecto dou inteira razão ao “fork” que indiquei acima…

    • Vitor, comentaste num post antigo que tive que ir reler para me lembrar. E confesso que perplexo fiquei eu. Onde é que me viste desrespeitar fosse quem fosse? Onde é que me viste pegar em pedras para atirar?

      Foi por ter mencionado que o Natal se sobrepôs a tradições mais antigas? Isso é falta de respeito? Acho que estás a reagir à minha filosofia de vida e não ao que eu efectivamente escrevi e, no fundo, estás a demonstrar enorme preconceito a meu respeito. Como percebeste, provavelmente, que sou ateu, sentiste-te desrespeitado por esse simples facto.

      Eu, aliás, desejei bom a natal a todos, indiferentemente das suas crenças e celebrações.

      Quanto às tuas perguntas: se eu acredito que tudo o que existe é só o que vejo? Não, não sou ateu gnóstico, sou ateu agnóstico, portanto, não tenho deus e não acredito que seja possível ao ser humano conhecer toda a realidade.

      Se sou capaz de imaginar a alma? Sou, claro. Imaginar é fácil. Se acho que existe? Não, não acho. Se tenho a certeza absoluta que não existe? Não, tenho tantas provas de que existe como de que não existe, portanto, não sei.

      Por outro lado, também não quero saber. Não é algo que me preocupe.

      Novamente, eu consigo imaginar tudo o que tu quiseres, mas faz pouco sentido. Porque funcionaria a natureza assim? Qual o propósito dessa existência extra-física no sistema natural? Na Natureza, tudo serve para alguma coisa… a alma não me parece servir para nada.

      E se fossemos imortais, perguntas? Então nesse caso eu pergunto: porque é que só me lembro (e mal), dos últimos 37 anos e picos? Onde estão os outros milhões de anos da minha existência eterna? Esqueci-os? Então… nesse caso… de que serve ser imortal?

      Eu conheço pessoas que foram testemunhas de Jeová de educação e o que elas partilham (sim, mais do que uma), foi que quando cresceram e saíram debaixo da influência dos pais, abandonaram rapidamente a igreja.

      • Vitor says:

        Viva! Como crente que sou (ao dizer isto, quero dizer que creio que existe algo mais para além daquilo que se vê) devo dizer que este tipo de debate deixa de fazer sentido quando fico a saber que referiste o que referiste (que apenas acreditas no palpável e visível)

        Estes debates existem aos milhões pela net fora, e, se seguirmos por aí, quem não aceita as regras de que o invisível também pode existir, acaba por ganhar “o jogo” ao definir que a regra é apenas e somente: “aceitar o que se vê”…

        Pronto, já não vou seguir por aí. Mas deixa-me escrever que, a palavra FÉ parte precisamente deste princípio: acreditar em algo que não se vê, onde se incluem o presente, o passado e o futuro) e não apenas o facto de se acreditar (ou não) num hipotético Deus.

        Ora respeitar as pessoas que praticam este tipo de princípios (a que a sociedade chama de religiosos) é respeitar alguém que, ao fim e ao cabo, pode parecer louquinho estouvado por andar atrás de coisas intangíveis, mas que faz disso o seu propósito de vida (já pareço um ateu a falar…)

        Quando escreveste “Bom há sempre um ou outro esquizitóide para quem o natal tem qualquer coisa a ver com religião”, acho que poderás estar a faltar ao respeito pelos que não sentem estas datas de forma “indiferente”, mas que pretendem dar algum significado especial ao que poderá estar ao redor das mesmas… (é aí que acho que poderias colocar um “mea culpa”)

        Bem, No entanto, a minha questão apenas poderia ser debatida, caso te vosse possível aceitar (ou melhor, imaginar – que até dizes ser-te fácil) que o mundo material existe não como um todo, mas como uma PARTE de tudo o que existe, para que os seres do mundo espiritual (do qual nós fazemos parte) possam fazer uma espécie de “purga” (ou “melhoramento”, ou até “estágio”) para, no final do percurso, poder haver uma decisão sobre o que poderá vir a seguir.

        (imagina-te na escola: se passas de ano, podes prosseguir, mas se chumbas, terás que repetir. Se chumbares demasiadas vezes, não podes mais voltar… – embora neste exemplo “à pressão” da escola os seres “mantenham” a memória de ano para ano, e nós não mantemos as memórias de vida para vida)

        As tradições judaico-cristãs chamam-lhe paraíso/inferno, os indús chamam-lhe ascender ao nirvana/reencarnação, e alguns budistas chamam-lhe roda de samsara, mas neste aspecto é curioso verificar que, embora algumas destas tradições possam ter muito pouco (ou memso NADA) a ver umas com as outras, todas aceitam o princípio imortal de algo que existem em nós e que poderá (ou não) continuar a existir após esta vida.

        (isso explica o porquê da tua dúvida dos 37 anos sem memórias passadas…) Ao nascer de novo, a memória da existência anterior é eliminada, mas os detalhes/pormenores espirituais do ser que necessita que cá voltar continuam a marcar-lhe aquilo que é a sua “impressão digital” durante a vida (alguns chamam-lhe personalidade, outros chamam-lhe “karma”, outros ainda chamam-lhe feitio, etc…)

        Portanto, seria como que uma parte do actual “Pedro” que poderá continuar a existir para sempre independentemente do Pedro acabar daqui a 60 ou 70 anos. Como Pedro, só vive uma vez, mas como ser, poderá talvez viver muitas, até que finalmente não precise mais de voltar…?

        Um pequeno reparo, os Budistas podem também ser considerador ateus, na medida em que a sua prática religiosa não prevê necessáriamente a existência de Deus (ou a necessidade do homem em se relacionar com “Ele”) – se formos ver bem as coisas, só por isso, dá para verificar que, ser-se religioso não é sinónimo de ser-se crente na existência de Deus.

        Sobre a “adaptação” da festa pagã para o Natal feita pela igreja Católica, pois, embora como crente que sou, concordo plenamente em como foi um “golpe baixo”, embora, acabe por ser uma forma de grande parte da família cristã (em muitos dos seus “forks”) celebrarem o nascimento de Jesus – tenha ou não tido ocorrência naquela época – mas acaba por ser uma forma de celebrar esse acontecimento!

        Imaginas os milhões de pessoas que estão agradecidas pelos ensinamentos de Jesus? Muitos desses ensinamentos ainda hoje são grandes joias para a humanidade (se colocados em prática!) Sei que é um caminho fácil (o do ateísmo) porque basta crermos no que vemos e aceitarmos que é tudo – e eu próprio já fui um! – mas é uma forma muito redutora de ver e perceber tudo o que temos quer dentro, quer à nossa volta!

        (ATENÇÃO: Ao escrever o que escrevo, peço para NUNCA confundir IGREJAS/Associações “Religiosas” com o JESUS que é referido nso textos da Bíblia – e por incrível que pareça, nos do Alcorão também! – São assuntos DIFERENTES!)

        (Assim, e devido a estes aspectos, acho que deverias colocar um pequeno “mea culpa” no texto – embora este Assunto seja de 2009 e acaba por ficar praticamente “perdido” no meio do teu imenso blog, que, mais uma vez, te digo, é fantástico!)

        Bem, estou a escrever-te este texto nas “horas vagas” de umas mini-férias que estou a tirar para arrumações, reparações, limpezas, etc. caseiras e julgo que, provavelmente, como ateu que te defines, este assunto não irá criar muita “mossa” na forma como vês ou vives a vida, mas digo-te que seria bom que o fizesse, pois imagina que no fim “disto tudo” afinal, sempre continuará a haver existência? Que tal prepararmo-nos um pouco que seja?

        Tudo de bom para ti e para os teus!

        • Vitor, é verdade, há coisas que, por muito que se discuta, nunca se chega a lado nenhum porque são dois pontos de vista demasiado distintos.

          No entanto, eu consigo sentar-me aqui e imaginar que deus existe, no entanto, a maioria dos religiosos com quem já falei é incapaz de imaginar que deus não existe, pelo simples facto de, na maioria das religiões, ser pecado negar deus e portanto a discussão parte sempre coxa: eu estou disposto a imaginar e conceber todos os cenários, um religioso geralmente, nunca abandona a sua crença nem por um minuto.

          Eu não creio que o ónus da prova esteja do meu lado, não sou eu que acredito em algo, como dizia alguém – não me recordo quem – se eu disse que consigo voar, quem tem que provar que consigo sou eu, não és tu que tens que provar que eu não consigo.

          Quanto aos “esquisitóides”, está longe de ser um insulto ou uma falta de respeito, é uma brincadeira inocente, irónica, como é evidente. E eu não sinto culpa por uma coisa tão simples – outra vantagem de não ser judaico-cristão, se calhar.

          Mais uma vez, quando dizes que não mantemos memórias de “estágio” para “estágio”, não compreendo de todo a lógica da vida eterna. Se eu tivesse que viver com os meus anteriores pecados até aprender com eles e me tornar um ser melhor, ainda vá, agora assim… é como castigar um gato por ter partido um vaso há 2 meses. Ele sabe lá o que se passa… na semana seguinte parte outro.

          Quando dizes que muitas culturas partilham esta ideia de eternidade, não me espanta nada: a morte é uma coisa demasiado final para ser facilmente aceite pela mente humana, é natural que as várias culturas desenvolvam uma crença em torno da vida eterna, é um conforto mental como qualquer outro.

          Eu prefiro acreditar que a Humanidade tem determinados princípios morais, independentemente da crença religiosa. É principalmente isso que não consigo aceitar: a ideia de que o Homem só é bom, se seguir os ensinamentos de um profeta ou ser divino. Acho que a moral é inerente à evolução da civilização humana.

          E quanto à eternidade, olha… se existir, o que é que eu tenho a perder? Acho que nada. É que eu, que não acredito em deuses, acredito que se eles existirem, não serão nunca seres castigadores e não há-de ser por eu ter sido ateu que vou ser castigado.

          E tudo de bom para ti e para os teus também.

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