Death Proof

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Esta semana estive de férias e consegui, finalmente, ver dois ou três filmes. Bom… não consegui ver nenhum de seguida, evidentemente, mas em 14 ou 15 postas, vê-se bem.

Não há dúvida absolutamente nenhuma que vou ter que destacar o Death Proof de Nosso Senhor Tarantino.

Eu… epá, eu não gosto de idolatrar ninguém. Desde a adolescência que a coisa do ser fã me passou e para mim, as pessoas são sempre pessoas, com defeitos e virtudes e, por acaso, algumas delas fazem bons filmes, escrevem boas músicas, publicam bons livros.

Depois, no meio de toda essa gente, de vez enquando, há um ou outro que sobem uns furos acima do bom. Esses gajos são mesmo muito bons. Mas não são génios.

Génio será o gajo que descobrir como contrariar a gravidade, talvez… e mesmo esse gajo nunca trabalhará sozinho e terá sempre toda a ciência que veio antes para se apoiar.

Há muitos anos atrás (muitos), viva eu em casa dos meus pais e durante as férias do Verão – essa magnificência de ser estudante que é estar três meses de férias seguidos – passava as noites inteiras a comer pizza, esparguete com ovos estrelados ou batatas fritas e a ver filmes.

Uma dessas noites, na RTP2 vi um filme chamado “Reservoir Dogs” e fiquei entusiasmadíssimo com aquilo. Não fazia ideia quem era Quentin Tarantino.

Depois fui ver um filme qualquer ao bom velho Condes – ca granda ecrã! – e antes do dito começar salta-me para a frente um trailer absolutamente fantástico de uma coisa chamada “Pulp Fiction”. Reconheci o nome do realizador e pim: estava lá caído na estreia.

Granda filme.

Seguiu-se Jackie Brown: muito mais low profile nos media, mas igualmente bom. O Kill Bill é outro filme bom demais para ser verdade e, finalmente, Death Proof: a prova de que este gajo está sempre a fazer filmes de que eu gosto!

Mas ca granda filmaço!

Eu começo sempre a vê-los de pé atrás… tenho sempre aquele receio de que o próximo seja uma grande trampa; o Tarantino não pode continuar, para sempre, a fazer filmes bons. Então vou vendo o filme um bocado à espera de que não preste para nada, mas até agora isso nunca aconteceu. E o melhor é que essa atitude desconfiada só me dá ainda mais gozo quando percebo que o filme é sensacional.

No final do Death Proof a única coisa que consegui foi dizer: “este é o melhor filme do mundo!”

Nunca as palavras “The end” apareceram num filme com melhor timing do que neste. Nem nunca vi uma história contada com tão pouca história. Está tudo nos diálogos frívolos e na acção estupendamente agressiva.

A montagem, a passagem de uma parte do filme a preto e branco – não por ser “artístico”, mas, parece-me, para simular uma produção baratucha onde tinha faltado um pedaço de filme a cores para filmar aquela cena, os actores, incluindo meninas que em vez de esculturais têm umas gordurinhas a sair por cima da cintura dos calções e, claro, os carros: tudo impecável.

E é por isso que o Inglorious Bastards já está na minha lista de filmes “a ver”.

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