A vida é bela.

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Monday, monday… acordei às sete da manhã, um pouco antes do sol nascer e decidi ficar a pé, embora fosse bastante cedo e me tivesse deitado bastante tarde… depois de pensar um pouco no assunto e de me imaginar outra vez a conduzir na A2 com a cabeça um pouco “leve” de falta de sono, resolvi antes descansar até às oito e meia.Acordei às dez e um quarto, comi qualquer coisa, uploadei trabalho para o masmas e tomei banho. Depois meti-me no Punto com a Dee e fomos para o escritório.

Desde sexta-feira passada que temos a água cortada no Nitrorium. Cortada sem aviso.

O fulano que ocupava o escritório antes de nós, desapareceu sem deixar rasto: deixou rendas por pagar, água, luz e telefone por pagar, já lá foram dois ou três cobradores bater à porta à procura dele e já recebemos uma intimação do tribunal… tudo para ele.

Agora entra em jogo a maravilhosa burocraria portuguesa.

Primeiro fomos às Águas do Sado (isto há semanas, já…), entidade responsável pelo fornecimento de água na zona de Setúbal. Tentámos fazer um contrato para termos fornecimento de água. Como o anterior arrendatário tinha deixado dívidas, não podíamos fazer o contrato, mas se apresentássemos o contrato de arrendamento novo, certificado pelas finanças, podíamos fazer o contrato, que as Águas do Sado logo falavam com o nosso senhorio sobre as dívidas do outro.

Como ainda não tínhamos o contrato certificado na altura, fomos embora e esperámos. Obtivemos o contrato certificado, do nosso senhorio e voltámos às Águas do Sado.

“Aqui está o contrato certificado”. Resposta: “Quando é que cá veio? É que isso mudou entretanto, o contrato certificado já não serve”. Pois, tinham-se passado duas semanas… portanto as regras mudaram em duas semanas. O contrato já não servia, era preciso uma declaração, em papel azul de 25 linhas (como é que isto ainda existe…), do nosso senhorio, dizendo que o anterior arrendatário tinha vagado o local em tantos do tal (e que portanto as dívidas eram dele e não nossas).

Era obrigatório que no final, além de assinar, o senhorio escrevesse “pelo próprio punho” (sic), o seu número de BI e demais detalhes identificativos. Pelo próprio punho, vejam bem! Só faltava pedirem o selo em lacre.

Hoje fomos às Águas do Sado, já com a água cortada, graças às dívidas do nosso antecessor, já com o contrato certificado, com escritura da empresa, com certidão comercial, com o meu BI, que sou o gerente, com o cartão de contribuinte da empresa e o meu, com a declaração do senhorio em papel azul de 25 linhas, com uma fotocópia do BI do senhorio e preparados para dar uma amostra de esperma ou de tecidos para DNA. Estávamos preparados para tudo, menos para o Windows.

Reparem que apenas queremos regularizar a situação do nosso fornecimento de água, sem o qual não podemos MIJAR sem ficarmos com as mãos por lavar e a sanita por despejar.

As Águas do Sado estão a ser renovadas, informaticamente, trocando o seu velho e estável e funcional anterior sistema (DOS?) por um novíssimo sistema em Windows. Resultado: era para estar pronto na sexta-feira e não estava, era para estar a funcionar hoje, mas recusava-se.

Viemos embora sem contrato. Pelo menos voltaram-nos a ligar a água, já que não temos culpa nenhuma das dívidas do outro marmanjo.

E assim se perde grande parte da vida, que nunca mais se recupera.

Já depois de almoço, grande parte da tarde foi passada a montar o novo armário do nitrorium, que vai servir para armazenar muito do material que no anterior escritório tinha móveis para se guardar (embutidos na parede) e neste não tinha lugar.

Ainda tivemos tempo para fazer o storyboard de um dos mais fantásticos cartoons que jamais planeámos fazer. Começo a ficar impaciente para ver isto pronto e poder divulgar.

Fim de noite a terminar uma maquete, enquanto o Tritão termina o cartoon do sapo para amanhã… pergunto-me como estará a ficar…

A vida é bela e corre bem.

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